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Fotografia: Vera Marmelo
Publicado a: 31/12/2021

Para folhear com calma e paciência.

Anuário ReB: 2021 em revista

Fotografia: Vera Marmelo
Publicado a: 31/12/2021

Não que a palavra “morte” alguma vez tivesse desaparecido do dicionário, mas, durante grande parte de 2020 e todo o 2021, esse lado inevitável da vida foi-nos atirado à cara, de uma maneira diária, tornando-se uma presença inescapável. Não começamos este texto assim só para vos maçar com o que já conhecem muito bem, mas a inegável verdade é que o início deste ano serviu para digerir o desaparecimento de uma das grandes figuras modernas que o hip hop deu ao mundo, um anti-herói da palavra e da música que nos ensinou que ainda havia algo para aprender na ligação entre essas duas dimensões. Falamos de MF DOOM, obviamente, que nem no seu último momento deixou de fazer as coisas de maneira diferente — apesar do falecimento ter acontecido no dia 31 de Outubro de 2020, a informação só foi transmitida ao mundo no sopro final do ano.

Se o autor de MM…FOOD foi o mórbido guia na transição de 2020 para 2021, a verdade é que esse era apenas o primeiro de vários obituários que seríamos obrigados a fazer nos meses que se seguiram: SOPHIE, Chick Corea, Chi Modu, Milford Graves, Jon Hassell, Lee “Scratch” Perry, Virgil Abloh, Magazino e Greg Tate foram outras personalidades relevantes (muitos deles incontornáveis na hora de se falar sobre a história do som) que nos deixaram.

95 reportagens, 67 críticas, 42 ensaios, 175 entrevistas. Numa leitura superficial destes números das secções principais do Rimas e Batidas, a evidência é que, acima de tudo e mais do que irmos directos às obras, gostámos de abrir diálogo com os criadores que mais nos intrigaram. De Acácia Maior, a primeira de 2021, a Ben LaMar Gay, a última, passou-se por nomes como The Bug, Evidence, João Pedro Brandão, Divide and Dissolve, Paulo Flores, Diogo Piçarra, 7777 の天使, Wugori, L-ALI, Damon Locks, Pedro Mafama, Criatura, Marcelo dos Reis, Aurora Pinho, Odete, Rita Vian, Febem, Duda Beat, Julinho KSD, Kenny Berg, Pedro Melo Alves, Jéssica Pina, Ill Considered, Emicida ou DJ Harrison. Gente muito diferente entre si, de quadrantes diversos e com ângulos originais na hora de nos entregarem a música que lhes saiu do pêlo e da alma.

A fugir do papel de câmara de eco — um dos grandes problemas dos tempos que vivemos –, fomos procurando (de uma forma curta ou longa) assuntos que não têm espaço noutros orgãos, pelo menos com este olhar particular, e tentando dar uma visão válida dos mesmos: o significado dos “discos de ouro e platina na era digital”, “a harpa no jazz”, “uma breve história do drill”, “as vicissitudes de se ser mulher no mundo do jazz”, a mudança de paradigma do rap português em 2016, o “admirável mundo novo” dos NFTs ou o que define sub-géneros como o amapiano e o gabber. Tudo isso mereceu a nossa atenção nos últimos 12 meses.

Depois de cartografarmos aquilo que o jazz-que-não-é-jazz em Portugal andava a fazer em 2020, o nosso foco mudou para aquilo que os desfadistas da nova pop (que neste caso são Conan Osiris, Pedro Mafama, Rita Vian e João Não) trouxeram para mesa. Os últimos três acabaram por fazer parte de um dos mais ambiciosos artigos de 2021 do Rimas e Batidas: uma projecção daquilo que poderá ser o futuro da música portuguesa.

Isto é um resumo (muito resumido mesmo) daquilo que fizemos este ano. Para aqueles que nos acompanham, a altura é de revisão da matéria. Para os que não conseguiram acompanhar, esta é a oportunidade de meter a leitura em dia. Por último: se acham que o nosso trabalho é parte importante daquilo que é a escrita sobre música em português, deixamo-vos o desafio de começarem 2022 a apoiar directamente o que fazemos numa base praticamente diária. O nosso agradecimento a quem esteve desse lado durante todo o ano e sejam bem-vindas todas as pessoas que nos estão a descobrir agora. Vão muito a tempo.


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https://www.rimasebatidas.pt/karlon-e-os-20-anos-da-kreduson-funciona-como-um-diario/

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