Lisboa é o tipo de cidade que nos convida a sair. À noite, as ruas, que durante o dia têm uma imensa pluralidade de histórias através da culinária e da arquitectura, estão repletas desta mesma diversidade em bares, discotecas e o que mais se pode imaginar.
Um grande exemplo disso é a conhecida (e amada!) Noite Príncipe, que regressou na última sexta-feira (15) depois de uma longa pausa devido à pandemia mundial que parou o mundo. A festa, que tradicionalmente se realiza no Musicbox, reúne o melhor da música suburbana e dos guetos da capital portuguesa.
Numa surpresa daquelas que aquecem o coração, quem abriu os trabalhos na casa (que estava lotada, a propósito) foi Nídia. A energia do lugar transbordou ao ponto de já não sabermos quem é que queria estar lá mais: ela ou o público. O alívio, a ansiedade, a excitação de todos era contagiosa. Foram duas horas de apresentação tão fluídas que parecia fácil, como quem já esperava há muito com uma vasta gama de sons e interacções bem-humoradas.
Mais tarde, quem assumiu o controlo das pick–ups foi a dupla DJ Poco e Marcio Montvnna, ambos da Tia Maria Produções. A sintonia da dupla é tanta que funcionam como um só, tomando o palco e todo o protagonismo para eles e elevando ao máximo o nível do som. Pode dizer-se que o palco ficou muito pequeno para tanto.
Para fechar a noite, DJ Firmeza chegou como um bruxo e trouxe umas poções musicais arrojadas e livres, algo que só o próprio, uma das caras da própria Príncipe, poderia fazer. Com um set totalmente entregue ao que o momento pedia, foi como a cereja no topo do bolo. Um regresso em grande.
A música dançante e estonteante, marca registada destas noites tão especiais, passeia-se entre o kuduro e o afro-house e define o tom da festa, que é comandada por pessoas que sabem bem de onde veio e o espaço que ocupam. É inegável que isso faz a história da editora e traça caminhos que vão cada vez mais longe. Já estamos à espera da próxima…