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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 13/02/2021

Eulogia de uma lenda do jazz.

Chick Corea, uma vida movida a descoberta

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 13/02/2021

Traçar o perfil de lendas do jazz é tarefa condenada a fracassar. No caso de Chick Corea, os tentáculos e ramificações da sua música e influência são de tal forma abrangentes que qualquer tentativa de os mapear de forma detalhada daria, no mínimo, forma a um livro. A sua carreira foi tão profícua que lhe valeu 65 nomeações e 23 atribuições de GRAMMYs, números que o tornam o quarto artista mais nomeado de sempre em toda a história do troféu. E como se não bastasse, arrecadou ainda três GRAMMYs latinos, mais do que qualquer outro artista na categoria Melhor Álbum Instrumental.

Chick Corea foi indubitavelmente um dos grandes pianistas do jazz nos últimos 60 anos, tendo infelizmente falecido no último 9 de Fevereiro, aos 79 anos, devido a uma forma rara de cancro. A notícia foi divulgada pela família através de uma publicação nas redes sociais, em que também é revelada a última mensagem do músico, que expressa que “a [sua] missão foi sempre trazer a alegria de criar onde quer que pudesse” e que a riqueza da sua vida foi “tê-lo feito com todos os artistas que tanto admirava”.

Vivia-se o ano de 1941 – fatídica data em que os Estados Unidos da América se envolveram oficialmente na Segunda Guerra Mundial – quando, a 12 de Junho, nasceu Armando Anthony Corea, na cidade de Chelsea, Massachusetts. Proveniente de uma família com origens em Catanzaro, capital da Calábria, no sul de Itália, Chick – alcunha que lhe foi atribuída por uma tia, derivada do termo cheeky (atrevido, em português) – constituía assim a terceira geração de emigrantes dos Corea, família que cultivava uma forte tradição musical. Como conta o próprio, o seu avô “tocava um pouco de bandolim”, e o seu pai “era um bom trompetista que adorava Miles e Bird”. Aliás, o seu pai – também chamado Armando Corea — chegou mesmo a ser trompetista profissional, liderando vários grupos de dixieland na área de Boston. O seu progenitor foi, então, a principal influência que levou Corea a começar a estudar piano clássico com apenas quatro anos, apesar do contacto com o jazz ser uma constante já na sua infância, maioritariamente através da vasta de colecção de discos disponível em sua casa. Este era um lar em que, aliás, havia sempre “músicos por perto”, pois o seu pai, depois dos concertos, frequentemente fazia-se acompanhar dos seus companheiros de banda no regresso a casa, momentos em que a sua mãe, Anna Corea, “cozinhava alguma massa” para todos. E assim cresceu Chick, no auge do bebop, por entre músicos e instrumentos – o piano e a bateria –, e ao som de Dizzy Gillespie, Charlie Parker e Bud Powell, artistas que viriam a influenciar profundamente as preferências estéticas e percurso musical do então jovem Corea.

Nova Iorque nos anos 50 era um caldeirão em permanente efervescência criativa que acomodava alguns dos melhores pianistas do jazz, tais como Bud Powell, Bill Evans, Thelonious Monk e Horace Silver. Possivelmente atraído por este cenário deslumbrante para qualquer aspirante a músico, Chick decidiu ir estudar piano para a Columbia University – que frequentou durante apenas um mês –, à qual se seguiu uma experiência de um semestre na Juilliard School. Porém, se as salas de aula da academia não resultaram para Chick – facto que não é de todo incomum, podendo nomear-se o também pianista Keith Jarrett ou Miles Davis como instâncias que passaram por experiência similares –, o mesmo não se poderá dizer da sua gravitação natural em torno dos clubes de jazz, locais de trabalho onde começou a desenvolver a sua actividade profissional e que lhe permitiram evoluir a nível técnico, composicional e performativo.



O início da sua carreira foi marcado por passagens pela banda de Cab Calloway, às quais se seguiram participações em grupos de jazz latino – fusão tão em voga na época – liderados por Mongo Santamaria (autor do standard “Afro Blue”, recentemente revisto no Rimas e Batidas, com quem gravou Go, Mongo!, em 1962) ou Willie Bobo. Depois, as colaborações com Blue Mitchell, Herbie Mann, Stan Getz, Cal Tjader, Donal Byrd e Dizzy Gillespie, artistas com quem gravou discos como sideman para editoras como a Blue Note, Verve, Atlantic ou Decca. Já o seu primeiro álbum de estreia como líder de banda, Tones For Joan’s Bones, seria gravado em 1966, tendo Chick optado pela configuração de trio mais comum no jazz, eternizada por Bill Evans, na qual o piano é acompanhado por contrabaixo e bateria, neste registo específico a cargo de Steve Swallow e Joe Chambers, respectivamente. E se a sua estreia como autor consistiu em navegações pelo hard bop, foi o seu segundo disco, Now He Sings, Now He Sobs –– em que Chick tocou ao lado do contrabaixista Miroslav Vitous e do baterista Roy Haynes –, que o catapultou para a ribalta, elevando-o a um patamar superior graças a uma original abordagem ao género que constituiu o fulcro musical do seu predecessor, aqui todavia estendido ao limite através de sucessivas incursões pelo avant garde. Assim, se apenas dois anos separaram as gravações destes dois primeiros álbuns, o salto artístico foi evidentemente superior ao salto temporal, com Chick a passar de apenas tocar hard bop para o começar a testar em todas as suas dimensões.

E como qualquer músico que em Nova Iorque desse nas vistas não passaria despercebido a Miles Davis — que sempre foi conhecido por ser um caçador de talentos, porventura pouco preocupado com o ensinamento dos músicos que o acompanhavam, mas seguramente detentor de um dos mais apurados faros musicais que existiu –, Chick Corea também não foi excepção, juntando-se rapidamente às formações do trompetista. Tudo aconteceu no Outono de 1968, altura em que Corea participou em sessões comandadas por Miles, substituindo Herbie Hancock em gravações que só seriam lançadas anos mais tarde, em Water Babies (1976). No entanto, ainda nesse ano, Corea chegaria mesmo a fazer a sua primeira aparição num disco de Miles, ao surgir em “Frelon Brun” e “Mademoiselle Mabry”, temas de Filles de Kilimanjaro. Já o seu piano eléctrico foi presença assídua em In a Silent Way (1969), Bitches Brew (1970), at Fillmore (1970) e Live-Evil (1971), álbuns que marcam uma gradual e plena conversão às sonoridades lisérgicas e caleidoscópicas da célebre fase eléctrica do trompetista. A colaboração entre Corea e Miles ficou visualmente perpetuada em Call it Anything, filme pertencente ao documentário Miles Electric: A Different Kind of Blue que registou o concerto ocorrido no festival da Ilha de Wight, em 1970, no qual Keith Jarrett também participou. Este último nunca foi devoto da abordagem eléctrica ao piano jazz – segundo ele, desprovida das nuances tímbricas e da virtude tonal do piano acústico com os seus naturais overtones –, facto que, aliás, motivou a que a sua relação musical com Miles Davis nunca se fortalecesse. Pelo contrário, Corea viu nos electrões um potencial que viria a ter impacto em toda a sua carreira futura, indelevelmente marcada por inúmeras explorações pelo domínio do denominado jazz fusão, território também vastamente investigado por Miles Davis, porém segundo uma perspectiva diferenciada. Este encontro entre Corea e Jarrett é um perentório exemplo da forma como, apesar de uma convergência momentânea, dois pianistas geniais, devido a possuírem abordagens e visões da música profundamente distintas, sofreram uma evolução totalmente divergente. Ainda assim, apesar destes futuros desencontros, ambos levaram para casa desta experiência uma colaboração que se revelaria prolífica – Dave Holland. A propósito, foi com este contrabaixista que Chick formou o quarteto vanguardista Circle, ao qual também pertenceram o baterista Barry Altschul e o saxofonista Anthony Braxton. Dos três álbuns lançados pelo grupo, indubitavelmente o mais bem conseguido foi o Paris-Concert, gravado em 21 de Fevereiro de 1971 para a etiqueta ECM e um ponto alto do free jazz da época.

Apenas num parágrafo foram referidos três dos mais geniais pianistas de jazz dos últimos 60 anos: Chick Corea, Herbie Hancock e Keith Jarrett, todos músicos com talento e características singulares, factos que os levaram a tocar nas formações de Miles Davis e, graças a isso, a se cruzarem em algum momento durante a sua juventude. Chick e Jarrett pouco ou nada colaboraram depois deste seu encontro inicial – Jarrett, aliás, sempre foi mais individual e menos dado a colaborações fora do círculo habitual de músicos com que trabalhava. Já o mesmo não se poderá dizer da dupla Corea-Hancock, pianistas que, por várias vezes, ao longo da sua carreira, realizaram digressões em conjunto para apresentarem o seu dueto acústico (recorde-se o concerto da dupla em Portugal, no CoolJazz Fest 2015, em Oeiras), tendo, inclusive, sido lançadas em disco algumas das gravações feitas durante gigs que integraram a tour de ‘78. E por falar na década de 70, talvez tenha sido esta a época de ouro de Chick Corea, na qual o pianista floresceu em vários domínios, propulsionando, desta forma, o jazz a consigo se abrir e evoluir.

O incontornável marco deste período são os Return to Forever, banda de jazz fusão que, no final de 1971, uniu Chick a Stanley Clarke (contrabaixo), Joe Farrell (saxofone e flauta), Airto Moreira (bateria e percussão), e a cantora Flora Purim. Nos dias 2 e 3 de Fevereiro de 1972, os Return to Forever gravaram o seu álbum de estreia pela ECM, obra homónima que inclui o famoso tema “La Fiesta”. Há que notar e enaltecer o papel que a ECM teve em momentos-chave do percurso de Chick Corea (assim como no de tantos outros músicos americanos, alguns já anteriormente referidos, e.g. Jarrett), provavelmente a única editora “major” (muitas aspas) que, à data, continuava desprendida do capitalismo americano, modo económico que impunha que a música tivesse impreterivelmente que possuir um valor de uso e um valor de troca, características que a tornariam, consequentemente, uma mercadoria com a qual seria possível produzir capital. No entanto, num acto que ora pode ser visto como de valorização suprema da arte ora como uma táctica premeditada, a editora teutã sempre enfatizou o valor de uso em detrimento do valor de troca, tendo, ironicamente, alcançando com esta estratégia editorial grandes sucessos comerciais, muito derivado à abordagem pouco convencional na edição, que trazia a público sonoridades que mais nenhuma chancela se arriscava a lançar. Falamos de uma altura em que os músicos americanos de jazz vinham para a Europa para gravar o que de mais íntimo o seu universo musical tinha para expressar, dado que, por virtude dessas ideias não serem à partida comercializáveis, eram prontamente rejeitadas pelos selos americanos.



Sete meses depois do homónimo de estreia dos Return to Forever, em Setembro de 1972, Chick regressou a estúdio com a mesma formação para gravar o clássico Light as a Feather, uma pérola do jazz fusão (que inclui a célebre faixa “Spain”), em que os ritmos e o balanço brasileiro são trazidos à tona com a leveza e parcimónia de quem sempre esteve destinado a estar junto, como se houvesse sido mero infortúnio o desfasamento passado. Ademais, em Novembro de 1972, Chick também gravou Crystal Silence em dueto com o vibrafonista Gary Burton. Mais uma vez, um encontro inusitado, mas sublime, que só poderia ter sido editado pela ECM e que incentivou projectos posteriores como o Duet: Chick Corea & Gary Burton (1979), Lyric Suite for Sextet (1982) ou The New Crystal Silence (2008).

Dado a matriz sobre a qual trabalhou com Miles alguns antes, não foi de todo surpreendente que Chick tivesse enveredado pelas ditas sonoridades de fusão, nas quais o jazz se imiscuía progressivamente e de forma cada vez mais homogénea com o rock e a pop. Assim sendo, esta foi uma vertente estética na qual Chick apostou muita da sua energia, tanto que, em 1973, os Return Forever lançaram o seu terceiro álbum – Hymn of the Seventh Galaxy –, registo que trouxe consigo (perdoem-me a reificação) uma vertente muito mais rockeira da banda, muito graças à entrada do guitarrista Bill Connors e do baterista Lenny White. Seguiram-se Where Have I Known You Before (1974), No Mystery (1975) e Romantic Warrior (1976), nos quais Al Di Meola substitui Bill Connor na guitarra, sendo o último o álbum de estúdio mais vendido de sempre da banda. E apesar do próprio nome conjecturar um regresso ao eterno, dita fantasia tinha os dias contados, tendo, no entanto, ainda havido tempo para o lançamento de Musicmagic (1977) e Live: Complete Concert (1978), discos que contaram com uma formação alternativa que incluía o baterista Gerry Brown e a cantora e futura esposa de Chick, Gayle Moran. A fórmula da fusão havia-se esgotado, tendo o grupo apenas regressado a estúdio já no novo milénio.

Não obstante o grande espírito colaborativo que demonstrou ao longo da sua vida, o pianista realizou também travessias no deserto, se assim se poderão apelidar as suas incursões pelos modos artísticos em que se apresentou sozinho ao comando das binárias teclas do piano. Neste plano, são de nomeação obrigatória os dois volumes de Piano Improvisations (1971 e 1972) e o pináculo da sua criação a solo Children’s Song (1984) — todos, claro está, edições ECM –, assim como Delphi I: Solo Piano Improvisations (1978) e o tríptico Standards (1999), Originals (2000) e Portraits (2014), constituintes da série Solo Piano que foi lançada pela Stretch Records, editora criada em 1992 e da qual Chick era dono e fundador. Curiosamente, Corea chegou mesmo a realizar vários solos em Portugal, o primeiro no contexto do Lisboa 94 – Cidade Europeia da Cultura, no Teatro S. Luiz, seguido de concertos no Centro Cultural de Belém e no Coliseu do Porto, em 2007. A dimensão de solista não foi, porém, um registo em que Chick conseguisse atingir o brilhantismo de, por exemplo, Jarret, constatação que não retira qualidade e uma aura de musicalidade superior a estes trabalhos a solo.

Mas a curiosidade do músico sempre o estimulou a procurar novas parcerias musicais que o obrigassem e encorajassem a explorar diferentes geografias sónicas. São exemplos deste espírito de permanente descoberta os maravilhosos duetos pianístos On Two Pianos (1983), com Nicolas Economou, The Meeting (1983), com o pianista clássico Friedrich Gulda, e o recente Duet: Chick & Hiromi (2008), com a japonesa Hiromi Uehara; a argúcia post-bopiana demonstrada em Trio Music: Live in Europe (1984) pelo então revitalizado trio autor de Now He Sings, Now He Sobs; o swingado Three Quartets (1981), que o juntou a Michael Brecker (saxofone), Eddie Gomez (contrabaixo) e Steve Gadd (bateria); as colorações espanholas pintadas em de Touchstone (1982), que contou com a participação do guitarrista de flamenco Paco de Lucia; ou as recentes parcerias com o banjoísta Bela Fléck, que resultaram em The Enchantment (2007) e Two (2015), ambos pertencentes ao catálogo da Concord. Enfim, exercícios de nomeação e selecção tornam-se difíceis quando a qualidade de uma discografia tem a dimensão e grandeza da de Chick Corea.



Durante a segunda metade dos anos 80 e a primeira dos 90, Chick reapareceu na esfera do jazz fusão com a sua Elektric Band, formada por Dave Weckl (bateria), Eric Marienthal (saxofone), John Patitucci (baixo) e Frank Gambale (guitarra). Esta é uma fase da carreira do pianista – que regularmente se apresentava de keytar em punho – geradora de reacções dicotómicas, ora de amor ora de ódio. Apesar disso, foi uma época produtiva em termos discográficos, com cinco títulos com esta formação que ficam nos anais da história: Elektric Band (1986), Light Years (1987), Eye of the Beholder (1988), Inside Out de (1990) e Beneath the Mask (1991). A Chick Corea Elektric Band chegou mesmo a realizar uma curta digressão em Portugal, apresentando-se nos coliseus de Lisboa e Porto, em 1992, tendo as prestações sido, porém, mal recebidas por alguma da crítica portuguesa. Dita “repulsa” é de compreensão natural: a música desta banda eléctrica extravasa a todos os níveis os domínios do jazz, aventurando-se mais do que nunca não só pelo rock, mas também por modos de composição e improvisação altamente progressivos. Porém, Chick não era homem de uma só visão. Para equilibrar a balança, em pleno contraponto com a eléctronica da sua Elektric Band, formou a Akoustic Band, à qual pertenciam membros daquela — viz. Patitucci e Weckl –, e com quem gravou em trio Akoustic Band (1989) e Alive (1990). Estas duas faces da mesma moeda eram então cunhadas pela GRP Records, editora que também lançou Paint the World (1993) da Elektric Band, álbum gravado com uma formação diferente da original.

Pouco antes da viragem do século, assistiu-se a mais uma interessante fase da carreira de Chick, caracterizada por um renovado interesse pela música erudita que teve como frutos diversos projectos de sucesso. O pianista regressava às bases da sua aprendizagem pianística, gravando, em primeiro lugar, The Mozart Sessions (1997), que contem reinvenções dos concertos para piano e orquestra no. 21 e 23 de Mozart, nos quais Corea e a St. Paul Chamber Orchestra são comandados por Bobby McFerrin, o maestro de serviço. Ademais, compôs também um concerto para piano — o seu primeiro e único –, que foi apresentando em 2000 com a Orquestra Filarmónica de Londres, e ainda um concerto para quinteto de jazz e orquestra de câmara denominado The Continents (2012). Ambos são discos de fazer inveja a George Gershwin, quais notáveis tentativas de estabelecer pontes concretas entra a música clássica e o jazz.

Em consequência das ligações existentes entre a sua Stretch Records e a Concord Records – aquela pode ser considerada uma subsidiária desta que se encontrava sob a direcção artística de Corea –, nos últimos anos a maioria dos discos do pianista têm vindo a público através do selo da Concord. Deste conjunto de edições, é relevante mencionar The Vigil (2013) – tocado num sexteto que reúne várias promessas — ou o ainda fresco Plays (2020), o seu derradeiro trabalho, que contem gravações em que toca (sobretudo) a solo em várias salas mundiais, interpretando Mozart ou pianistas-compositores românticos como Chopin ou o místico e de dificílima execução Scriabin, com espaço ainda para visitar a música de Stevie Wonder ou algumas das suas composições originais para piano solo, tais como as canções para criança. Um autêntico deleite para os ouvidos e para o espírito, prova imaculada da amplitude musical e prodigiosa capacidade técnica de Chick Corea.

E esta foi a eulogia de uma lenda da música, alguém que, possuidor de uma talento, ecletismo e sensibilidade musical ímpares, sempre se distinguiu pela originalidade e sofisticação com que abordou os projectos nos quais embarcou, bem como pela coragem e ousadia com que trespassou barreiras e convenções de modo a fazer a música expressar o que de mais profundo a alma humana possui. Numa última mensagem que nos deixou, afirmou que “[era sua] esperança que aqueles que têm uma inclinação para tocar, escrever, representar […] o façam. […] Não é apenas porque o mundo precisa de mais artistas, mas também porque é muito divertido”. Se assim o disse, era porque seu desejo era – deixará muita saudade.


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