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Texto: Paulo Pena
Fotografia: Vera Marmelo
Publicado a: 20/05/2021

Rap para gente sentada.

nastyfactor na ZDB: voltar a ser feliz ao vivo

Texto: Paulo Pena
Fotografia: Vera Marmelo
Publicado a: 20/05/2021

Para terminar, estás a planear alguma apresentação, talvez mais intimista, para assinalar esta estreia num álbum a solo? 

Por acaso não estou a pensar nisso. Pode acontecer, pode haver essa oportunidade, mas não estou a pensar nisso, sinceramente.” 

Na semana do lançamento do primeiro álbum a solo de nastyfactorA Vida dos Felizes, o rapper e produtor de Mem Martins, em conversa com o Rimas e Batidas, não projectava planos de apresentação do seu disco ao vivo. No entanto, não fechava essa porta para o caso de surgir a tal “oportunidade” cujas circunstâncias dentro das limitações consequentes da presente pandemia o permitissem. Assim, editada em finais de Novembro de 2020, a estreia de António Silva a solo num longa-duração foi consumada ao vivo meio ano depois, a dia 19 de Maio, já em 2021, na Galeria Zé dos Bois em parceria com a Tranquilow, que promoveu o showcase directamente com o artista e em parceria com a sala lisboeta.

As portas tinham hora de abertura prevista para o fim da tarde, pelas 19 horas, mas no soundcheck já se fazia sentir a energia do que se ia passar na hora seguinte, e grande parte do alinhamento foi testado ao pormenor, quase como um ensaio geral técnico, para afinar todos os botões e aparelhos das ferramentas dos vários artistas que iam actuar. O membro do colectivo GROGNation levou consigo Prizko, outro dos elementos do grupo de Sintra, para cantarem sobre a sua “Vila” – uma das participações do álbum – e ainda a sua “MOB” – um dos singles que juntos lançaram recentemente. Para outra colaboração do disco, nasty convocou também AJ (que no fim do concerto disponibilizou para venda umas quantas cópias físicas do seu EP O MSM O, captado e misturado pelo companheiro e protagonista da noite que tinha também em mãos exemplares do seu primeiro projecto fora da GROG, o EP Adrenalina, e do seu novo álbum), e lado a lado fizeram a “Caminha” em palco, com Mike Find Mind, na rectaguarda, responsável pelo som e pelo apoio vocal, que se chegou à frente, perto do final, para entrar na onda de nasty e cantar, a meias, a “Surfista Prateado”. E porque “ninguém caminha com a ‘sua’ turminha”, os convidados desta comitiva, que assistiram ao espectáculo dos parceiros no backstage, não podiam deixar de ser parte do círculo restrito destes rapazes: Harold e Filipe Feio marcaram presença num das primeiras actuações de nastyfactor em nome próprio. 

O que seria de esperar era uma apresentação intimista, pelos vinte lugares prontamente reservados, numa sala escura com dois focos de luz pouco intensos e uma cortina vermelha por trás a acentuar esse ambiente solene. Ainda assim, nem as medidas de segurança impostas pela situação pandémica coagiram a força de nasty e companhia, e o grande desafio para os espectadores foi acompanhar os versos bem estudados, do início ao fim, sem descolar os corpos dos assentos ou puxar as máscaras para baixo em momentos efusivos proporcionados por temas como, e a título de exemplo, “Escáfia”.  

Desta forma, e em certa medida, de intimista a apresentação teve pouco. Se no fim nastyfactor revelou que este havia sido o seu terceiro ou quarto concerto em nome próprio, ao que Mike Find Mind respondeu “ou segundo…?”, o que ficou foi que o multifacetado artista está mais que pronto para enfrentar palcos maiores com o seu nome em letras garrafais nos cartazes e que pode contar com aqueles que o apoiaram nesta performance. Ninguém diria que esta foi uma das primeiras reuniões que fizeram nestes moldes. E ao que tudo indica há mais destas para acontecer em breve… 


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