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Fotografia: Daniela Silva
Publicado a: 11/02/2021

Jogadores reformados do Pro Evolution Soccer mudam de ares em SET FORMATION.

[Estreia] PES-$HOP BOYS lançam o videoclipe para “TROMPESSOA”

Fotografia: Daniela Silva
Publicado a: 11/02/2021

“Livre é directo, sai conquilha”: os PES-$HOP BOYS batem forte para uma subida no terreno à boleia do videoclipe de “TROMPESSOA”, assinado por R.I.P. MARIACHI.

Não teve direito a transmissão televisiva e nem mesmo as casas de apostas mais à margem permitiram prever ou acompanhar o jogo que ditou a subida de divisão dos PES-$HOP BOYS, mesmo a tempo de fechar 2020 com chave de ouro. Foi à tangente, por um a zero, mas motivo de um orgulho enorme por parte de uma equipa despida de cinco dos seus elementos e que apenas actuou com nove jogadores em campo. “Onze contra onze, levavas cinco ou seis”, já dizia o outro. E aqui a lógica aplicada pode muito bem ser a mesma.



Em 2018 davam a cara pela primeira vez nas “distritais”, ainda com muitos dos seus homens à experiência no clube na expectativa de cair nas graças dos três colegas que sozinhos pavimentaram o que foi apresentado em PRESS ANY BUTTON, um trabalho instrumental que mostrava a vontade do grupo da Zona Centro em desviar-se das normas sónicas da moda. Era quase como voltar às experiências em torno do losango para ganhar pulmão e dinâmica no meio-campo, colocando de lado a trend febril do gegenpress ou do tiki-taka.

Com um plantel mais composto, POST MALGANI, A LENDA, A$AP ROSSA, BUDDA TEMPAH, HULLI MAD, LIL PANI$KA, NAMORADA DO GENÉTICO, QUIELBOY Q e YÜNG QUESTESMO — com 2 CHARUTON, D.BENT, DENZEL CHICO, GENÉTICO e MIZENEL GAMBINO a mandar bitaites a partir do banco — deixaram patentes quais os objectivos para as épocas que se seguem em SET FORMATION, editado no passado dia 31 de Dezembro. Um álbum de estreia inspirado no franchise Pro Evolution Soccer, especialmente os capítulos que fazem parte da era em que os nomes das equipas e jogadores não estavam ainda licenciados.

Claustro ou RIP TUFO são as duas cartas já nossas conhecidas mas que surgem completamente baralhadas em PES-$HOP BOYS, uma formação hackeada com novos alter-egos e os atributos elevados ao máximo. Não são apenas trap, são offside trap. Mais do que boom ou bap, são cacetada e pontapé para a frente. Nas rimas, mais quotable do que compilações de melhores momentos de conferências de imprensa desportivas. São Konami num universo que já quase só consome Electronic Arts. Nas entrevistas? Respondem com reviengas ou chutam para canto com a classe de um Ronarid.



Depois da demo em 2018, o jogo completo. De onde surgiu esta ideia de abraçar o mítico simulador de futebol da Konami?

[QBQ] Mas há outro?

[AR] Surgiu no início de 2006 quando o Quiel decidiu recrutar ex-jogadores retirados do PES5 para se fazer uma banda sonora para o PES6.

[YQ] Perante o estado do rap na zona centro tivemos de agir.

[HMV] Já não me lembro. O período de tempo revela-se inundado em fumo, pelo que a ideia principal é dissociarmos-nos do simulador e transpormos a nossa arte para a realidade em que a maioria da espécie humana se encontra. Encontrar a simbiose perfeita entre o calendário peshopiano e o calendário gregoriano.

[BT] Respondendo por outros meios: Baudrillard (simulação, simulacro, simulador), Mark Fisher (nostalgia e fantasminhas brincalhões) e trauma geracional (a morte do Dino).

Tem sido fácil orquestrar um projecto com tantos nomes envolvidos, especialmente agora, que estamos numa altura em que devemos promover o distanciamento social?

[QBQ] O único distanciamento social que conhecemos é o Adriano a 40 metros da baliza. Não podendo cuspir nos enemies, cuspimos barras.

[YQ] Ya, mas o 3K também não quer aparecer.

[HMV] Um negacionista.

[YQ] A cena do Bondage mexeu muito com ele.

[AR] Já só tira a máscara para fumar basúlios.

[BT] Bom, devíamos tentar responder à pergunta que foi feita. Diria que, num grupo como este, só existe uma maneira de orquestrar um projecto com tantos nomes envolvidos na era do distanciamento social: através de sinais de fumo.

Como foi a distribuição das tarefas para chegar ao SET FORMATION? Quem fez o quê neste projecto?

[HMV] Tomando de assalto a teoria de Bandura, PES-$HOP observou os mestres do kebab e aplicou a sua própria mestria na arte de criar e servir aquela meal-deal sem data de validade. Quiel e Hulli criaram a base da guarnição sónica em que cada membro adicionou a sua especiaria, através das Maneiras Escrupulosas.

[AR] Eu só dei o bitaite. O Chef Anal fez o pitéu.

[YQ] Vocês sabem como é que é a linha de montagem do Kebabish? O Hulli normalmente mete o pão pita no microondas…

[HMV] …depois do chuto. Claro, um gajo ‘tá no Intendente.

[AR] O Quiel pega no papel de alumínio. E espalma.

[BT] Parece-me importante referir que não há aqui nenhuma sobra de metáfora ou analogia. Estamos mesmo a falar de droga.

Relativamente aos suplentes, há trocas ao intervalo? Há uma segunda parte sequer nos vossos planos?

[HMV] ‘Tão não vamos, caralho? O producer-mor está a estruturar as indicações sónicas que nos guiarão a lançar o intervalo e a segunda parte. E em relação aos suplentes, eles estão na linha de água para serem despedidos.

[YQ] O Paniska não acrescenta nada à equipa.

[QBQ] São sobretudo tokens.

[AR] Sim, temos primeiro de resolver uns conflitos de balneário, vamos aproveitar o tempo de intervalo para serenar os ânimos.

[BT] Parece-me importante referir que, para esta colectividade, “serenar os ânimos ao intervalo” tem um significado que remete para aquele episódio em que o Alex Ferguson atirou uma chuteira contra o sobrolho do Beckham. Aqui só vale bujas.

Pelo detalhe audível na produção, a escolha minuciosa dos soundbites e, claro, pela inclusão de MCs, este é um salto consideravelmente grande em comparação com o PRESS ANY BUTTON. Houve um cuidado diferente na preparação deste disco?

[AR] https://www.youtube.com/watch?v=YwgnZDohPfY

Quanto à MILH Records: esta é uma casa para os PES-$HOP BOYS ou há por aí também planos para editar outros nomes e saltar para fora desse vosso universo enquanto grupo?

[QBQ] OGG, Praga, LIL DJOU DJOU e Fernave também compõem a cachupa que é MILH®.

[HMV] Isto dá para tudo menos para wannabes. É uma casa, não é um claustro. Na Fernave é que se aprende.

[YQ] Estamos a tentar assinar a Carolina dos Cavalos.

[AR] Vamos editar as Sobras Completas das vossas mães.

[BT] Isto é, de facto, tudo muito lamentável.


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