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Descobrir música nova não será a melhor forma de começar 2021? Henrique Silva e Luís Firmino acreditam que lançar “Catá Bórre” é a maneira mais adequada de estender o tapete a um novo ano que pretendem que seja de divulgação e colheita de bons frutos das suas criações que nem um ano de pandemia conseguiu estragar. Eles são os Acácia Maior e com a ajuda da interpretação de Lula’s (aka Cachupa Psicadélica) misturaram a morna e o reggae para falar “sobre o povo cabo-verdiano e em particular dos artistas e músicos que estão cá fora a representar a música cabo-verdiana”, explica Henrique Silva.
“A cantar, a dançar, a espalhar a cultura de um povo e não catá bórre“, escreveu Luís Firmino para o instrumental de Henrique que reforça que “é muito importante o sustento daquilo que fazemos, mas não é esse o principal foco, não é catar o barro, é representar a nossa cultura, é espalhar aquilo que sabemos fazer e o dinheiro será uma coisa que vem depois por acréscimo”.
O grande objetivo dos dois jovens artistas cabo-verdianos, residentes em Portugal, é continuar na sua cultura e na a sua tradição e “transformá-la, fazê-la ir por outros caminhos”, conforme nos confessa o multi-instrumentista e produtor deste novo colectivo com o carimbo Tabanka Records. Assim se explica a junção da morna ao reggae, um estilo de Cabo Verde casado com um importado do outro lado do Atlântico mas tão amado pelos cabo-verdianos. Porém, nem só destes dois ritmos se fará o álbum que os Acácia Maior contam lançar perto do Verão de 2021. Querem dar “um powerzinho àquilo que se faz no Norte”, sendo S. Vicente a ilha de ambos e também da maioria dos artistas que chamarão para esta constelação.
Podemos esperar “ritmos da coladera, da mazurka, do cola san jon, do zouk e do funaná”, com instrumentistas de vários grupos como os Rubera Roots Band e até a voz de Danilo Lopes da Silva dos Fogo Fogo. Débora Paris e Eliana Rosa, que já aparecem no videoclipe do primeiro tema, também participam num dos próximos singles, a ser lançado já em Janeiro ou Fevereiro de 2021.
Enquanto esperamos pela banda sonora do novo ano, podemos espreitar outros trabalhos de Luís Firmino e Henrique Silva. Os dois jovens emigrados em Portugal para estudar engenharia têm cartas dadas na música tradicional com o Trio Mêd e participações em muitas outras bandas de acompanhamento de artistas. A Tabanka Records — nascida como uma loja de discos — vai também começar a lançar as suas próprias produções. Além de Acácia Maior, Henrique Silva, com quem falámos, participa em algumas remisturas e DJ sets da label que vão entretanto ganhar corpo em vinil.
Fica a sugestão para animar a primeira segunda-feira de 2021: uma mix de Mama Demba, DJ que também contribui para “Caté Bórre”.
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