pub

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 01/04/2021

Brilhos, horrores e camisas.

SICBOY3000: “Todas as pessoas com quem trabalho acabam por me influenciar”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 01/04/2021

SICBOY3000 é um dos nomes que saltam à vista quando navegamos pelo universo do cloud rap português. Já vestiu a pele de Peter Pain e foi nesse projecto que as suas primeiras linhas se fizeram ouvir. Parte do colectivo horrorclub, o artista envolveu-se em colaborações musicais com nomes como rkeatum6ra, Lon3r Johny, LOUIS DVART, entre outros. Mais tarde vimo-lo abraçar o seu actual alter-ego no lançamento do 3113 EP, um trabalho coeso em que a voz e a abordagem diferem muito daquilo que é feito pela maioria dos rappers em território nacional, com encontros e desencontros da voz sobreposta com a batida a gerar um som que é a sua incontestável assinatura.

Em MMM já see escuta um SICBOY mais maduro. Podemos ligar essa evolução a um salto técnico significativo que se traduz em melhor qualidade na mistura e masterização, e só temos de agradecer a CRIPTA por fazê-lo da melhor forma. A sua voz encontra-se mais perto de atingir o seu potencial máximo neste curta-duração com músicas de dança, singles que ficam no ouvido e uma música sobre estar em Lisboa de camisa.

Em meados de Fevereiro, o artista lançou o single “Lágrima” e deixou a promessa de que em 2021 ainda vamos ouvir falar mais de si.



Primeiro gostaria de saber como surge o SICBOY3000. Regressar um bocado às origens e, se calhar, começar por te perguntar o que é o horrorclub e como é que isso influencia o que ouvimos hoje de ti?

SICBOY3000 nasceu em 2019, depois de outros projectos que tive. O último foi o Peter Pain, que tive na altura do início do horrorclub e ao qual podem sempre voltar.

O horrorclub era um grupo de pessoas que partilhavam interesses, o Lon3r e o Manta já eram meus amigos, o LOUIS também o conhecia. O rkeat, eu e mais estes nomes que falei fundaram o horrorclub, mais tarde o um6ra e o mizu também se juntaram.

O horrorclub em si acho que não tem grande influência na música que faço hoje em dia. Mas todas as pessoas com quem trabalho acabam por influenciar.

Uma ideia que fica do teu trabalho é que dedicas grande parte do teu tempo para experimentações com a voz. Dirias que o auto-tune é uma ferramenta importantíssima para o teu trabalho? Se sim, porquê?

Eu gosto de auto-tune, é uma viagem diferente. Mas também tenho sons menos melódicos como o “MUMBLE LOVE”. Não diria [que o auto-tune é] essencial, mas faz muito parte do que gosto de fazer.

Dirias que a moda anda de mãos dadas com o teu trabalho? Como é que te equilibras e manténs actualizado nesses dois campos (moda e música)?

O estilo é uma forma de expressão e eu tudo o que seja criativo acabo por gostar. A base do meu estilo é o conforto, gosto de me vestir bem mas não gasto muito dinheiro — é mais à base de roupa em segunda mão e cenas do género.

Os produtores com quem tens trabalho publicado, como o CRIPTA, rkeat, um6ra e DRVGジラ, vêm de escolas diferentes de produção musical. Ao mesmo tempo também são nomes de referência em algumas das transformações mais recentes do som português. Como é que estas junções acontecem?

O rkeat e o um6ra eram do horrorclub, o DRVGジラ foi através do um6ra.
O CRIPTA é a pessoa com quem tenho feito mais cenas, e é quem tem trabalhado no mix/master dos meus sons.

Como descreverias o teu disco MMM? Qual é a mensagem principal da obra? O que te levou a escrever a “Brilha”, “VVS” e “Freestyle”?

É um pouco da minha vida e de mim, não tem assim uma mensagem unificada e clara. O “BRILHA”, que é beat do UM6RA, é uma vibe de Lisboa. Sempre gostei de Lisboa, gosto de camisas e merdas que brilham, e falei disso numa vibe meio fado. O “VVS” é um som de amor e o “FREESTYLE” é um desabafo.

Como é que manténs (ou não) a criatividade viva nesta pandemia que estamos a viver ?

Mantenho mais ou menos o mesmo nível de criatividade, pode é alterar o tipo de som que faço.

O que podemos esperar de SICBOY3000 para o ano de 2021?

Músicas soltas, um EP, EUROPACLUB está aí, acabar um EP com o CRIPTA e algumas participações devem surgir. 


pub

Últimos da categoria: Entrevistas

RBTV

Últimos artigos