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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 11/06/2021

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Marca Pistola: “Isto é só o início de algo muito grande, de um trabalho que nunca se fez mas que tem de ser feito”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 11/06/2021

“Que músicos açorianos conheces?” Esta foi a pergunta feita por Luís Banrezes já no fim de uma conversa que foi para lá da entrevista e que pode muito bem ser o resumo de toda a motivação e história por trás da existência da Marca Pistola, a nova editora (e talvez mais do que isso) açoriana, que pretende dar a conhecer e exportar o que de bom se faz no arquipélago. Nomes como P.S. Lucas, We Sea, PMDS, Filipe Furtado ou Rapeciaz fazem parte do elenco de um selo discográfico que só quer fazer o bem e que sonha alto e em bom som.

As ondas manifestadas por esta agitação começam agora a atravessar o mar e a Rimas e Batidas foi ao encontro delas. Numa entrevista assente nos vários propósitos que comandam a Marca Pistola ficámos a conhecer o trabalho que tem sido feito no presente, mas que se propõe a ser uma rampa para um futuro mais rico. Falou-se também, e muito, do passado e da chancela que procura os momentos “super engraçados” perdidos nas gavetas e nas memórias dos açorianos, da importância do arquivo, das dificuldades patentes do pequeno circuito musical açoriano, mas também o que marca o som produzido por uma série de músicos que só precisam de mais oportunidades. O futuro ainda só agora começou, promessa de Banrezes, mas a Marca Pistola já espicaça. É bom estar atento a ela.



Não estava nos planos fazer-te esta pergunta, até porque é um pouco off-topic,  mas acho que ganha uma certa pertinência estando tu na tua loja de discos. Fazes parte da organização do Tremor, tens uma agenda cultural, agora uma editora (que já vamos falar dela) e uma loja de discos. No fundo, estás presente em cada uma das etapas desta “cadeia alimentar” musical. Consegues notar que o consumo que há na loja acaba por influenciar tudo o resto que acontece na ilha?

 Consigo, consigo totalmente! Eu sei perfeitamente o que vende na loja, sei perfeitamente o que pode resultar ao nível de espetáculos no Tremor, como também sei qual é a procura e o que as pessoas querem, também, neste novo projeto que é a Marca Pistola. Consigo perceber e criar um fio-condutor disso tudo.

Mas dirias que o som das bandas que fazem parte da Marca Pistola são muito influenciados por aquilo que as pessoas compram e procuram na loja? Eu dei por mim a pensar nisso pelo facto de estarem “cercados”. A importância de uma loja de discos aí se calhar é mais dilatadora de um gosto do que no continente onde tens informação por todo o lado.

Com a globalização e a era digital isso já não é tão fácil de acontecer porque as pessoas ouvem quase todas a mesma coisa. É muito difícil seres influenciador do que quer que seja, no entanto noto perfeitamente a curiosidade, e a vontade das pessoas de virem aqui e se deixarem influenciar. A forma como estás a referir-te às lojas de discos agora, e a minha é a única e a mais ocidental da Europa, podia ser visto antigamente com o aeroporto. Como os aviões não conseguiam fazer as viagens transatlânticas completas, eles tinham de parar aqui obrigatoriamente para reabastecer e aconteciam fenómenos na ilha super engraçados. Por exemplo, na ilha de Santa Maria, que actualmente tem cerca de três mil habitantes, há registos do Frank Sinatra a cantar para as pessoas locais enquanto o avião dele estava a reabastecer. Já se fez um documentário à volta desses fenómenos e da importância que os aeroportos têm e continuam a ter. A própria música influenciou e muito as métricas e as composições açorianas. São completamente diferentes daquelas que temos no continente porque tinham uma grande influência americana. Os discos chegavam aqui com bastante facilidade e as pessoas eram muito influenciadas por isso. Costuma-se dizer que de ilha para ilha ouviam-se coisas completamente diferentes. Em Santa Maria já se ouvia os Led Zeppelin, enquanto aqui ainda estávamos nos Beatles.

No fundo, qualquer projecto que eu faça parte é um olhar para o arquipélago, perceber que estamos rodeados de mar, mas vê-lo não como uma barreira, mas sim como uma oportunidade. Estamos a quatro horas e meia dos Estados Unidos, a duas de Lisboa e do Porto. Quando as bandas americanas vêm fazer tour para Europa, porque não pararem primeiro nos Açores? No Tremor já conseguimos fazer isso com os Moon Duo, por exemplo. Pararam aqui uma semana e depois foram compor o disco para Londres. Então, isso também é possível. É aproveitar o arquipélago, como uma espécie de incubadora, um espaço de residência criativa. É um bocado utópico, mas é muito bonito pensar nisso. Eu sinto que é um belo sítio para se trabalhar e para se desenvolver este tipo de projectos. Era-me impossível abrir uma editora, como eu estou aqui a fazer, no Porto, mas é possível aqui nos Açores. Basta olhar, fazer um planeamento, fazer um mapeamento e arriscar.

Acabaste por tocar num pensamento que me surgiu enquanto preparava esta entrevista. Tal como acontece em Portugal Continental, grande parte dos músicos, para além da música, devem ter outras profissões. Estando nos Açores, conseguir construir uma tour por território continental deve ser extremamente complexo, tanto a nível financeiro como ao nível de compatibilidade profissional. Por isso, a minha pergunta é: tirando a questão linguística, qual é a diferença entre apostar no mercado nacional ou no internacional? Porque, no fim de contas, as dificuldades que um músico encontra acabam por ser as mesmas. Há um plano para usar a Marca Pistola como um veículo de exportação da música açoriana?

A Marca Pistola é justamente isso! Uma criação de registo de uma cena contemporânea açoriana que esta aí e é, sobretudo, a tentativa de conseguirmos exportar o produto para o continente. O projecto surge exactamente com essas questões. De que forma podíamos ajudar as bandas a não deixarem, pura e simplesmente, de tocar porque isso era uma possibilidade. O mercado é curto e, com a pandemia, vemos os poucos espaços que habitualmente podiam receber este tipo de bandas a fecharem porque não conseguem aguentar. Se não tocavam, e se também têm outros trabalhos, automaticamente as bandas deixavam de existir, e isso é uma realidade que não quero. A pergunta que me fizeste é super pertinente porque é muito difícil. Porque é que os festivais no continente não apostam com mais regularidade em bandas açorianas? Uma banda açoriana tem as mesmas oportunidades que uma banda transmontana? Provavelmente terá menos, porque ao nível de custos é muito mais fácil levar uma banda transmontana. Se calhar não vamos resolver a situação, mas será mais fácil para um festival convidar a editora a levar uma ou duas situações ao continente e nós próprios fazemos toda a parte burocrática. Podemos concretizar isso tudo, ajudá-los a construir uma carreira sólida ao nível de imagem, mas também na oportunidade de irem tocar ao continente. O que, no fundo, é aquilo que todas as bandas querem, na verdade, porque o circuito aqui é tão curto que elas fazem uma, duas, três, quatro vezes as mesmas salas e desistem. Eu acho que até é super exótico ter uma banda açoriana num cartaz.

Isso faz-me pensar: até que ponto sentes que existe um som insular? Acreditas que no vosso catálogo existe algo de distinto, algo que marca o som feito nos Açores em relação ao que é feito no continente?

Sinto que há várias influências, de muitas coisas ao mesmo tempo. As bandas não foram escolhidas a dedo, muitas vieram ter connosco porque sabiam que estávamos a fazer este projeto. Foram bandas que se encontraram, sem que nós fôssemos atrás delas, e são todas elas diferentes, contudo, consigo encontrar em todas uma sonoridade que me transporta claramente para o universo que temos aqui nas ilhas, que é uma cadência de tempo baixa, bastante visual. Quando me chega uma coisa nova, eu costumo fazer o exercício de ouvir no carro enquanto ando pela ilha para perceber se esse som se adequa à viagem que eu tenho na ilha, e a maior parte deles sim. Acho que energicamente existe aqui qualquer coisa de diferente, que não existe no continente. Além de notar que existe um lado de inocência também muito grande, e eu gosto disso. Provavelmente porque eles não têm uma perspectiva acabam por ser projectos mais arriscados. Se existe alguma diferença? Não sei, eu sinto que sim, sinto que são dos Açores, não são de qualquer lado.

Falastes da dificuldade dos festivais em terem nomes açorianos nos seus cartazes e da tua vontade de combater isso com a Marca Pistola. Curiosamente, vários projectos que fazem parte da editora só os conheço por causa do Tremor. Sentes que a visibilidade e a qualidade da música açoriana está a evoluir com o festival e agora com a tua editora?

Eu sinto que estas bandas com que trabalhamos não têm qualquer tipo de oportunidade fora dos Açores. Eu vejo muito talento aqui, só que como o mercado não está virado para uma produção independente eles optam por um caminho mais fácil. Existe muito a questão das bandas de covers e é sobretudo nelas que as pessoas apostam aqui, e eu percebo. Tu se tens um bar e levas uma banda de originais provavelmente as pessoas não aparecem. Se levares uma de covers, aquilo aguenta-te toda a noite e está tudo bem.  Agora, a mim o que me preocupava era este movimento de aparecerem e rapidamente desaparecerem porque sentem que não há oportunidades. Agora, para ser assim muito claro, o que acontece é que, quando o Tremor lança as datas, nos primeiros cinco meses recebemos muitos projectos açorianos, eles preparam-se e, quando o festival termina, nunca mais se sabe deles, não dão concertos nem nada. Isso foi uma das reflexões que começamos a fazer. A Marca Pistola foi algo que pensei como possível solução. Vamos apostar nas bandas e criar uma base para elas continuarem, nem que seja para fazer um registo de que existem e estão aí e depois para criar aquela perspectiva de futuro. Acho que o nosso projeto tem, sobretudo, essa função de educar, de criar expectativas, perspectivas, de impulsionar a criação, a questão do espólio. Tudo isso emociona-me bastante porque faz falta, nós não temos. O que vamos tentar fazer aqui é a criação de contextos. Existem festivais como o Tremor, como o Walk&Talk, como o Burning Summer, onde estas bandas têm claramente posicionamento, mas temos de combater um bocadinho esta “zonalidade” e nós próprios, enquanto estrutura, criar esses contextos e situações para que as bandas, quando sobem ao palco, possam ser respeitadas e para que as pessoas também as passem a conhecer. Possivelmente passarão também a ser recrutadas para ir tocar a outros lugares, e assim acabamos por ter um mercado muito mais diverso a nível musical. Para mim é uma grande preocupação levarmos todas as semanas com o mesmo conjunto de 10 bandas. Julgo que temos uma ideia sonhadora, difícil, com muito trabalho pela frente, mas temos de começar por algum lado e acredito que isto do registo, da criação e da oportunidade é fundamental. Fazer algo à séria como também se faz no continente e aí sim podermos estar preparados para a tal exportação que queremos.

Podemos então dizer que grande parte dos fundamentos da Marca Pistola são o mapeamento e a organização de espólio actual?

Totalmente. E futuro. E criámos até uma chancela, que é a Milhafre, que vai ao passado. O Henrique Ferreira é que está a fazer essa recolha de registos que ficaram perdidos, como a situação que falamos há pouco dos aeroportos. É complicado porque estamos a falar de várias gerações de açorianos que provavelmente já nem têm uma ligação forte com a terra. Grande parte da emigração foi para os Estados Unidos e estamos a falar já de primeira e segunda geração de açorianos, muitos deles também seguiram a música, e nós queremos tudo, fazer esse registo para compilar neste tal espólio. E sim, a Marca Pistola no fundo é isso tudo. É mapeamento, organização, registo, ajuda e criação desse espólio que é único. Ainda há pouco estávamos a falar da loja, todos os estrangeiros que entram na loja perguntam-me por música açoriana, e não há registos, desde o Zeca Medeiros ao Luís Gil Bettencourt, não há registos de nada disso, e era uma coisa que me preocupava. Isso fez-me pensar: se há aqui talento e bandas super interessantes, nós temos de registar isto, até para quando as pessoas vierem aqui termos uma panóplia de opções para mostrar.

Essa pesquisa que falaste da Milhafre é feita quase a porta a porta?

Às vezes é, eu já fiz isso. Temos algumas referências, e os Açores tem algumas particularidades interessantes. Tem, por exemplo, uma televisão própria que passava muitos videoclipes na altura e, às vezes, questionamo-nos onde estão os artistas que faziam vídeos na Lagoa das Sete Cidades. Aquilo era tão giro! O Henrique é um estudioso e adora essas coisas, já esteve no arquivo da RTP Açores à procura de material e descobre coisas inacreditáveis, já descobriu músicos açorianos na Califórnia a fazer disco-sound, até nas Berlengas nós já descobrimos artistas com editoras próprias. Tudo coisas com ligações claras aos Açores.

Nós temos o festival mais antigo do país, em termos de continuidade. Temos o primeiro festival a acontecer pós-25 de Abril, na Terceira, que foi uma autêntica loucura, o Woodstock na praia. É  preciso fazer o levantamento dessa história e, acima de tudo, não a deixar morrer. Queremos os registos fotográficos, os registos sonoros, queremos tudo, porque vai contar muitas coisas. Não sei se tu sabes, mas nos anos 80, aqui em São Miguel, houve um movimento de heavy metal poderosíssimo. Nessa altura só se ouvia isso na ilha. No entanto, na ilha ao lado, que fica a 30 minutos, havia um movimento punk completamente louco. Onde é que está essa malta? Queremos falar com eles. É um trabalho de pesquisa e todos os dias somos surpreendidos porque as pessoas percebem o que estamos aqui a fazer e enviam material. É extraordinário sentir que, de repente, estamos aqui com uma grande bomba na mão. Temos muita coisa para contar.



Muito desse material vai ser editado em vinil ou cassete? Ou até mesmo digitalmente?

Sim, mas nós sabemos que isso é um trabalho que nos transcende. O que vamos tentar fazer é conversar com o governo porque pensamos que seria importante criar-se um museu da música açoriana onde estivesse tudo, desde os cartazes aos bilhetes. Tudo o que houver por aí, fazer este registo físico e visual. Enquanto isso não é possível, vamos fazendo e recolhendo espólio.

Mais do que o presente é um trabalho para o futuro.

Totalmente, isto é só o início. Não tenho dúvidas que isto é só o início de algo muito grande, de um trabalho que nunca se fez mas que tem de ser feito. Olha, a pandemia serviu para alguma coisa. Serviu para pensar nisto tudo e para perceber que este meu desconforto era partilhado por muita gente. O projeto Marca Pistola não é meu, é de um conjunto de pessoas. Começamos pela questão dos registos, mas acredito que no futuro vamos estar aqui a falar de outra coisa completamente diferente. Isto é só ó inicio, há todo um trabalho de activismo que achamos importante ser feito, porque nós não temos apoio nenhum para fazer isto acontecer. Não havia cabimento para o que estávamos a fazer. Tivemos de ter várias reuniões com as direcções regionais a explicar o que era o projeto e a importância dele. Só aí é que soubemos, e foi há poucos dias, que íamos ter um apoio da Direcção Geral da Cultura, e que serve basicamente para fazer a criação dos vinis e das cassetes. Eu estou a pôr dinheiro do meu bolso nesta altura. Nós queremos mesmo praticar o bem. Esta questão da organização, de desmistificar, vai dar trabalho, mas vai ser incrível. Provavelmente agora não, mas daqui a 20 anos vamos olhar para trás e vamos perceber que fizemos um trabalho tremendo. E por isso estamos aqui de boa vontade, mesmo que não seja pago.

No fundo, chamar a Marca Pistola de editora é algo redutor. Nem se pode dizer que isto seja propriamente uma editora.

Sim, eu tive qualquer coisa como seis ou sete meses para tentar perceber o que era o projeto Marca Pistola. Eu não sabia que nome lhe havia de dar, porque eu achava que label era muito redutor para o que pretendíamos fazer, mas eu também não queria que isto fosse Marca Pistola – registo sonográfico ou fonográfico. Acabou por ficar uma editora que, de repente, vai expandir para todo o lado, que vai fazer a criação de muitas coisas. É um trabalho difícil, mas é um trabalho que já está a surtir efeito num sentido. Já espicaçou totalmente as pessoas daqui. Já nos vieram trazer imensa coisa: há dias apareceu aqui um senhor, e nem tem nada a ver, completamente louco pela Barbra Streisand a mostrar a colecção que tem de coisas dela, tem um autêntico museu em casa.


Se calhar nem pensaste nisto, mas eu acho interessante um fenómeno que está a acontecer com a ideia de arquivo. Lembro-me de ouvir recentemente o Joaquim Durães a dizer que estava muito entusiasmado com esta ideia de mapear e fazer um arquivo de uma série de artistas da zona de Campanhã, no Porto. A Fonoteca do Porto é também um exemplo disso e houve também aquelas compilações que saíram no início do ano da Costa Nova, agora a Marca Pistola. Há todo um novo interesse em Portugal sobre a questão de mapear e arquivar.

Eu acho que é uma tendência, mas não é propositada. Eu tenho reuniões com o Joaquim Durães todas as semanas por causa do Tremor, como podes imaginar. Aliás, ele próprio faz também parte da Marca Pistola. Ou seja, nós acreditamos que esta questão do registo é super importante e, é o que estou a dizer, a Marca Pistola surgiu e já espicaçou muita gente. Eu não vou dizer que quando aparece uma Fonoteca no Porto que não pensei que aquilo era incrível, espicaçou-me a mim, e influenciou-me a fazer algo assim aqui.

Fala-me desta frase: “Revolução cultural não é poder ir tocar a mais sítios. Revolução cultural é poder ir aos sítios e encontrar música de lá.”.

Essa frase é do Zeca Afonso. Essa frase é tudo o que é a Marca Pistola. Nós temos muita vontade de ir lá para fora, mas também temos muita vontade de que muita coisa mexa aqui e funcione de outra forma. Somos humildes o suficiente para perceber que temos de aprender com as coisas boas que existem lá fora, então vamos criar aqui residências criativas para emparelhar artistas daqui com artista de fora. Eu, por exemplo, tenho um artista que é Ma”ç”arico, que foi um projeto que, no fundo, descobrimos no Instagram em plena pandemia, e é um menino de 17 anos que agora mesmo fez um gap year e que está na Holanda a lavar pratos. Faz tudo com o telemóvel, toda a produção, e eu achei super interessante e quis ajudá-lo. Ele precisava de produção, precisava de masterização, precisava de tudo. E eu humildemente fui falar com pessoas do continente, falar com o Rui Maia (X-Wife, Mirror People) e com o Pedro Augusto para a masterização e eles envolveram-se no processo e acabamos por ganhar todos. Ma”ç”arico acabou por ganhar um disco incrível, com mão de quem já percebe e nós, Marca Pistola, acabámos por ganhar uma bomba que estamos aqui mortinhos por lançar. Essa frase que disseste faz todo o sentido, porque é um convite para vir aqui, não temos de ser nós só a ir lá, venham também aqui, ensinem-nos, façam as coisas acontecerem aqui connosco.

Em termos de edições há já coisas planeadas?

Sim, nós já temos uma que foi um bocadinho contra-corrente, que é o novo projeto do Pedro Lucas, o P.S. Lucas, que é uma pessoa que não precisa claramente de ajuda, mas que, quando soube do projeto, ele próprio se chegou à frente e, como açoriano, achou lindo poder lançar por uma editora açoriana. O que vamos fazer é a distribuição, em formato vinil, edição limitada, com lançamento previsto para Agosto. Mas o mercado está todo muito atrasado. Se quisermos editar em vinil, vamos ter de esperar no mínimo seis meses. Está uma loucura! As pessoas também aproveitaram esta altura da pandemia para produzir e está tudo a querer editar e o mercado está completamente saturado. Então, basicamente, o que vamos fazer é uns lançamentos em Julho, em cassete. Três ou quatro lançamentos de uma vez só, mas em cassetes diferentes do normal — vai ter umas surpresas por dentro e, mais não seja, vai ter também um reforço com a componente digital. Vamos lançar o projeto Tosco, vamos lançar o projecto Vitória, lançar Ma”ç”arico e We Sea. Todos os outros estão em fase de processo para sair logo a seguir.


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