[FOTO] John.Marq
O relógio avança e faltam poucas horas para o arranque da edição deste ano do Super Bock em Stock. Hoje e amanhã, o festival lisboeta tem a Avenida da Liberdade como ponte de referência e estende-se a 13 salas de espectáculo diferentes. Ao todo são mais de 50 artistas, nacionais e internacionais, e a habitual sobreposição horária pode causar ligeiras dores de cabeça aos mais indecisos. Pode, mas não vai. Estamos cá para ajudar.
Pedro Mafama: “As coisas estão a acontecer mais rápido do que eu esperava”
[Pedro Mafama] Bloco Moche Lá Fora (Capitólio Bastidores), 19h10-19h55, 23 de Novembro
O videoclipe de “Jazigo” deu-lhe um impulso importante neste arranque de carreira, e nem Branko ficou indiferente à mescla sónica promovida por Pedro Mafama, endereçando-lhe rapidamente o convite para fazer parte numa das maiores festas da sua Enchufada em 2018. Os “novos fados” de Lisboa cantam-se com trap, kuduro, reggaeton, kizomba e muitos pormenores do cancioneiro tradicional português e árabe — receita utilizada pelo MC/produtor em Má Fama e Tanto Sal, os seus dois EPs.
Fogo Fogo: “Sentimos que já tínhamos uma identidade para começarmos a criar as nossas músicas”
[Fogo Fogo] Sala EDP, 19h45-20h45
Com a cabeça em Cabo Verde mas com o corpo bem presente em Portugal. Os Fogo Fogo são compostos por João Gomes, Francisco Rebelo, Marco Silva, David Pessoa e Danilo Lopes e são um dos mais efusivos grupos nacionais em palco. Funaná é a palavra de ordem num dos novos projectos a florescer em Lisboa, que importou “E Si Propi”, dos Ferro Gaita, e o tornou numa das canções mais adoradas do momento para o público português. Fogo-Fogo e Nha Cutelo são os dois EPs editados pelo grupo.
[NGA] Bloco Moche Lá Dentro (Cineteatro Capitólio), 21h20-22h00
O “Rei da LS” sai na última paragem do comboio para se apresentar no Super Bock em Stock. O momento não poderia ser o melhor: NGA editou Filho das Ruas II em Setembro e tem feito as delícias dos fãs com os habituais (e ambiciosos) videoclipes, que servem de suporte visual para as histórias que nos conta através das suas músicas. “Depois do Amor”, “Irmandade”, “Tatuagens, Cicatrizes & Diamentes” e “Perfeito” somam, juntos, mais de dois milhões de rotações no YouTube e assinalam o bom momento de forma que atravessa um dos mais trabalhadores rappers veteranos em cena no país.
[Conan Osiris] Teatro Tivoli BBVA, 22h15-23h15, 23 de Novembro
Um dos artistas mais independentes a operar de momento em Portugal é, também, um dos mais populares entre o público. Falamos, claro, de Conan Osiris, um caso merecedor de estudo, não fosse o seu espírito DIY um dos mais bem-sucedidos dos últimos tempos. Não faltaram elogios a Rui Miguel Abreu quando colocou Adoro Bolos na balança, o álbum que abriu as portas ao artista para alguns dos melhores palcos do país e, até, para uma grande campanha publicitária da NOS.
[Masego] Bloco Moche Lá Dentro (Cineteatro Capitólio), 23h25-00h25, 23 de Novembro
Masego descreve a sua música como “Trap House Jazz” e fez o mundo parar pela primeira vez à sua volta quando colaborou com FKJ na jam primaveril “Tadow”. “Navajo”, tema estreado há mais de um ano pela berlinense COLORS, continua no top 5 dos vídeos mais vistos da rubrica que regularmente dá a conhecer ao mundo os mais talentosos newcomers no panorama mundial. O MC/cantor/trompetista editou Lady Lady em Setembro, o álbum de estreia que contou com carimbo da EQT Recordings e teve SiR, colega de Kendrick Lamar na TDE, entre os convidados.
[SP Deville] Bloco Moche Lá Fora (Capitólio Bastidores), 19h00-19h50, 24 de Novembro
Tal como NGA, SP Deville é um dos vários artistas com peso suficiente no hip hop português para ser digno de uma menção honrosa na sua história. Depois de ter feito parte de grupos de sucesso como SP & Wilson e Makongo, Pedro Sousa focou-se no seu próprio trajecto a solo, que nos tem dado algumas das mais importantes obras dos últimos anos. Sou Quem Sou e Black Gipsy são discos de rimas sombrias e produção de vanguarda por parte de um dos “mestres das rimas e das batidas”. E não esqueçamos os EPs, os instrumentais ou as faixas soltas que têm saído de forma regular do seu baú.
[Dino D’Santiago] Sala EDP, 20h00-21h00, 24 de Novembro
Neste momento, Dino D’Santiago é uma das principais vozes que estão a dar a conhecer um Mundo Nôbu dentro da música portuguesa. Esse lado mais africano e electrónico da nossa paisagem sónica, que é tantas vezes retratado apenas no formato instrumental, ganhou recentemente um frontman à medida. O novo disco de Dino tem produções de PEDRO ou Branko e conta com o poderoso “Nova Lisboa”, um verdadeiro hino aos novos tempos musicais que se vivem na capital nacional.
[David Bruno] Palácio da Independência, 22h00-22h50, 24 de Novembro
Também conhecido como dB ou 4400 OG, David Bruno é um homem que consegue assumir várias peles no que toca a fazer música. Situado num universo “algures entre Madlib e Toy”, O Último Tango em Mafamude foi o álbum de estreia desta mais recente persona assumida pelo músico de Vila Nova de Gaia, editado pela 1980 no arranque deste ano com direito a acompanhamento visual no YouTube. Apesar de se ter cruzado novamente com Logos em Santa Rita Lifestyle, David Bruno apresenta-se a solo no Super Bock em Stock, apenas acompanhado pela maquinaria e o guitarrista Marco Duarte.
[Rejjie Snow] Bloco Moche Lá Dentro (Cineteatro Capitólio), 22h50-23h50, 24 de Novembro
Se puxarmos pela cabeça, dificilmente nos ocorrem exemplos de nomes marcantes no hip hop irlandês. Há pelo menos um que todos sabemos de cor, e cuja música tem atravessado oceanos e chegado a todos os cantos do globo. Rejjie Snow é um dos mais importantes nomes a encabeçar a nova geração do hip hop de conotações soul, movimento com principal foco em Chicago. Dear Annie foi o disco que lançou este ano pela norte-americana 300 Entertainment, no qual compilou 20 temas que tiveram Cam O’bi, Jesse Boykins III ou Aminé entre os colaboradores.
[Jungle] Coliseu dos Recreios, 00h30-01h50, 24 de Novembro
Tom McFarland e Josh Lloyd-Watson são amigos de infância e conviveram em várias bandas diferentes. Em 2013 arrancaram com o projecto Jungle, no qual formam uma dupla de produção que volta a colocar a soul e a disco na ordem do dia nas pistas de dança. Estrearam-se em 2014 com o álbum homónimo e tiveram “Busy Earnin’” como êxito à escala planetária. Regressaram este ano ao catálogo da XL Recordings e curaram as suas feridas emocionais com 13 temas em For Ever.