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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/10/2023

A doninha conquistou o NOS Alive em 2022, enquanto que Cátia Oliveira tem sido incisiva na crítica política e social através da música que cria.

Da Weasel e A garota não saem vencedores dos Globos de Ouro

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/10/2023

O tão esperado reencontro entre os Da Weasel e o público era para ter acontecido em julho de 2020. Mas a pandemia obrigou a que o concerto anunciado para o NOS Alive desde 2019 fosse adiado até 2022. Embora tenha tido as suas imperfeições, as expectativas acabaram por não sair defraudadas: a doninha estava oleada, enérgica e cheia de motivação para tocar as faixas dos seus diferentes álbuns, desde os maiores êxitos às canções de culto.

Este domingo, 1 de Outubro, o concerto foi distinguido nos Globos de Ouro, promovidos pela SIC, com o prémio de Melhor Atuação do ano passado. Gonçalo Oliveira, o editor do Rimas e Batidas, escreveu nestas páginas sobre esse momento marcante: 

“Pela performance, ninguém diria que estes seis compinchas tinham estado tanto tempo sem actuar juntos. Apesar das falhas nos versos que aconteceram num ou outro tema, o concerto foi sempre fluído e decorreu sem quaisquer entraves — em “Toque-Toque”, a entrada em falso de Pacman ainda o fez pedir aos colegas para recomeçar do início, mas não se abriram quaisquer excepções e foi o rapper quem teve de ir atrás do prejuízo. Guillaz e DJ Glue estiveram sólidos e a guitarra de Quaresma continua a ser das coisas mais cristalinas que encontramos na imundice sónica da banda. Já o baixo de Jay quase que só se dava por ele quando os outros instrumentos se calavam. Apesar de ser um dos melhores letristas da sua época, Pacman continua a ter no flow o seu calcanhar de Aquiles, enquanto a projecção vocal de Virgul não parece ter envelhecido um único ano — questionamo-nos até se não terá um trompete no lugar das cordas…

Os Da Weasel repetiram a façanha este ano com um espetáculo no MEO Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia, sendo que também lançaram a biografia oficial do grupo (que motivou a primeira entrevista de sempre concedida ao ReB), da autoria de Ana Ventura, que também se sentou à conversa com a nossa publicação pela mesma altura. A banda organizou ainda uma exposição em Almada sobre o seu percurso. Ficamos a aguardar mais novidades do covil da doninha.

A garota não foi outra das vencedoras da noite, tendo conquistado a categoria musical de Melhor Intérprete à boleia do seu aclamado disco de estreia, 2 de abril, que figurou entre os trabalhos mais aplaudidos pelo Rimas e Batidas no ano transacto. Cátia Oliveira, que este ano já passou em discurso directo por estas páginas, agradeceu o galardão ao deixar uma mensagem através de um discurso-poema bem ao seu jeito:

“Vivemos o tempo dos Budas, das flores de plástico e das cómodas douradas
E rimos muito alto, por cima da música alta das esplanadas
Vivemos o tempo da kombucha, do coaching, das soft skills e da gratidão
Saibamos agradecer aos bancos os juros que nos cobram na habitação
Vivemos o tempo mais corrido de sempre
Das metas, dos objetivos, do ‘nem que me esfarrape’
Não há esforço que não valha a pena, seremos todos Luft, Tap
Vivemos tempo de maioria absoluta, de posso e mando, de meritocracia
O mérito mede-se a partir dos dentes, das notas do colégio ou da demagogia?
Obrigada por esta oportunidade, um globo de ouro nas mãos de um ser tão falho
Há quem tenha muita sorte
A sorte, a mim, tem-me dado muito trabalho”


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