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Texto: ReB Team
Fotografia: Francisco Araujo
Publicado a: 26/04/2024

Na ressaca da Liberdade.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de METEOSINTO, AG Club, Ícaro SDR e Justice

Texto: ReB Team
Fotografia: Francisco Araujo
Publicado a: 26/04/2024

Ser livre também é isto: ter muito por onde escolher mas só criar afinidade com o que nos faz mais sentido em determinado momento. No dia 26 de Abril, depois de celebrarmos uma das datas mais importantes do nosso país com uma playlist temática, voltamos à normalidade com mais uma colheita de discos, que hoje é bem farta. METEOSINTO, AG Club, Ícaro SDR e Justice foram os artistas que tomaram a nossa atenção de forma mais imediata, mas o tempo vai certamente permitir-nos deambular por outras paragens com mais calma.

FRANKIENB (Novo Quarto, Novos Sonhos.), Navalha (DENSO), Bárbara Tinoco & Carolina Deslandes (A Madrugada Que Eu Esperava), CAMPIRA (Liberdade (Volume 4)), Anycia (Princess Pop That), Céu (Novela), VHOOR (Resenha), PartyNextDoor (PartyNextDoor 4), LustSickPuppy (Carousel From Hell), St. Vincent (All Born Screaming), Sega Bodega (Dennis), Gabe ’Nandez (Object Permanence), Maria Chiara Argirò (Closer), Bullion (Affection), Anitta (Funk Generation), Adult Jazz (So Sorry So Slow), Thom Yorke (Confidenza OST) e Brian Eno (Eno OST) também acenaram com novidades na última sexta-feira do mês.


[METEOSINTO] GlitchTape

Com apenas 41 subscritores no YouTube registados no preciso momento em que escrevemos este texto, a turma BURRO está a criar peças audiovisuais com uma qualidade digna de quem já conquistou um lugar de culto na música portuguesa. E a aventura deste colectivo está apenas a começar: GlitchTape é só o segundo projecto da sua discografia e vem assinado por METEOSINTO, nome que já havia deixado boas indicações pelo auxílio à produção de FISHBOI EP, o curta-duração de apresentação de rude. Agora a solo, o rapper e produtor aponta ao vanguardismo sónico do hip hop nacional com um disco que reflecte uma estética apenas ao alcance dos mais audazes que teimam navegar em contra-corrente. Dos instrumentais drumless aos beats de trap saturados de efeitos, destaca-se aqui o elevado detalhe sónico com que METEOSINTO trata a música que cria.


[AG Club] BRODIE WORLD

Segundo apontou o rapper Jody Fontaine numa entrevista à SHEESH em Fevereiro último, este foi o trabalho que mais gozo deu fazer aos AG Club — “Cada um destes temas vem de nós explorarmos e tentarmos coisas novas.” Esse sentimento sente-se logo nas primeiras três faixas do disco, que foram usadas enquanto singles de antecipação e deixaram desde logo uma ideia muito positiva sobre o que se seguiria por parte deste grupo de São Francisco, California. Mantendo a rotação aos restantes sete e inéditos temas que completam este BRODIE WORLD, sabe a mais do mesmo, aqui melhor sentido possível: os AG Club estão a desbravar terreno dentro de um hip hop mais orelhudo, digno de ascender às camadas mainstream, mas sem nunca se guiar por fórmulas fáceis e óbvias, mantendo-se sempre com um pé bem assente na via alternativa do som.


[Ícaro SDR] Eletrocena

Se antes, para os MCs, a música electrónica de dança parecia estar reservada apenas aos menos ambiciosos ao nível da letra, o caso hoje já não é bem assim. Em Portugal, nomes como L-ALI ou Cálculo têm vindo a comprovar isso mesmo, e agora é Ícaro SDR quem se junta a essa mesma lista. O rapper que tem aplicado força na caneta sobre beats de recorte mais clássico em projectos como Caos Harmónico (2023) ou À Beira do Ridículo (2024) aliou-se ao produtor LAWLESS — que já tinha impressionado ao lado de Eliot no final de 2023 — para esculpir uma Eletrocena, que tanto dá para dançar com o corpo como com os neurónios.


[Justice] Hyperdrama

O baile estende-se até à sua forma mais pura, apontada directamente à pista de dança, pela mão dos Justice, que regressam aos álbuns oito anos após o anterior Woman. A dupla francesa que contabiliza duas décadas de actividade mostra estar aí para as curvas com este Hyperdrama, um LP que navega pelos diferentes lado da música electrónica da dança — desde os territórios mais sombrios àqueles onde é possível ver o Sol brilhar por entre as frequências. E não vêm sozinhos: Thundercat, Miguel e Tame Impala são alguns dos nomes mais sonantes a constar na ficha técnica deste álbum.

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