Ontem fechámos as portas da redacção como forma de aderir à greve dos jornalistas em Portugal, mas não deixámos de carburar enquanto reivindicávamos por melhores condições dentro da profissão. Foi precisamente ontem que margô lançou o seu EP de estreia, 00:00, que esta manhã deu origem a um faixa-a-faixa comentado pela própria artista. Já hoje foram Branko, Ana Lua Caiano e Stereossauro a editar novos projectos, todos eles com direito a entrevistas nas páginas do Rimas e Batidas — que podem ler aqui, aqui e aqui, respectivamente. Parece-vos suficiente para um final de semana bem musicado? Só que não. O ReB deita agora as mãos a mais 8 obras que viram a luz do dia neste 15 de Março, sobre as quais se podem debruçar já de seguida.
Mas já sabem que a tarefa não fica por aqui, pois há novidades para acompanhar vindas dos universos de Chullage (xullaji: Surto/Açaime) HMB (Neste Deserto Nascem Flores), Piruka (Nos Coliseus (Ao Vivo)), Capitão Fausto (Subida Infinita), Uzzy (Stilo De Vida), Sallim (A dor, o diagnóstico e o desejo), Elcamino (The Game Is The Game), Kenny Mason (9), Chuck Strangers (A Forsaken Lover’s Plea), Flo Milli (Fine Ho, Stay), Bktherula (LVL5 P2), NAH (TOTALLY RECALLED), ZHU (GRACE), Justin Timberlake (Everything I Thought I Was), Heavee (Unleash), Beans (Boots N Cats), Yung Lean & Bladee (Psykos), Germ (EVERY DOG HAS ITS DAY), 24kGoldn (Growing Pains), ALL BUT 6 (ALL BUT 6 VOL. 2), BossMan Dlow (Mr Beat the Road), Jay Critch (Humble Giant) e Chief Keef & Mike Will Made-It (Dirty Nachos).
[Tierra Whack] WORLD WIDE WHACK
Filadélfia já nos deu Black Thought, Meek Mill ou Lil Uzi Vert. Por muito que puxemos pela cabeça, não há nenhum rapper vindo da maior cidade do estado da Pensilvânia que se possa equiparar a Tierra Whack, uma autêntica wild card até mesmo dentro de uma visão mais global do hip hop. A sua música é capaz de tratar de assuntos muito sérios, mas é-nos apresentada sempre de forma muito lúdica e com uma componente visual bem fora-da-caixa, como deu desde logo a entender em Whack World, o seu trabalho de apresentação, em 2018. Quase 6 anos depois — e com três EPs pelo meio onde se desdobrou pelo Rap?, Pop? e R&B? —, volta ao catálogo da prestigiada Interscope Records com WORLD WIDE WHACK, o seu mais ambicioso projecto até à data.
[$TAG ONE] Trilogia Red River
No final de 2023, $TAG ONE dava sinais de estar a engendrar um novo disco. Ao Rimas e Batidas, chegou até a desvendar que esse longa-duração iria ter um convidado apenas, deixando no ar o mistério de que seria “uma participação sábia e cautelosa.” Ainda não é desta que deciframos o enigma, mas já faltou mais: Trilogia Red River é um conjunto de três temas que serve para antecipar GAIATO, álbum que está previsto aterrar no mercado ainda este ano, e assenta em produções de Tk no Beat, LKR e Rekall.
[DJ Nigga Fox] Chá Preto
Todos os lançamentos da Príncipe Discos deveriam dar direito a festa de arromba no próprio dia e num qualquer grande club português. Ainda para mais quando se trata de um novo manifesto sonoro assinado por DJ Nigga Fox, um dos principais rostos do selo lisboeta, que hoje dá uma volta de 180° ao apostar por uma via mais experimental neste seu novo Chá Preto. E embora não haja uma celebração desta edição imediatamente hoje numa pista de dança, podem entrar mais a fundo no universo da Príncipe já amanhã, 16 de Março, no Hangar, em Lisboa, no primeiro de dois eventos que trazem o debate e a masterclass para o centro da mesa.
[Four Tet] Three
São quase 30 anos disto. Kieran Hebden é um autêntico veterano da intelligent dance music que nasceu em solo inglês no final do milénio passado e das suas mãos têm saído variadíssimos trabalhos de grande destaque — desde investidas a solo, como New Energy ou Sixteen Oceans, às colaborações com outros artistas, com Madlib, Neneh Cherry, Roots Manuva ou Omar Souleyman à cabeça neste capítulo. Após uma jornada de dois LPs em 2020, Four Tet volta ao formato com este Three, uma saga de 8 faixas com electrónica para todos os gostos, em que se cruzam influências ambient, trip hop ou UK garage.
[Nancy Vieira] Gente
Por esta altura já Nancy Vieira andou a rodar algum do seu novo repertório em palco. A apresentação de Gente, longa-duração hoje disponibilizado nas plataformas digitais, aconteceu no dia 8 de Março, e, ao final desta tarde, a cantora cabo-verdiana passou pela FNAC Chiado para um showcase. A próxima paragem é a FNAC do CascaiShopping, dia 24 de Março, desta vez a dar ao público tempo para decorar as mornas, coladeras e funanás trazidas pelo sucessor de Manhã Florida. Ao vivo ou via streaming, este é um daqueles testemunhos da lusofonia que não devem deixar passar ao lado.
[St. James Park] Modern Loneliness
A que soa a solidão moderna? St. James Park musicou essa ideia num disco que, de certa forma, não faz justiça ao seu título. É que, em Modern Loneliness, o músico e produtor de Braga está tudo menos sozinho. Pelo contrário, está até bastante bem acompanhado: Maudito, Bia Maria, Sónia Trópicos, Isa Leen, y.azz, Cálculo, Birou, EVAYA, redoma, MAFALDA e Rui Gaspar são os artistas que emprestam a sua voz às batidas de Tiago Sampaio. Uma peça importante para a discografia de St. James Park que, ao mesmo tempo, funciona como uma espécie de raio-x ao esqueleto da nova música urbana nacional.
[João Caetano] Cada Vez Mais
Os últimos meses têm sido de verdadeira glória para João Caetano. O multi-instrumentista radicado em Inglaterra estreou-se em nome próprio no emblemático Ronnie Scott’s em Outubro passado, voltou a integrar a banda de Slow J para os dois lotadíssimos concertos no Altice Arena e adiciona agora mais um disco ao seu portfólio. Cada Vez Mais foi gravado entre Lisboa e Londres com uma banda formada por André Dias (guitarra portuguesa), Cam May (guitarra eléctrica e acústica), Karme Caruso (pianos) e Ferg Ireland (baixo), sendo composto por temas que nascem de composições do próprio João Caetano e de Paulo Abreu de Lima.
[The Messthetics & James Brandon Lewis] The Messthetics and James Brandon Lewis
O que faz uma banda de punk e hardcore de Washington com um renomado saxofonista nova-iorquino? A resposta está num LP homónimo que soma a pujança dos The Messthetics ao virtuosismo de James Brandon Lewis, que é composto por um total de 9 temas. Jazz, improvisação e experimentalismo rock são as coordenadas que nos ajudam a guiar por este lançamento que vai directamente parar ao espólio da lendária Impulse! Records.