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Fotografia: João Pedro Almeida
Publicado a: 07/08/2019

"Keeping Techno Safe".

Guia ReB para o NEOPOP 2019

Fotografia: João Pedro Almeida
Publicado a: 07/08/2019

Batidas circulares e miscelânea electrónica preparam a sua investida sobre Viana do Castelo, graças ao NEOPOP. Antes de mais, as más notícias: muito provavelmente, o techno vai montar a sua tenda numa Viana do Castelo alagada e a precisar de calor. Mas se confiarmos no comentário mais popular numa publicação do festival sobre as funestas previsões meteorológicas, não há que ficar preocupado:‌ “Chuva civil não molha militar”.

O NEOPOP, que volta a avançar sobre o Forte Santiago da Barra de 7 a 10 de Agosto, já foi “Anti-Pop”. Hoje, contudo, a sua diligência não é combater o mainstream; aquilo que realmente pretende fica mais evidente se recuperarmos o seu móbil do ano passado:‌ o de dar ao local onde fez ninho o epíteto de Cidade do Techno. O campo de batalha que podia ser é, na mais pura verdade, um espaço seguro — “keeping techno safe”, ou “a manter o techno seguro”, é o outro grande mote — para os corpos que nos BPMs implacáveis e no pulsar efervescente do género encontram libertação.

Em cartaz, novos e meteóricos nomes — além de escolhas mais fora da caixa, como os Sensible Soccers — ombreiam com ícones da cena techno. É o caso da cabeça-de-cartaz Amelie Lens(actua no sábado, 10 de Agosto), DJ e produtora belga que com os seus locked grooves concebe música alternadamente minimal e a todo o vapor; precede-lhe o grande ato de abertura (quarta-feira, 7 de Agosto) de Underworld, “dois rapazes de Gales que só queriam tocar nas estrelas”‌, como escreve Beatriz Negreiros no Rimas e Batidas, e que lá chegaram com a catapulta de “Born Slippy”, o êxito de assinatura do duo que atinge a catarse pela obstinação. São apenas dois exemplos numa catadupa de nomes incontornáveis — incluindo DVS1, Rødhåd, Ben Klock, entre outros —; o dia 10 poderá exigir mais tempo, visto concentrar, de madrugada no palco Neo, o feiticeiro Jeff Mills, o francês Laurent Garnier e a sofisticada dupla Tale of Us.



A programação principal reparte-se entre o palco Neo e o palco Anti, mas a Red Bull Music ocupa-se do Teatro Sá da Miranda com mais uma curadoria para o festival de Viana do Castelo, a partir das 21 horas. No dia 9, Carlos Maria Trindade e Switchdance desenham uma experiência à medida do NEOPOP, atribuída ao colectivo SURTO, que integra ainda o realizador João Botelho e a bailarina Marta Viana;‌ depois, a ilustradora francesa Noemi Schipfer e o arquitecto e músico japonês Takami Nakamoto prometem a união de luz e som. No dia 10, o Tibete e o Nepal são evocados num espectáculo audiovisual de Aïsha Devi e Emile Barret, antes das “texturas hipnóticas” via “escultura sonora” de Plaid & Felix’s Machines.

Não faltam escolhas ao longo de quatro dias que nos asseguram da chama que ainda há entre a cidade minhota e o techno; posto isso, quaisquer preocupações com deslocamento e acomodação poderão ser verificadas no site do festival, onde também constam os horários e informações sobre shuttles (a partir de Porto e de Vigo, e também entre o recinto de festival e o parque de campismo) que vos poderão facilitar a vida.

Arrumada a logística, estão livres para dançar até à madrugada. Viana do Castelo está a chamar.


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