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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 08/04/2024

Faixa-a-faixa: A Nossa Vez — As Canções dos Delfins explicado pelos artistas

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 08/04/2024

Em 2024, os Delfins encontram-se a celebrar 40 anos de uma carreira recheada de êxitos que têm resistido à prova do tempo e que chegam até a manter-se relevantes nos dias de hoje, mesmo estando afastados das edições de novo material. Prova disso foi o que aconteceu no passado sábado, 6 de Abril, quando esgotaram a Altice Arena para um concerto comemorativo; ou disco que, no dia anterior, colocou vários artistas da nova geração a recriar alguns dos seus clássicos em A Nossa Vez — As Canções dos Delfins, projecto que aqui se encontra em destaque.

A compilação de 10 temas foi editada pela Sony Music Entertainment Portugal na sexta-feira passada e reuniu contribuições de xtinto, João Maia Ferreira, Capital da Bulgária, D’Alva, Beatriz Rosário, André Amaro, Curt Davis, Gui Aly, Domingues e Duque Província. À excepção destes dois últimos nomes, os artistas envolvidos no disco de tributo falaram com o Rimas e Batidas sobre os temas dos Delfins que escolheram recriar.


[“A Cor Azul” por André Amaro]

Receber o convite para fazer uma versão de  uma musica tão icónica como “A Cor Azul” é um verdadeiro privilégio. Regravar o tema de uma banda como os Delfins é, para além de uma responsabilidade, um desafio. Quando me deram a oportunidade de escolher pensei logo neste tema, mas torná-lo meu foi um processo de alguma experimentação, todo o processo de estúdio foi uma descoberta, tentando levar sempre um cunho pessoal e nunca perdendo a essência do tema e a referência dos Delfins. No final conseguimos um tema com personalidade que não perdeu a sua matriz.


[“Sou Como Um Rio” por Beatriz Rosário]

A experiência de gravar o tema dos Delfins foi absolutamente incrível! Três sessões com o super produtor Twins e o incrível Rodrigo na guitarra para criar algo novo. Decidimos dar uma reviravolta na música já tão famosa, apostando em elementos latinos e numa vibe mais relaxante. O resultado ficou muito bom e mal posso esperar para partilhar com todos! Conheço esta música desde que era miúda, sempre presente nas novelas e rádios, e agora foi uma honra poder contribuir para uma nova interpretação. O estúdio foi o lugar perfeito para experimentar e deixar a criatividade fluir.


[“Nasce Selvagem” por Capital da Bulgária]

Esta foi uma experiência nova porque não conhecia absolutamente nada dos Delfins. Foi muito fixe ouvir os sons que os meus pais e os meus tios ouviam e eles ficaram todos entusiasmados quando souberam que eu ia fazer isto. Eu e o Twins fizemos duas versões e acabámos por escolher esta, que é mais mexida, um pouco ao contrário da canção original. Espero que gostem.


[“Não Vou Ficar” por Curt Davis]

Conhecia os delfins e o tema “Não Vou Ficar” porque ouvia na rádio e televisão quando era criança. O processo de criação fluiu muito naturalmente. Bastou uma sessão em estúdio com o Twins para trocarmos ideias e percebermos por que caminho seguir a nível instrumental. A partir daí foi escrever e interpretar o tema. Acrescentar uma letra foi a parte mais desafiante porque queria que fosse ao encontro da música original, mantendo-me fiel àquilo que sentia, à energia e mensagem que queria transmitir quando a escrevi.


[“Num Sonho Teu” por D’Alva]

Os D’Alva já tinham tido o privilégio de colaborar com o Miguel Ângelo para o seu álbum a solo.
Somos fãs dos Delfins e ficámos muito contentes ao receber este convite, e não foi fácil escolher uma canção de um cancioneiro tão vasto de 40 anos de sucessos, de canções que marcaram o imaginário coletivo de um país inteiro. “Num Sonho Teu” foi uma escolha unanime entre os 3 elementos da banda e, para mim pessoalmente, tem uma particularidade que sempre achei muito interessante: sempre que oiço “Num Sonho Teu” acho que os Delfins estão a criar uma ponte, uma ligação com o continente africano, e a ligação com África é algo que faz parte da identidade dos D’Alva. Tanto o meu pai como o pai do Ben nasceram em África e a música africana influencia a música que fazemos hoje, apesar de fazermos musica pop. Quisemos fazer essa releitura, tendo essas raízes em conta, sem deixar de fazer a música pop e eletrónica contemporânea que fazemos e ouvimos diariamente. Para mim, pessoalmente, foi um desafio enorme ter de interpretar uma canção que é cantada por uma voz que é tão emblemática, que é tão única e inconfundível.


[“Ao Passar Um Navio” por Gui Aly]

Gravar o tema “Ao Passar Um Navio” foi uma excelente experiência. Já conhecia o trabalho dos Delfins, mas nunca tinha dissecado tanto uma canção. Tive a oportunidade de ouvir cada detalhe da música, descobrir os sons da época, a diferente forma de cantar e de escrever. Do meu lado e do Twins (produtor), calhou-nos a missão de “modernizar a canção” mantendo a sua essência icónica e levando um bocado de mim, do meu cunho.


[“Saber Amar” por João Maia Ferreira]

Delfins são a banda histórica que são, e aliado ao facto de eu adorar as canções deles, para mim o sim ao convite foi instantâneo. Todo o processo trouxe-me bastante entusiasmo, e permitiu que eu explorasse novas abordagens e comprimentos de onda fora da minha zona habitual de trabalho.

Escolhi a “Saber Amar” pelo tema icónico que é, e por ser uma das primeiras músicas que me lembro de ouvir na rádio, e já parti para o desafio de fazer uma cover sabendo que queria reinterpretar a canção duma forma fresca e inesperada. Quando fui a estúdio com o Twins, rapidamente decidimos que queríamos enveredar por uma estética mais indie rock psicadélico, e foi super estimulante trabalhar dentro desses parâmetros. Sinto que estivemos à altura do que nos foi pedido, e espero que concordem connosco!


[“A Baía de Cascais” por xtinto]

Foi a primeira vez que fui somente intérprete de uma canção e foi um processo muito orgânico e fluido. Começou na Munnhouse com o Beiro e o Lunn e depois tive a oportunidade de trabalhar com o Twins pela primeira vez, algo que já queria há muito tempo. É um tema muito bonito e portanto foi fácil dar-lhe uma nova vida, uma nova roupagem à minha maneira. É um orgulho poder integrar um projeto destes que homenageia uma das maiores bandas do país.


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