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Texto: ReB Team
Fotografia: Krista Schlueter / The New York Times
Publicado a: 02/11/2023

Delírios em torno da electrónica.

8 nomes imperdíveis no cartaz deste ano do Mucho Flow

Texto: ReB Team
Fotografia: Krista Schlueter / The New York Times
Publicado a: 02/11/2023

O Mucho Flow regressa hoje para mais uma edição daquele que é um dos certames de referência a nível nacional para o segmento da electrónica de pensamento disruptivo. Dias 2, 3 e 4 de Novembro, são mais de duas dezenas de nomes a marcar presença por diversos espaços da cidade de Guimarães — Centro Cultural Vila Flor, Teatro São Mamede, Centro Internacional das Artes José de Guimarães e Teatro Jordão — para sessões de actuações ao vivo e DJ sets.

Em jeito de antecipação do festival, o Rimas e Batidas lança um guia com os 8 nomes que mais argumentos têm protagonizar espectáculos memoráveis e que devem ter em atenção caso marquem presença nesta celebração da pluralidade sonora.


[Amnesia Scanner]

“Saturação” é a palavra-chave para ajudar a situar alguém no estranhamente delicioso universo sónico de Amnesia Scanner. A dupla de produtores sediada em Berlim tem o dom de conseguir descobrir novas nuances estéticas dentro da esfera da electrónica através de técnicas de sampling pouco convencionais e fez a sua estreia no Mucho Flow na edição de 2019. Quatro anos (e dois discos) depois, regressam a Guimarães para provocar estragos no sistema de som com a habitual surra de glitches. Em 2020, a propósito do lançamento de Tearless, concederam uma entrevista a André Forte para o ReB.


[Bengal Chemicals]

Fazer do noise uma arte não é tarefa fácil, mas Pritam Das tem dado provas de estar bem à altura de tal desafio. O cientista sonoro de Kolkata, Índia, pega nos sons que o rodeiam, captados através de field recordings, e transporta-os para as pistas de dança da cena gabber através de uma electrónica com alto teor de experimentação. Enquanto Bengal Chemicals, o produtor tem estado a atravessar o presente ano de 2023 a um ritmo bem elevado, tendo já assinado um total de 6 discos no seu Bandcamp.


[Evita Manji]

Tal como Amnesia Scanner, Evita Manji é mais um disruptivo nome a surgir por entre o requintado catálogo da PAN, editora berlinense que tem estado na vanguarda da música electrónica que mais procura fugir às normas. Foi por lá que a artista grega se estreou este ano com um álbum, Spandrel?, no qual procura por aproximações à estética de canção pop pelas rotas menos óbvias, rompendo com a visão mais clubista com que se tinha iniciado no primeiro EP, Neptune.


[LCY]

Foi forte aposta para este ano por parte da fabric Originals, o recém-criado selo que opera dentro do ecossistema da londrina fabric Records. Oriunda de Bristol, Lucy Helyer assina como LCY e estreou-se pela editora no passado mês de Maio através de um curta-duração, He Hymns, onde explora os ritmos quebrados tipicamente ingleses que foram informados pelo fenómeno do UK garage. Na sua passagem pelo Mucho Flow, contem com batidas vincadas capazes de fazer saltar até os corpos menos animados.


[Aïsha Devi]

Foi com o gélido “Immortelle” fez soar soar novamente os alarmes. Aïsha Devi está mesmo de regresso aos álbuns e Death Is Home sai já no dia 10 de Novembro pela Houndstooth. Do sucessor de DNA Feelings (2018) já se conhece também “Dimensional Spleen” e “Mind Era”, os mais recentes avanços de um projecto que vem descrito como sendo de rave etérea. Talvez no CCFV se possam descobrir mais pistas desse trabalho em primeira mão durante o set desta artesã suíço-nepalesa cujas produções vão do techno ao trap.


[Contour]

Poucos conseguem abordar a soul com tanto sentimento em pleno século XXI como Contour. O cantor da Carolina do Norte teve o seu primeiro êxito em “Pour”, de Love Suite (2021), e não demorou até voltar com novidades, associando-se à britânica Touching Bass para editar Onwards! no final do ano passado. Entre jazz, r&b, hip hop e algum psicadelismo, Khari Lucas procura elevar a bandeira da música negra e informar as gerações que lhe sucedem sobre como se libertarem do “cativeiro perpétuo” que a sociedade lhes impõe, conforme contou a Maria Carvalho numa recente entrevista publicada por cá.


[Emma DJ]

Ainda só contabiliza 4 anos de actividade, mas tem aproveitado cada dia para dar a conhecer ao mundo tudo aquilo que consegue criar. Emma DJ é um produtor francês que se tem especializado em criar batidas desconcertantes dentro da estética trap e já vai bem perto da primeira dezena de discos editados, sendo o seu mais recente g0drm2 o mais colaborativo até à data, projecto no qual recebe vários convidados ao nível da voz. Foi esse o seu segundo lançamento a contar com o carimbo da UIQ, editora do Reino Unido que tem primado pela aposta em nomes inventivos a dar cartas na esfera da electrónica.


[Evian Christ]

Foi recebido pela Warp Records para a edição de “Ultra”, mas rapidamente desapareceu do radar sem deixar grande rasto. Três anos depois, Evian Christ voltou a dar sinais de vida com Revanchist, LP que o coloca uma vez mais no catálogo da prestigiada label do Reino Unido e no qual demonstra fortes sinais de maturidade, tal é o detalhe com que esculpiu cada uma das 8 paisagens sonoras que por lá residem, onde ambient, trance, techno e drum & bass se misturam na perfeição. Antes de se afirmar neste disco de estreia, as texturas musicais de Evian Christ foram sendo requisitadas por alguns dos mais importantes artistas à escala global, com Kanye West, Travis Scott ou Danny Brown à cabeça.

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