pub

Texto: ReB Team
Fotografia: Pluma
Publicado a: 14/08/2023

Hip hop nacional em peso.

14 concertos a não perder n’O Sol da Caparica’23

Texto: ReB Team
Fotografia: Pluma
Publicado a: 14/08/2023

Arranca já na próxima quinta-feira, dia 17 de Agosto, mais uma edição d’O Sol da Caparica, que decorre até domingo, dia 20. Os bilhetes já estão à venda e custam 26 euros por cada entrada diária (ou 20 euros para maiores de 65 anos). Já o passe geral tem o valor de 75 euros (ou de 60 euros, novamente, para maiores de 65 anos).

A 8.ª edição do festival afigura-se mais ambiciosa que nunca com quatro dias de música ao vivo bem preenchidos. Com nomes maiores da música portuguesa (e não só) a encabeçar o cartaz — tais como Léo Santana, Carolina Deslandes, Paulo Gonzo, José Cid, Mariza, Nininho Vaz Maia, João Pedro Pais, Deejay Telio, Excesso, Matias Damásio ou Vitor Kley —, é o hip hop nacional (e as suas ramificações) que surge em evidência com maior representação. O alinhamento abaixo delineado serve, por isso, de guia a quem procura na programação representantes da cultura que na semana passada viu assinaladas cinco décadas de existência.


[Dillaz]

Dillaz continua a ser um dos nomes que mais multidões move no circuito do rap nacional e Oitavo Céu, editado o ano passado, deu-lhe novos argumentos para se fazer à estrada a todo o gás. Mas, a julgar pela mais recente novidade do rapper da Madorna, poderemos estar na iminência de um novo registo de André Chapelas, como “Colãs” antevê. E talvez o MC da Linha de Cascais tenha mais novidades para dar em primeira mão já na próxima quinta-feira.


[Sippinpurpp]

Quando apareceu em cena, dividiu um mar de fãs de rap cantado em português — qual Moisés a separar as águas —, mas ao longo do tempo foi conquistando cada vez mais gente para a sua inusitada causa. Ainda assim, desde “Sauce” a, mais recentemente, “Fato treino do City”, Sippinpurpp tem conseguido arrecadar milhões de escutas espalhadas por temas vários. A estratégia do rapper de Ovar continua, por isso, a passar por afinar a pontaria antes de voltar a uma missão maior no seguimento da sua estreia discográfica concretizada em 3880.


[Wet Bed Gang]

Vimo-los a partir a casa toda no Campo Pequeno pouco depois de termos falado com eles em estúdio no dia em que editaram Gorilleyez e, desde então, datas não têm faltado na agenda dos Wet Bed Gang. O quarteto da Vialonga tem andado de Norte a Sul do país a alta velocidade, e a Costa da Caparica é mais uma paragem destes quatro “gorilas” do hip hop nacional que, juntos, estão cada vez mais fortes.


[Bispo]

É um caso paradigmático do alcance do rap português além dos admiradores do género: a caminhada de Bispo tem-se revelado particularmente interessante, sobretudo, pela consistência com que o rapper de Mem Martins começou a formar uma legião a partir dos seus códigos fechados, mas não tardou em alargar a sua linguagem a uma fatia bem mais variada e expressiva — tanto que vê-lo a cantar ao lado de gente desde Ivandro a Bárbara Tinoco faça, hoje, todo o sentido.


[Julinho KSD]

Começou nos Instinto 26, mas rapidamente se destacou enquanto artista a solo à boleia de singles como “Vivi Good”, “Hoji N’ka ta Rola” e, principalmente, “Sentimento Safari”. A forte procura pela voz do MC de Mem Martins levou-o a apostar num álbum de estreia, Sabi na Sabura, que deixou marcas em 2021 ao trazer novas abordagens musicais para o hip hop, com a música tradicional de Cabo Verde em especial evidência. Desde esse momento, Julinho KSD tornou-se num dos nomes mais respeitados da nossa praça, mas a sua fome parece estar longe de saciada: colaborou com Deejay Telio (“Cara Que Engana”), Herley KSD (“Popo”) ou Ivandro (“Chakras”), lançou “Segurança” e “Cafuné” em nome próprio e reactivou os Instinto 26 na última semana com a edição de “AYAN”.


[Valete]

O caminho trilhado por Valete no pós-Serviço Público tem sido tudo menos consensual, mas o rapper que foi uma referência maior do MCing para as gerações vindouras parece ter reassentado ideias no que ao seu rap diz respeito em Aperitivo — EP que editou, também, no arranque de 2023, e que abre portas a um novo capítulo de Keidje Lima na música. Se o público ainda está com ele ao fim destes anos todos? A calorosa recepção com que, segundo nos chegou, o autor de Educação Visual foi recebido no Coliseu dos Recreios em Fevereiro passado revelou-se um bom indicador nessa matéria. Resta a’O Sol da Caparica confirmar essa impressão.


[xtinto]

Assim como para T-Rex e Valete, o ano começou preenchido para xtinto: o rapper de Ourém estreou-se, por sua vez, no formato longa-duração e acrescentou à sua discografia a solo um terceiro volume, depois de ter editado Ventre Inacabado de seguida. Latência, trabalho sobre o qual falou connosco mesmo antes de o divulgar, será por isso o prato principal de uma actuação de se antevê, garantidamente, saciante.


[Chico da Tina]

Ou se ama ou se odeia — no caso de Chico da Tina, parece não haver (cada vez mais) meio termo na relação com a música do artista de Viana do Castelo. Mas uma coisa é certa: ver um concerto do autor de Tina Dance Mixtape (Sabor 2000) — projecto que lançou precisamente há um mês — é uma experiência única e, para felicidade de quem sai satisfeito com o que vê, repetível. “Insufláveis” será a palavra-chave para antecipar o que o minhoto e a sua entourage hão-de levar à Costa da Caparica no próximo sábado, dia 19.


[Kappa Jotta]

Segundo sabemos, o novo álbum de Kappa Jotta está já em desenvolvimento e, ao que tudo indica, temas como “Shooters”, “Coisas na Cabeça”, “Holla” ou “Telele” poderão fazer parte de Passaporte. Data de estreia para o sucessor de DOSYE KRI é que já não conseguimos prever, mas o rapper da Linha de Cascais leva já reportório suficiente (mesmo a contar apenas com os lançamentos do último ano) para montar um concerto à medida da sua reputação nos palcos nacionais — como o vídeo acima seleccionado o ilustra.


[Van Zee]

Tem-se falado de rap de gente grande até aqui, mas há quem venha dessa escola para conquistar outras multidões a contratempo: a afirmação de Van Zee tem-se notabilizado nos últimos meses, e o artista madeirense também não tem dado tréguas a essa boa maré. O histórico regista sucessivos hits certeiros, canções facilmente apetecíveis pelas gerações mais novas que se fazem representar em grande escala num festival como este. Para quem, por falta de oportunidade de rumar ao Funchal, perdeu a actuação deste jovem promissor a cantar “em casa” (como havíamos antecipado aqui), pode recapitulá-la no vídeo acima exposto e testemunhar algo parecido já no próximo dia 19.


[Ivandro]

É, por estes dias, um nome incontornável nas rádios, nas playlists e nos festivais. O caso de sucesso de Ivandro é ímpar e não parece ser febre efémera, tanto que os números, single após single, falam por si. Isso traduz-se, portanto, em multidões a cantar em uníssono várias das letras do cantor luso-angolano, que recentemente se tem aliado ao seu “mais velho” Bispo para fazerem, juntos, o que ambos já fazem a solo: chegar às pessoas.


[LON3R JOHNY & Plutonio]

Parecia mentira a princípio, mas a união de forças e capacidades entre LON3R JOHNY e Plutonio — revelada no primeiro dia de Abril em ANTI$$OCIAL — afigura-se, até ver, uma das grandes surpresas do ano. Sem pré-aviso, os dois artistas de escolas bem diferentes juntaram-se num EP de cinco faixas às quais juntaram mais uma bem há pouco tempo: “PIÑA COLADA” já só entrou no Verão, em boa altura de ser consumida depois de um dia de praia na Caparica.


[Pedro Mafama]

“Quer mandar beijinhos para alguém?” é uma deixa que, nas últimas semanas, tem ecoado por Portugal fora. Pedro Mafama voltou aos longa-durações com Estava No Abismo Mas Dei Um Passo Em Frente, mas a jóia do sucessor de Por Este Rio Abaixo revelou-se “Preço Certo” — que se tornou, aliás, a música portuguesa mais ouvida no Spotify na altura em que foi lançada. Não obstante, não faltam ao cantor da Graça canções e deixas convincentes ao baile além da persuasiva “Olarilólé, olarilólé”.


[Regula]

Foi um dos principais responsáveis pela abertura dos grandes circuitos de palcos (desde discotecas a festas académicas) ao rap em Portugal, mas já de há uns anos para cá — até pela demora em finalizar Ouro Sobre Azul — que Regula não tem feito estrada como nos tempos de Gancho Casca Grossa. A revelação do seu tão aguardado novo álbum trouxe de volta o rapper “nascido nos Olivais, criado no Catujal” aos palcos com mais regularidade. E, apesar dos clássicos incontornáveis, há no novo trabalho do artista anteriormente conhecido por Bellini uma série de temas que pedem uma boa performance ao vivo.

pub

Últimos da categoria: Ensaios

RBTV

Últimos artigos