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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 20/07/2023

Do Brasil a São Tomé e Príncipe.

13 espectáculos em destaque na edição deste ano do FMM Sines

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 20/07/2023

Está a chegar a 23ª edição do Festival Músicas do Mundo, que traz consigo muitos concertos até Porto Covo e Sines, os dois locais por onde se divide a programação que vai de 22 a 29 de Julho.

Tal como o nome do certame apregoa, esta é uma boa oportunidade para se ver e escutar artistas de todos os pontos do globo terrestre, uma autêntica montra para diferentes culturas e formas de pensar a música. Num cartaz com mais de quatro dezenas de nomes, a equipa do Rimas e Batidas destaca 13 deles numa espécie de guia que pode ajudar os leitores a delinear o seu próprio roteiro para o festival (ou até convencer aqueles que ainda estão na dúvida sobre se avançam ou não para a compra de bilhetes).


[Expresso Transatlântico]

São um trio formado por Rafael Matos e os irmãos Gaspar e Sebastião Varela e surgiram com a “Primeira Rodada” há um par de anos, single que não muito depois culminou com o lançamento de um EP de apresentação homónimo. Hoje com um álbum em mãos para editar algures nos próximos meses, os Expresso Transatlântico têm em “Barquinha” (com Conan Osíris) e “Bombália” o primeiro par de amostras desse trabalho, no qual se notará um salto ao nível da maturidade do som do grupo, conforme revelaram hoje em entrevista com o ReB.


[Silvana Estrada]

Filha de dois luthiers, Silvana Estrada nasceu em Veracruz, México, e desde cedo se habituou a tratar a música como mais do que um mero hobby. Aos 16 anos ingressou num programa curricular de jazz leccionado na Universidad Veracruzana e escolheu algumas das maiores vozes dentro do género como referências — nomeia Billie Holiday, Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald como principais fontes de inspiração. O seu som, porém, não vive apenas debaixo de um só tecto e é fruto de uma mescla com a música tradicional do seu país, algo que lhe tem valido rasgados elogios. Depois do Abrazo que nos deu em Setembro passado, viu-se a dividir o prémio para Melhor Artista Emergente com Angela Alvarez na 23ª gala anual dos GRAMMY Latinos.


[Chico César]

Formou-se e trabalhou em jornalismo, mas andou sempre de mãos dadas com a escrita de versos e a música criada em contexto de banda. No início anos 90, uma carreira enquanto cantautor mostrava-se próspera o suficiente para o fazer largar tudo e dedicar-se em exclusivo à paixão pelas canções. Compositor de mão cheia, Chico César é tido com um dos mais influentes artistas a surgir no Brasil antes do virar do milénio, tendo colaborado com gente como Daniela Mercury, Maria Bethânia ou Vanessa da Mata e assinado vários discos a solo — dos primeiros e mais marcantes Aos Vivos, Cuscuz Clã, Beleza Mano e Mama Mundi ao seu mais recente Vestido De Amor.


[A garota não]

Se nos dissessem há 10 anos que a música carregada de mensagem política e social ia voltar a ter um grande protagonismo em Portugal, provavelmente não acreditaríamos que houvesse gente suficiente do lado do público a dar-lhe esse devido destaque. A verdade é que, passo a passo, A garota não tem feito despertar mentes adormecidas e é hoje uma das artistas mais aclamadas do presente, quer pelos ouvintes, quer pela crítica especializada. O seu último 2 de abril foi um dos projectos em foco na lista de melhores trabalhos musicais lançados em Portugal ao longo de 2022 para a nossa publicação, lançamento que foi também fulcral para a subida a pique no números de concertos que é desafiada a dar.


[Rita Vian]

Rita Vian é uma das vozes mais consensuais dentro da vaga dos novos fados. Depois de captar as primeiras atenções enquanto vocalista de Beautify Junkyards, começou a sonhar com uma carreira a solo em 2019, ideia entretanto catalisada pela pandemia de COVID-19, que lhe trouxe uma dose de tempo adicional para se focar na escrita dos seus próprios temas. Depois de “Sereia” e “Purga”, recebeu o voto de confiança de Branko, que alinhou em ser o produtor do seu EP de estreia, CAOS’A. Já com vários quilómetros de estrada percorridos, Rita Vian está neste momento a preparar o lançamento de um novo disco, recentemente antecipado com “Animais”, faixa que tem benji price na produção.


[África Negra]

2023 vai deixar marcas nos África Negra. João Seria, vocalista principal da banda são-tomense, morreu no passado mês de Maio com 73 anos de vida, numa altura em que já existiam vários concertos marcados, que agora têm todos esse peso emocional de homenagear o auto-intitulado “General” deste conjunto. Autores de álbuns como Carambola ou Alice, cessaram actividade em meados da década de 90, antes de regressarem novamente aos palcos e aos lançamentos devido a um novo pico da procura pelas suas canções depois de serem re-descobertos pelas novas gerações. Nos últimos anos passaram várias vezes por palcos portugueses e editaram Alia Cu Omali pela Mar & Sol Records.


[Tó Trips Trio]

Tó Trips tem vindo a dedicar praticamente toda a sua vida a um só instrumento. A quantidade de horas que passou a dedilhar as suas guitarras faz com que estas escondam muitas histórias e segredos, capazes de se manifestar nos mais variados tipos de música, como deixa patente Popular Jaguar, LP em que se apresenta enquanto artista principal, capaz de expressar as diferentes línguas que as suas cordas “falam”. António Quintino (baixo) e Helena Espvall (violoncelo) são os dois instrumentistas que o acompanham o membro de Club Makumba e Dead Combo nos espectáculos ao vivo. Em Março deste ano, falámos com Trips sobre a sua mais recente obra e vimo-la ser interpretada em cima do palco da Culturgest.


[Maria João & Carlos Bica Quarteto]

Há histórias com finais felizes e outras nem tanto. Depois há histórias que parecem não ter fim, como é o caso daquela que une Maria João e Carlos Bica, dois veteranos do jazz nacional que colaboraram pela primeira vez ainda no decorrer da década de 80, parceria que culminou no lançamento dos álbuns Conversa (1986) e Sol (1991). Após a promoção desses trabalhos, cada um trilhou o seu caminho e solidificou o respectivo nome quer no circuito português como no internacional, voltando o par a cruzar-se agora com redobrados créditos. Produto de uma geração mais recente, André Santos (guitarra) e João Farinha (teclas) são quem os acompanha nesta nova aventura.


[Rodrigo Cuevas]

Natural de Oviedo, Rodrigo Cuevas é um cantor e agitador cultural que quer elevar a música das Astúrias. Enraizado no folk, mas com sede de inovação por parte da electrónica, estreou-se em 2019 com o longa-duração Manual de Cortejo, um conjunto de 15 faixas criadas com a ajuda de Raül Refree, um dos produtores mais conceituados do país nosso vizinho que trabalhou, por exemplo, com ROSALÍA ou Lina. Cuevas não mais voltou a surgir no formato de long play, mas não lhe faltam temas e remisturas novas para apimentar o alinhamento do concerto que está a preparar para o FMM. Em 2020, tivemos o prazer de falar com o cantautor espanhol na antecâmara de uma dose tripla de datas ao vivo por Portugal.


[Tabanka Djaz]

A representar a Guiné-Bissau em Sines vão estar os Tabanka Djaz, conjunto histórico que hoje se apresenta nos palcos com uma formação que tem Micas Cabral, Juvenal Cabral e Jânio Barbosa enquanto membros nucleares, aos quais se juntam ainda João Barbosa, Lars Arens, Cláudio Silva, Cau Paris, Kabum, Bernardo Tinoco e Sheila Semedo. Depois de terem passado pelo Coliseu dos Recreios para celebrar os 30 anos de vida do projecto em 2022, os Tabanka Djaz voltam a terras lusitanas com vários clássicos e o seu último EP Brincadeira D’Nós na bagagem.


[B Fachada]

É um dos principais rostos por detrás da música indie do nosso país e um dos mais exímios fazedores de canções do século XXI. Entre o modernismo e o piscar de olhos à tradição, B Fachada é uma figura de grande culto dentro do actual cancioneiro português e conquistou uma boa fatia da audiência graças aos muitos discos que foi lançando ao longo dos últimos quase 20 anos. Entre os seus trabalhos mais aclamados encontramos o homónimo B Fachada ou B Fachada É Pra Meninos, sendo o seu mais recente registo discográfico o não menos impressionante Rapazes e Raposas.


[Céu]

Na rua, o céu exibe muitas nuvens. Em disco, Céu adopta diferentes nuances para esculpir as suas trilhas sonoras. Maria do Céu Whitaker Poças nasceu em São Paulo em 1980 e tinha 25 anos quando se estreou num álbum homónimo. Esse Céu é ainda hoje um dos seus registos mais celebrados de sempre, muito graças à hipnotizante roda da “Malemolência” que lhe serve de principal single e à vasta fusão entre estilos que se encontram por todo o alinhamento — da MPB ao jazz e do hip hop ao r&b. No final de 2021 lançou o sexto LP de originais, Um Gosto de Sol, que estará certamente na ordem do dia para a sua passagem pelo FMM.


[Os Tubarões]

Uma das bandas mais importantes da história musical cabo-verdiana, Os Tubarões estão também mais revigorados do que nunca devido ao crescente interesse em torno do seu legado. São ao todo mais de cinco décadas de histórias vincadas em edições e espectáculos, hoje interpretadas por Bruno “Buna” Lima (bateria), Arlindo Rodrigues (voz), Jorge Lima (percussão), Zeca Couto (piano), Domingos “Totinho” Fernandes (saxofone), Israel “Tó Tó” Silva (guitarra) e Adão Brito (baixo). Em 2018, os autores de Pépé Lopi ou Djonsinho Cabral concederam uma entrevista ao Rimas e Batidas.

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