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Miguel Santos

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A coroa a quem a merece.

Rosalía: la proxima reina del pop?

3 de Dezembro de 2020. É um dia inesquecível neste ano para esquecer. Foi o dia em que Bad Bunny fez história, quebrando o seu próprio recorde. Depois de no início deste ano o seu álbum YHLQMDLG ter subido ao segundo lugar na Billboard 200, o artista porto-riquenho atingiu o cobiçado primeiro lugar com EL ÚLTIMO TOUR DEL MUNDO, a estreia de um álbum totalmente cantado em espanhol no topo da tabela. 

É um marco importante, estabelecido por um artista jovem, um porta-estandarte de uma pop nova e fresca, latina, e agora mais calorosamente abraçada pelo mainstream. Pela primeira vez na história, o álbum mais ouvido nos Estados Unidos, o maior difusor mundial de música pop, é integralmente cantado em espanhol. Seja por uma ou fosse por 10 semanas que se mantivesse no topo da tabela, o passo está dado e não se crê caso isolado. Posto isto, e como este ano nunca mais acaba, podemos ocupar este tempo que se arrasta em fins-de-semana à porta fechada com apostas para o futuro, já a começar em 2021. 

J Balvin salta à vista, e neste caso não é por causa das suas escolhas de penteado, os streams e as views falam por si. Mas Colores, lançado no distante início deste ano, coloca-o aparentemente fora da corrida. É preciso pensar fora da caixa, para os lados e em altura. Que tal uma artista que já tenha colaborado com Bad Bunny e J Balvin e que só este ano conta com colaborações com Travis Scott e The Weeknd? É claro que Rosalía teria de fazer parte desta conversa.



A artista catalã tem-se mostrado como uma das vozes emergentes desta nova pop. O que a destaca dos restantes artistas referidos é a sua flexibilidade musical. EL MAL QUERER, o seu segundo álbum, estabeleceu-a como uma artista eclética, capaz de aplicar fórmulas pop a géneros como o flamenco, demonstrando conforto ao lado de astros da pop como Scott e ao lado de frutuosos experimentalistas como Arca. A versatilidade de Rosalía Tobella é o seu principal trunfo, aliada aos seus dotes de produção e potente pujança vocal que também não devem ser descurados.

Se olharmos para o seu percurso desde que lançou EL MAL QUERER, esse eclectismo é claro. Há de tudo um pouco, ROSALÍA dispara em várias direcções sem nunca soar dispersa. Temos sentidas canções de amor como a intimista “Dolerme” ou a doce “Yo x Ti, Tu x Mi”, odes ao flamenco que está no seu DNA como “Juro Que” e os seus cruzamentos com um universo mais pop em temas como “A Palé”, “Con Altura” ou “TKN”. São curtos temas que têm o seu mérito, mas que infelizmente acabam por ficar dispersos com o passar do tempo, por vezes afundados em ruído sem serem amparados por algo mais expressivo e com mais corpo. 

E certamente que a artista sabe isso, mas também sabe que no final do dia o mais importante é a música em si. A prova disso é a quantidade de singles que tem vindo a lançar desde o seu último álbum. Criam expectativa para o próximo passo da sua carreira, um showcase das várias direcções que pode tomar. É um passo importante para Rosalía, a sequela da sua obra mais aclamada, mas quem sabe se um desses caminhos não vai até ao topo da tabela? Vai uma aposta?…


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