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Fotografia: Guilherme Cabral & Geraldo Ferreira
Publicado a: 26/11/2023

Há que tentar ver o copo meio cheio.

Super Bock em Stock’23 — Dia 2: da introspecção pop de Silly ao frenesim jazzístico de Steam Down

Fotografia: Guilherme Cabral & Geraldo Ferreira
Publicado a: 26/11/2023

Diz-se que o segundo encontro corre sempre melhor do que o primeiro e o Super Bock em Stock não foge a essa máxima, deixando para o final o alinhamento mais sonante da sua edição deste ano. Isso reflete-se, claro, na afluência ao evento, que no último dia preencheram um pouco melhor as salas comparativamente com o que havíamos testemunhado no arranque. Novamente a seis mãos e dois pares de câmeras, o Rimas e Batidas fez-se à Avenida da Liberdade com o intuito marcar presença em mais uma série de concertos, com a música portuguesa outra vez em destaque, mas temperada a espaços por alguns momentos protagonizados por projectos internacionais que têm captado a nossa atenção.



Como é que alguém que fala tão pouco tem tanto para dizer? Provavelmente nem a própria saberá a resposta à sua causa paradoxal, mas Silly tem plena consciência de que a sua palavra dita perde prioridade sobre a escrita. “Ouve o que eu digo, quando eu não falo, o silêncio embala” — porque ficar calado também quer dizer qualquer coisa. E estamos em crer que as poucas palavras que nos foi dirigindo entre canções na noite passada não se deveram apenas a uma timidez apesar de tudo incontornável. Até porque, ao passar os olhos pela plateia enternecida da Sala Ermelinda Freitas, tornava-se clarividente a sintonia entre artista e espectadores. Já se sabe que a música tem esse poder, mas nem toda é especial ao ponto de mexer com os circuitos misteriosos pelos quais responde o coração. E essa ligação só se veio a fortalecer graças à parceria que a cantora e compositora nascida nos Açores desenvolveu com Fred

É a meias com o baterista e produtor que Maria Bentes tem vindo a criar o seu primeiro álbum a solo, e foi uma boa parte de Miguela o que ouvimos na Sociedade de Geografia de Lisboa. O casamento artístico revelou-se, também em palco, perfeito, não só pela forma como Fred acrescenta à música vincadamente autoral de Silly, mas também a avaliar pelo resultado da criação conjunta, que traz às novas canções dois lados inéditos do que cada vez mais se parece com uma só moeda. Isso e a cumplicidade que trocavam no olhar, com sorrisos reservados — são os dois estruturalmente assim, e também essa personalidade introvertida os aproxima — que dão sinais de que a coisa estaria a correr como planearam. Juntos, num mundo à parte, de meia dúzia de metros quadrados, como se não estivéssemos nós, cardume “sermado”, a palmo e meio das suas máquinas do tempo. Um sonho, recriado a partir de sensações e memórias alheias, do qual não queríamos mesmo acordar.

— Paulo Pena



Entrou à hora marcada perante um Capitólio francamente vazio, mas que foi enchendo música atrás de música até resultar numa das maiores ocupações que vimos para esta sala durante o festival. É que o horário não perdoa, e em simultâneo tocavam VSP AST, Inês Monstro e Jehnny Beth enquanto terminavam ainda os concertos de Pons ou da lusa Silly, com quem certamente partilha público e que ali marcou ontem presença.

Em cima do palco, Azart apresentou-se com Foco, com barras para dias e aquele entusiasmo juvenil de quem começa agora a pisar os grandes palcos — “Ainda não é another day in the life só porque os concertos ainda não são muito regulares, mas vão ser cada vez mais”, contava-nos entre canções nas várias interações que fazia questão de manter com o público.

Ao longo de quase uma hora de concerto trouxe-nos Walez e Tilt, que interpretaram “Pena” e “20.000 Maneiras”, respetivamente. O segundo tema é particularmente interessante pelo diálogo entre os dois rappers, que ganha uma dimensão quase teatral ao vivo e contrasta claramente com o ambiente sonoro do resto do álbum.

Este era um dos concertos que mais antecipávamos à partida para o Super Bock em Stock e não desiludiu. Com a energia geralmente lá em cima, o concerto de Azart foi uma viagem entre a sombra de “20.000 Maneiras”, a introspeção de “Não tou bem” e as boas vibrações de “Nós” que arrancam sorridentes refrões entre a plateia.

Perto do final houve ainda espaço para dois acústicos, acompanhado à guitarra por Tomás Garcia, e para esclarecer as dúvidas: a voz de Azart é boa, recomenda-se e quere-se longe de grandes filtros ou auto-tune. Afinado e com capacidade para explorar várias melodias e tons, o rapper terá certamente futuro junto das sonoridades mais doces do r&b enquanto carrega a insígnia de rapper numa espécie de ameaça dupla. Gostámos do que vimos, mas sabemos que vamos gostar ainda mais do que está para vir.

— João Daniel Marques



Os minutos antecedentes à subida de VSP AST ao palco da Garagem EPAL acabariam por se revelar enganadores. E talvez as vicissitudes de um festival como o SBES expliquem a afluência radicalmente exponencial mal Fernando Gariso começou a cantar. Natural de Coimbra, trouxe consigo uma pequena turma de instrumentistas — um deles com o emblema da equipa briosa ao peito — para o assistirem numa verdadeira sessão de rock juvenil. Daí que a Sala Tranquilidade tenha sido, na verdade, o espaço mais apropriado para este concerto: apesar de esta “vespa asiática” responder apenas por si própria, é ao vivo e bem acompanhada que faz valer todas as potencialidades que os quartéis da Sony Music Entertainment Portugal lhe reconheceram desde cedo. Neste sistema, forma ao lado dos seus camaradas uma autêntica banda de garagem, com um reportório iminentemente direccionado para aqueles anos — e respectivos sentimentos à flor da pele — de formação de carácter, numa espécie de adeus nostálgico à adolescência.

Se fosse só por aí, a coisa podia não aquecer nem arrefecer. Mas a mais-valia de VSP AST está nas suas soft skils enquanto performer, desde obviamente a capacidade vocal que ao vivo confirma até ao à-vontade (mesmo assumindo algum nervosismo nesse papel) em palco. Fossem poucos a princípio ou muitos já no fim, ficou a sensação de que este rockeiro eleva a energia das suas actuações ao máximo independentemente da plateia que encontra. Pode, até, encontrar alguma resistência da parte de um público mais circunspecto quando se atira para fora de pé em tiradas humorísticas, mas isso pouco ou nada afecta a sua boa disposição enquanto nos convence de que vale bem mais do que à primeira lhe podemos julgar. Esse mérito ninguém lhe tira: a sua picada é realmente contagiante.

— Paulo Pena



O nome engana. Inês nada tem de Monstro, pelo menos no sentido pejorativo da palavra. Tem, sim, uma voz monstruosamente bem treinada, das mais firmes e com maior projeção a que assistimos neste festival. E a admiração não vem de agora: deste lado, Inês Laranjeira era a concorrente favorita da edição de 2009 dos Ídolos, e apesar de não ter vencido, houve desde logo uma certa certeza de que um dia a encontraríamos a dirigir o seu próprio projecto em palco. Esse dia foi ontem, quando se fez ladear de Alex Sweeney e Eugénia Contente para apresentar ao vivo o seu tardio mas sempre bem-vindo disco de estreia, Brilho, que cativou uma audiência bastante bem composta no piso inferior da Casa Alentejana, aqui apelidada de Sala Bogani.

Com o lado da performance corporal sempre muito presente, a artista vestiu bem as diferentes peles que inspiraram as suas 8 canções compiladas nessa primeira obra discográfica, alternando entre posturas sérias e outras mais descontraídas e aplicando doses adicionais de emoção no gesticular e no dançar. A escola da soul e do jazz com que a conhecemos quando era mais jovem surge nesta fase da sua vida bem mais diluída e mistura-se com um certo fado que a sua voz carrega, sinais claros da maturidade que alcançou para conseguir finalmente desabrochar. “Porque Te Quero”, “Hipnose” e “Sina” foram pontos altos num espectáculo que apenas pecou por ser curto e num palco tão pequeno. Ainda assim, foi o suficiente para cumprir sonhos: o dela, que conforme dito pela própria, desejou por este momento depois de ter acompanhado Atalaia Airlines no SBES em 2022; e o nosso, que sempre estranhámos a sua ausência no panorama da música nacional após o seu talento tanto ter prometido ainda em tenra idade. Venham mais lançamentos e convites para outros eventos, que Inês parece mesmo ter o cabedal certo para enfrentar outro tipo de crowds.

— Gonçalo Oliveira



Mantemo-nos na Casa do Alentejo, mas desta vez subimos até ao piso de cima para um encontro com Tagua Tagua. O projecto conduzido por Felipe Puperi desde cedo captou atenções oriundas de todo o globo e chegou este ano ao segundo álbum, Tanto, reforçando o estatuto que adquiriu dentro da pop rock com a mesma ossatura indie da qual são feitos os sonhos. O seu som lembra fins de tarde solarengos da colecção Primavera/Verão e é capaz de fazer elevar qualquer corpo até onde as nuvens moram, motivo mais do que suficiente para não perdemos este seu regresso ao nosso país com um novo repertório.

Encarregue da guitarra-ritmo, Puperi é também vocalista a full time em Tagua Tagua, embora no concerto que protagonizou no Super Bock em Stock não nos tenha conseguido embrulhar por completo no manto de seda que o seu canto consegue fazer em disco — culpa, muito provavelmente, do baixo volume do microfone, que pareceu deixar sempre a voz para segundo plano, tapada pelos restantes instrumentos da banda. Acompanharam-no uma segunda guitarra, um baixo e bateria, divididos em cima de um palco que exibiu constantemente o espectro de cores do arco-íris, remetendo-nos desde logo para o single “Colors”, que mereceu estreia por aqui, nas páginas do ReB, logo no arranque de 2023.

Com Tanto em especial evidência, escutaram-se canções que versam encontros e desencontros, mar e sol, entre outros postais gerados pelas vivências de Puperi, que além de frontman é também o autor de toda a obra assinada por Tagua Tagua. Ao longo de uma hora, o alinhamento foi-nos atirado praticamente sem solavancos — o cantor pareceu tímido na interacção com o público e a maior paragem entre temas deveu-se unicamente a uma troca de in-ears. Musicalmente, não há defeitos que se possam apontar ao que assistimos, mas o concerto soou a algo sem grande alma. À excepção de cerca de uma dezena de adeptos na fila da frente que entoaram muitas das letras, Tagua Tagua falhou em captar as atenções dos presentes na sala, que de um modo geral estavam mais concentrados em conversas triviais. Talvez o slot num festival de Outono não fosse o ideal para esta banda e fica a ideia de que um espetáculo em nome próprio, com Puperi a sentir realmente que está diante de fãs e não de transeuntes, tornaria a coisa muito mais mágica, tal e qual ela nos soa nos discos.

— Gonçalo Oliveira



A atuação de Valete no SuperBock em Stock dificilmente terá preenchido as medidas dos seus fãs mais hardcore, ou mesmo dos mais jovens. Para dizer a verdade, será sempre difícil compreender o que leva um artista a convidar outros a pisar o palco em conjunto sem o mínimo entrosamento. Mas podemos dizer-vos o resultado: uma porta giratória de nomes conhecidos mas aparentemente desligados do que ali se está a passar. Falta fio condutor, menos interrupções, mais música e menos saudosismo.

Entre a lista de convidados, Moullinex foi o primeiro a subir a palco e, sem dizer uma palavra, refugiou-se atrás das máquinas para nos apresentar dois temas, um dos quais “Minina di Céu”, que serviu para abrir a Caixa de Pandora das dedicatórias e agradecimentos que se tornaram frequentes durante o concerto, primeiro com uma homenagem a Sara Tavares, e depois com um pedido de desculpas em nome do hip hop às mulheres em geral, pela “futilidade, misoginia e machismo”, e pela fraca representação feminina no género. A ironia é que dois temas abaixo no alinhamento e Valete já cantava “Essas mesmas pitas atadas na alienação / Desesperadas por atenção, descascadas no Instagram”, em “Rap Consciente”.

Tudo junto acaba por culminar num sentimento agridoce: vimos Papillon, mas apenas a cantar uma música a solo; Moulinex trouxe-nos um belo set… de 5 minutos e no meio de uma festa de hip hop; e matámos as saudades de Valete, mas escutámos menos músicas do que queríamos num alinhamento em que, pelo meio, voltámos a ouvir a versão adulterada de “Ruleta Russa” que está longe de fazer jus ao original. O ponto alto terá sido certamente a performance de Black Company que, nos 10 minutos finais do concerto recuaram no tempo para nos trazerem “Não Sabe Nadar”, “Escuta” e “Pura Ressaca” num medeley a três.

Em nota pessoal, talvez esteja na altura de Valete largar a postura sebastianista (evidente no discurso e gritada aos nossos ouvidos de todas as vezes que se deixou parar no meio do palco à meia-luz entre o nevoeiro artificial), olhar para a frente e perguntar-se não o que os fãs podem fazer por ele, mas o que ele pode fazer pelos fãs.

No final de contas, o debate é mais filosófico do que outra coisa. Entre muitas questões que surgem, atrevemo-nos a colocar esta: deverá um artista em atividade ser julgado pelo que já nos trouxe (em vez do que nos traz), ou o parâmetro serve melhor os artistas reformados? Ao mesmo tempo, temos de decidir quem é mais merecedor do tempo de antena: o ícone estabelecido do género e em atividade há mais de 20 anos cuja reputação sobe e desce ao sabor das polémicas, ou o jovem promissor que se foca em produzir e apresentar trabalho de forma consistente e regular?

— João Daniel Marques



Transportar a essência e efervescência do jazz londrino para o coração de Lisboa? Com Steam Down, a importação dessa vibe é garantida. Mais do que uma banda, este é um colectivo/comunidade que carrega o nome de um evento semanal que procura aproximar e fomentar a colaboração entre músicos da capital inglesa, criando dinâmicas inéditas a cada novo encontro e vivendo muito do drive e espontaneidade de todos aqueles que coabitam no seu espaço criativo. Não é, por isso, de espantar a parca obra publicada deste projecto, que muito se alimenta do “agora” e da interacção física entre os diferentes intervenientes, mas a falta de rasto neste capítulo não os impede de voar alto e chegar aos ouvidos de quem realmente interessa. Liderados pelo multi-instrumentista, compositor e produtor Ahnasé, os Steam Down já arrecadaram alguns prémios vistosos, gozam de uma boa dose de atenção por parte de algumas publicações de renome e até já deixaram uma marca no catálogo da prestigiada Blue Note Records, que os incluiu no primeiro volume de uma série de compilações que traçam o ADN deste novo jazz do Reino Unido, Blue Note Re:imagined. “Etcetera” é a faixa com a qual participam no LP que também soma contribuições de gente como Jorja Smith, Ezra Collective ou Nubya Garcia, e uma das malhas que trouxeram consigo até ao Super Bock em Stock, que, conforme explicaram, parte de uma ideia musical do lendário Wayne Shorter, saxofonista que certamente terá inspirado Ahnasé, que neste concerto se dividiu entre voz e saxofone, precisamente.

Representados por um quinteto em que praticamente todos os músicos oferecem contribuições vocais aqui e ali, neste quadro couberam também teclas, baixo, bateria e um par de congas. Durante uma hora, os Steam Down fizeram justiça ao nome que carregam e deixaram tudo em palco através de uma actuação que foi desbunda total. Não sendo propriamente espiritual, o seu jazz consegue, sem dúvida, elevar qualquer ânimo, indo de cadências electrizantes dignas de projectos de Shabaka Hutchings até grooves mais suaves mas bem gingados ao estilo das paletas sonoras recolhidas das Caraíbas. Entre os pedaços que mais atenção captaram, destacamos um par deles: primeiro um tema bem dubby que, a dado momento, se alinha com o refrão de “Welcome To Jamrock” e gera a maior reação do público; depois, já mais para o final do gig, um improviso geral que nos transportou para uma das tais noites semanais curadas pelos Steam Down em Londres e que terminou com uma deixa para a entrada de “Free My Skin”, o grande hino do catálogo ainda em construção deste interessante grupo britânico.

— Gonçalo Oliveira



Kyle Quest apresentou uma supreendente performance na última noite de Super Bock em Stock. Numa altura em que o público começava a abandonar as imediações da Av. Da Liberdade e em que os resistentes se dividiam entre os últimos concertos, o bar do capitólio foi enchendo perante o clima de festa que escapava pelas portas abertas.

Foi assim, entre copos e numa sala recôndita do grande Coliseu dos Recreios, que Kyle Quest se fez acompanhar por um percussionista, um guitarrista e outro teclista que contribuíram para o bom ambiente que se fez sentir, desde o guarda-roupa à atitude que o levou a misturar-se com as primeiras filas. Já o palco, apesar de não privilegiar a qualidade de som ou a atenção ao que lá em cima se passa (afinal, os festivaleiros levaram o nome “Bar Coliseu” bem a sério), parece impactar uns menos do que a outros, e nesse capítulo o nosso artista teve sorte e conseguiu cumprir.

Com elevado nível de energia, a atitude positiva e despreocupada e as sonoridades eletrónicas marcadas pelos teclados e pelo pedal wha-wha da guitarra, Quest foi capaz de encerrar o festival com cheiro a clubbing, entre cervejas e copos de vinho num espaço que foi ficando progressivamente mais quente e húmido. Ainda assim, fica a expectativa de ver uma atuação sua numa tarde de verão ou num sunset junto à piscina. Na setlist constaram até temas da era SoundCloud de Kyle Quest e, claro, as colaborações com Stckman “Rude” e “Blow My Mind” que foram repescadas para um concerto que lhe ficará na memória durante algum tempo. Quem estava a ver, seguramente também se divertiu, e isso é o mais importante.

— João Daniel Marques



É uma pena. Tão boa foi a sua primeira experiência em Lisboa, para no regresso sair daqui, certamente, desiludido. A verdade é que as plateias que Smoke DZA encontrou no Festival Iminente, em Setembro do ano passado, e no Super Bock em Stock deste ano foram diametralmente opostas. E, por isso, o seu concerto acabou inevitavelmente prejudicado por essa discrepância. Há vários factores que ajudam a explicar a expressiva diferença numérica em termos de espectadores do primeiro para o segundo concerto do rapper norte-americano na capital portuguesa, e todos eles se prendem sobretudo pelas características de cada festival. Mas certo é que, depois de uma estreia bem-conseguida a todos os níveis, o MC nova-iorquino teve a ingrata tarefa de actuar para duas, três dezenas, vá lá, de pessoas num Capitólio muito, muito longe de preenchido.

O que vale é que este Kush God é (ironicamente ao contrário do que advogava um homónimo seu na mesma sala horas antes) um representante valiosíssimo da cultura hip hop. E isso traduziu-se numa actuação imaculada, talvez até mais assertiva que a primeira que testemunhámos por aqui, com direito a directo no Instagram para trazer alguma plateia virtual ao espectáculo, a interacção próxima com o parco público à sua frente, e a cumprimentos calorosos com os poucos fãs (um deles, deste lado) que ficaram para o receber na plateia já no fim do concerto. No fim de contas, não temos absolutamente nada a apontar ao carismático rapper de Harlem. Ele é que não terá tantas razões para voltar a uma cidade pela qual diz ter um carinho especial. Tanto nos orgulhamos da hospitalidade portuguesa, quando Smoke DZA merecia uma recepção bem melhor…

— Paulo Pena


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