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Fotografia: Guillermo Calvin
Publicado a: 19/01/2023

O espectro visual completo.

[Estreia] Tagua Tagua antecipa novo disco com “Colors”

Fotografia: Guillermo Calvin
Publicado a: 19/01/2023

Depois do lançamento de “Tanto”, primeiro avanço de um próximo álbum com o mesmo título e cuja edição foi apontada para 3 de março, surge agora com “Colors”, que tem a sua estreia aqui, no Rimas e Batidas (chega às restantes plataformas a partir de amanhã), criando-se o momento perfeito para se olhar pelo prisma e atentar todas as cores deste nome em ascensão que é Tagua Tagua.

Durante anos à frente da banda Wannabe Jalva, Felipe Puperi, compositor e produtor gaúcho, já pisou os mais conceituados palcos, desde o icónico Lolapalooza à abertura de concertos para artistas como Pearl Jam, Jack White ou Growlers. E não é caso para menos. Ávido em explorar o seu lado mais criativo, este artista conta já com dois EPs — Tombamento Inevitável (2017) e Pedaço Vivo (2018) — e um primeiro LP, Inteiro Metade, apresentado em 2020, ano de outra grande conquista, como quem riscou da lista um dos mais raros Pokémon: viu uma música sua, “Peixe Voador”, fazer parte da banda sonora do jogo FIFA 20. Não é para todos. 

Refletindo agora sobre um amor do passado, Puperi apresenta-nos as suas verdadeiras “Colors”, numa música com um forte teor nostálgico, apesar da habitual sonoridade “feel good”, muito presente na sua discografia. 



Numa tentativa de entender mais sobre esta nova faixa e na iminência do lançamento do seu novo álbum, Tanto, o Rimas e Batidas esteve à conversa com Tagua Tagua, que começou por nos falar sobre o surgimento da inspiração e como sair de um bloqueio criativo:

Às vezes é fácil, às vezes, não. Normalmente, as letras nascem sem eu perceber muito bem o porquê disso e, depois, percebo que elas faziam todo sentido para o que eu queria expressar e comunicar naquele momento. A melhor forma de sair do meu bloqueio criativo é trocar de ambiente. Toda vez que eu mudo de casa, por exemplo, vem uma nova perspectiva e novas ideias aparecem. Mas, como mudar de casa o tempo todo não é algo muito viável, viagens e temporadas em outros lugares também ajudam”.

Embora possa ser fruto deste caráter nómada e tenha um título em inglês a condizer, toda a faixa é cantada em português, o que nos levou a pôr a questão: Porquê o título “Colors”?

“Pois a música fala sobre descobrir cores em outra pessoa, sobre ver a sua própria vida colorida. Quis que fosse em inglês para fazer uma brincadeira com o fato das palavras serem parecidas nas duas línguas e todo mundo entender de qualquer forma. A música não tem nada de inglês, é toda em português mesmo.”

E apesar de todas as cores já existentes no espectro, as mesmas são ampliadas quando alguém padece de estar apaixonado; do vermelho carregado nas bochechas depois de um beijo, ao preto profundo de umas pupilas dilatadas, passando pela cor de mel do cabelo de alguém ao ser atingido pela luz, o compositor afirma: “Vi cores em você”; e qual será a mais bela de todas elas?

“O que acho mais bonito é esse arco-íris que somos. Cada pessoa é um universo muito específico e individual e traz uma variada paleta de cores consigo. Não tenho uma preferência, eu gosto é de ir descobrindo as cores de cada um.”

Tendo sido uma das últimas músicas a nascer durante a conceção do novo disco, a sua escolha enquanto segundo single assumiu-se como óbvia pelas caraterísticas que partilha com o projeto, o que levanta um pouco o véu sobre o que poderá vir por aí:

“Ela apareceu para mim e percebi que tinha um embalo diferente que ‘falava’ pelo disco. ‘Colors’ tem uma onda boa, uma onda que te leva, que dá vontade de sair cantarolando. O primeiro single eu quis que fosse ‘Tanto’, por ser a música que dá nome ao disco e também o representa tão bem na letra. Já ‘Colors’ é uma continuação dessa narrativa com uma pitada mais para cima e embalada.“

Quando questionado acerca do que poderemos esperar deste disco, com a curiosidade aguçada pela pergunta anterior, o artista recorreu aos seus projetos prévios para explicar o quanto vai diferir, embora não se afaste muito da vibe a que estamos habituados de Felipe Puperi: composições chill com toques de uma sensualidade muito caraterística.

Esse novo disco é definitivamente diferente dos EPs – que têm um som mais experimental. Também difere do Inteiro Metade, um disco com vários moods, desde músicas animadas e eufóricas, até coisas mais densas e profundas. Tanto é um álbum linear, um disco de canções que tem sua singularidade, mas que se assemelham, que falam de se apaixonar por se apaixonar. Vejo como um disco calmo, sexy em uma certa medida, amoroso e mágico.”

Levando sempre algum tempo a ser construída e passando por um período de maturação, a identidade artística raramente se anula das raízes de um artista. Natural do lado sul do Brasil, agora sediado em São Paulo, Tagua Tagua não esquece o cenário que tanto lhe fez brilhar os olhos e se transportou da infância, em tom de influência, para a sua música atual:

“Sempre influencia, acho que essas coisas não se dissociam. Sou natural do sul do Brasil e sempre vou acabar fazendo as coisas de uma forma muito própria de alguém que teve aquele cenário gravado na íris durante toda a infância, alguém que viveu naquele clima, com aquele tipo de gente e comportamento. Tenho certeza que se fosse natural do norte a coisa viria de outro jeito pra mim. De toda forma, me encanta a possibilidade de agregar coisas de outros ambientes na minha música e, por conta disso, acabar criando um lance novo, de acordo com minha bagagem e vivência.”

E assim como a sua música se inspira dessa agregação de diferentes ambientes e cenários, Tagua Tagua veio para viajar pelo nosso íntimo, não esquecendo as suas origens e romantizando o que a vida tem de mais belo. Com letras que nos chegam à alma e poisam no espírito de quem gosta de rolar os vidros para baixo e sentir a brisa na cara a conduzir, dar um pezinho de dança num dia de sol ou sucumbir à nostalgia de tempos passados e deitar aquela lágrima já assumida. Há música para todos os moods e gostos; é só abrir o coração e seguir a melodia, guiada pela doce voz de Felipe Puperi.


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