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Fotografia: Jack McKain
Publicado a: 25/07/2022

De punho erguido pela Europa.

Pink Siifu: “Sinto que o NEGRO vai ser sempre uma das melhores partes da minha discografia”

Fotografia: Jack McKain
Publicado a: 25/07/2022

No que toca a concertos em Portugal, há que dar graças aos deuses da música pelo ano de 2022. Os concertos não param, os festivais voltaram na sua máxima força e até mesmo os artistas mais “pequenos” — com menos números e alcance, entenda-se — não estão a ser deixados para trás.

Como adeptos de uma nova forma de hip hop que tem despontado a partir do circuito DIY dos EUA, o anúncio da vinda de Pink Siifu a Lisboa foi uma das melhores notícias que recebemos nos últimos tempos e vem dar um gosto ainda mais especial a um ano em que já vimos ao vivo gente como Earl Sweatshirt, Navy Blue, Fly Anakin, Injury Reserve ou MIKE, o único deste lote que nos “obrigou” a ir para fora de portas para o assistir, em Espanha.

Até ao momento, em 2022, o rapper e produtor que cresceu em Cincinnati tem continuado a promover o seu último GUMBO’!, editado originalmente no ano passado, entretanto alvo de uma “dieta” que o fez engordar 10 temas em Março último, na reedição deluxe. Planos para o futuro há muitos, conforme deu a entender na sua primeira entrevista ao Rimas e Batidas. Mas nada será colocado em prática sem antes dar um passo atrás, recuperar os temas de estética punk que fazem parte dos universos de NEGRO e NEGRO DELUXE e apresentá-los numa digressão exclusiva para o público europeu. O arranque da tour NEGRO ALIVE’! Experience acontece esta sexta-feira, dia 29 de Julho, no Jardim das Galerias Municipais, em Lisboa, pelas 19h30.



A primeira vez que escutei a tua voz foi em 2017, através de BRWN, um álbum de B. Cool-Aid. O teu projecto a solo ainda não era tão sonante quanto agora, mas eu tenho a ideia de que tu já lançavas bastantes coisas através do Bandcamp. Quando é que isto começa?

Já vinha a lançar música pelo Bandcamp, como dizes. Devo ter lançado as primeiras cenas por volta de 2012/2013.

Nessa altura, ainda estavas em Cincinnati?

Sim. Isso foi antes de ter ido para Los Angeles.

Tinhas referências específicas nessa altura? Presumo que tenhas os teus próprios heróis dentro da música.

Eu ouvia muito o Madlib, o Jimi Hendrix. Nessa altura, acompanhava muito o que fazia o Andre 3000. Absorvi muita cena do jazz e de tudo o que havia em torno disso. Há muita gente de quem eu curtia. Havia a Low end Theory, o Ras G… Houve uma fase em que comecei a acompanhar a Dolfin Records, de Dallas, onde surgiram o Jon Bap ou a Liv.e. Eu curtia de muita malta de diferentes estilos. Isto entre o meu início e essa fase que falaste de B. Cool-Aid, sendo que é no ano a seguir que lanço o ensley. Foi por essa altura que eu comecei a descobrir o que queria fazer ao certo, tanto em B. Cool-Aid como na minha cena a solo.

Nessa altura, já antecipavas que o teu output criativo viesse a ser tão eclético como o vemos agora?

Sim. E tu consegues perceber isso pelas merdas que ia lançando do Bandcamp. Aquilo é eclético para caraças. Quando eu mudei o nome artístico para Pink Siifu, já tinha muita merda dessa cá fora. E essa foi uma das razões pela escolha deste nome. Tu lês Pink Siifu e não consegues ter a mínima ideia do tipo de música que pode estar por detrás daquilo. Foi por isso que o escolhi. Gosto dessa ideia, de manter tudo em aberto.

Creio nunca me ter cruzado com alguma explicação para esse nome. O que é que significa Pink Siifu?

É a cor rosa, que é uma cor muito bonita. O Siifu vem de uma palavra cantonesa, que significa “professor” ou “mestre”. Normalmente aplica-se aos professores de artes marciais. Mas poderia ser qualquer tipo de professor.

A cultura asiática é algo que te atrai?

Ya. Adoro artes marciais. Como o jiu-jitsu, por exemplo.

Praticas?

Eu não o pratico regularmente. Não te posso dizer que a minha vida ande muito à volta disso, mas pratico. Só não o pratico com a regularidade que devia.

Neste momento continuas a viver em Los Angeles?

Não. Já não estou em L.A.. Mudei-me para Baltimore, Maryland.

Mas foi importante o tempo que passaste lá? Tenho sempre esta ideia de que Los Angeles é dos locais onde mais se respira criatividade.

Isso é certo. É um lugar lindíssimo. Muita gente vai para lá. É muito fácil tu trabalhares lá. Adoro aquilo. Foi uma grande experiência. Acho que qualquer artista deveria de passar por lá, nem que seja só para visitar. L.A. é linda e aprendi muito lá.

Desde esse álbum de B. Cool-Aid, que falámos no início da conversa, tu lançaste vários projectos, tanto a solo como em colaboração com outros artistas. Lembro-me do ensley, do Black Sand ou do Bag Talk. Estávamos a habituarmo-nos a um certo registo da tua parte, até que, em 2020, nos apanhas a todos desprevenidos com o NEGRO. O que te levou a querer fazer um disco de punk?

Creio que apanhou muita gente desprevenida, sim. Mas eu já andava pelos bastidores a fazer música punk. Só nunca tinha lançado nada. E as pessoas habituaram-se a ouvir-me fazer rap. Explicar-te o porquê de o ter feito… Sei lá. Toda a cena da América branca e as merdas do racismo. Eu estava chateado com essas merdas. Estava farto de ver o modo como tratavam os manos à minha volta. São os meus manos, o meu povo. E eu, nos bastidores, andava a fazer esse tipo de música. Apenas não a tinha editado em álbum. Ao não o ter feito, permitiu-me apetrechá-la ainda mais e fazer as coisas à minha maneira. Permitiu-me experimentar certas coisas. Sinto que o NEGRO vai ser sempre uma das melhores partes da minha discografia. Aquilo é tão complexo… Não sei se “complexo” será a palavra certa. Sei que foi o que me permitiu chegar ao que apresentei no GUMBO’!, a cena de conseguir misturar todos aqueles estilos num só projecto. Amo o NEGRO. Tem uma mensagem tão poderosa. Este álbum vai resistir ao teste do tempo. Provavelmente até vai ser continuar a ser superior a qualquer disco que eu venha a fazer. Mesmo a sério. É assim que me sinto em relação ao NEGRO.

Em que moldes é que ele foi esculpido?

O NEGRO sou eu a fazer as cenas por mim mesmo. Sou eu a ser líder. Mas trabalhei com bandas, com o Swarvy, com o Coto Loco, que é um gajo que já tocou baixo para o Gonjasufi. Eu e ele já tínhamos andado a fazer cenas deste género, mais pesadas e com banda. Essas experiências fizeram-me querer criar a minha própria versão. Aquilo que eu quis fazer foi meter-lhe muita instrumentação. Basicamente, sou eu a controlar as merdas, todos os sons e instrumentos. Deu-me muita liberdade. Daí brotaram tanto o NEGRO como o NEGRO DELUXE.



Tiveste todo esse manto de sons, através dos músicos, mas mantiveste a cena do sampling presente?

Tem as duas coisas. Na verdade, nem foram assim tantos os samples. Tive muitos músicos. Mas os únicos samples que existem diria que estão todos naquelas faixas mais de rap. Sem ser isso, não há muitos samples espalhados pelo disco.

A consideração que tu mostras ter pelo NEGRO, vai muito de encontro àquilo que foi a reacção da crítica a esse disco. Lembro-me de ter gerado muitos ecos na imprensa, malta no YouTube a tentar dissecá-lo… Dá a sensação que foi um daqueles projectos que mudam o trajecto de uma carreira. Sentiste isso?

Eu acho que as pessoas não o entenderam. As pessoas gostaram, mas o disco chegou a mais gente de fora da América do que de dentro. Não te posso dizer que já tenha feito uma digressão na América, apenas umas datas aqui e ali. Já toquei em Los Angeles, por exemplo, num espectáculo com banda. Em breve toco em Brooklyn, no Afropunk. Mas nunca são muitas datas seguidas. Daí estar a dizer-te que acho que os americanos não entenderam. E se fores ver os streams, esse nem é o meu projecto com mais reproduções. Mas ajudou-me muito a meter uma mudança acima. É tipo uma marca que aparece no meu catálogo e que agora me permite fazer tudo aquilo que eu quiser fazer. Eu precisei de fazer esse álbum. Tanto que até o expandi, como acontece com esta digressão do NEGRO ALIVE. E sinto que ainda consigo fazer mais, adicionar-lhe mais cores. Nós temos andado a gravar muitas imagens dos concertos, por exemplo. Vou, certamente, fazer mais coisas com o NEGRO.

Esse disco fez-me pensar, “finalmente o hip hop arranjou o seu próprio Prince.”

Isso é pesado. O Prince é o GOAT. Tento ser o melhor que posso. Adorava ser como ele. Só não consigo tocar tantos instrumentos como ele tocava. Mal toco um único instrumento. Sei tocar bateria, mas não sou o baterista mais doido que vais encontrar aí.

Mas os tempos mudaram. O computador é o novo super instrumento, não é?

Isso é uma grande verdade. E uso o computador como um instrumento. Mas eu adoro o Prince, tal como adoro Sly Stone… Adoro todas essas lendas que tocavam instrumentos. Estou a tentar melhorar nisso. Enquanto não consigo, acho que sou um bom arranjador e vou conseguir ter malta a tocar comigo, ou posso sempre samplar. Basta que alguém me toque qualquer coisa e eu consigo samplar isso para fazer uma cena maluca. Estou a tentar fazer as minhas merdas. Mas eu adoro o Prince, man. Eu aprecio qualquer comparação que me possas fazer com o Prince, mas eu não cheguei sequer lá perto.

Pode não parecer a melhor comparação, tendo em conta a longa carreira que ele teve. Mas tens, pelo menos, aquela cena dentro de ti que te faz querer explorar e sair de terrenos mais óbvios.

Isso sim. Adoro esses tipo de gajos. O Prince, como dizias, mas também o George Clinton, o Andre 3000, a Missy Elliott. Tento elevar a minha fasquia para o nível deles. É malta que te apresenta música que tu nem sabias que precisavas. Comecei a pensar que seria esse o tipo de artista que eu gostava de ser.

Temos estado focados no som do NEGRO, mas há também o lado político, que é muito forte. E tu acabas por o lançar um mês antes do assassinato do George Floyd, que gerou uma grande onda de tensão racial, inclusive fora da América. Passaram dois anos desde então e parece que pouca coisa mudou. Achas que adiantaria de alguma coisa se existisse um NEGRO 2?

Acho que não [risos]. As cenas estão todas fodidas. Eu só não estou tão zangado como estava naquela altura. Tenho uma família e não posso deixar que a minha mente vagueie muito por esse espaço. Mas fiz temas novos para tocar com a banda. Agora, um álbum inteiro de temas novos nesse registo? Já não estou aí neste momento. Tenho algum material novo e, já que vamos em digressão, tocámo-lo. Agora ando a cozinhar outras coisas. Estou envolvido em tantos projectos nestes últimos tempos.

Conheces o Navy Blue?

Claro que sim.

Ele tocou em Lisboa há uns meses. Gostei do concerto, mas não pude deixar de sentir uma certa tensão no ar durante algumas das interacções que ele teve com o público, que era maioritariamente branco. Isso também é algo que mexe contigo?

Um artista negro vai sempre querer ver pessoas iguais a ele na plateia. É tão simples quanto isso. Quando estou de viagem para outro sítio, nunca sei o que esperar. Acho que nem tento pensar em nada. Só estou preocupado que esgote. Se esgotar, muito bem. Eu só quero ter a certeza que os meus fãs, mesmo os de pele branca, tentam passar a minha música — ou a do Navy Blue — aos de pele negra, seja qual for a cidade a que eles pertencem. Às vezes, sentimos essa frustração. “Bolas, não existem negros em Portugal?” Ou “os portugueses negros não conhecem a nossa música?” Eu penso, “será que não mostram a nossa música às pessoas de pele negra nos outros países?” São questões que surgem dentro de nós e com as quais temos de saber lidar internamente. Há uns que se importam mais do que outros e há até quem nem queira saber dessa questão, porque lhe basta saber que as pessoas estão a comprar bilhetes. Depois, o sentimento também pode mudar consoante o dia, entendes? Mas eu garanto-te que todos nós gostamos de ver os nossos na plateia. O que nós fazemos é, acima de tudo, para eles. Nós falamos com base naquilo que experienciámos dentro da nossa comunidade. Não estamos obrigatoriamente a falar para eles. A mensagem é para quem estiver apto a recebê-la e a descodificá-la. Mas falamos com base naquilo que são as vivências do nosso povo. No meu caso, eu falo para o nosso povo. Então, eu vou querer vê-lo representado no público. No entanto, eu sei que vou estar na Europa. Já durante a última digressão tive audiências brancas em grande parte das cidades onde toquei. Senti que tive mais gente negra no público em cidades como Paris, Londres… Não aconteceu em muitas das cidades, mas numa ou outra senti que existiam ali comunidades muito fortes e que encheram esses espaços. Isso encheu-me o espírito e valeu pela digressão inteira. É uma cena estranha. Será que as pessoas estão a receber a mensagem?

Depois de teres feito soar os alarmes por ti próprio, com o NEGRO, juntaste-te ao Fly Anakin para um par de discos que rapidamente se tornaram obras de culto por parte dos consumidores de hip hop. Como é que surgiu a ideia de assumirem essa parceria?

O Fly Anakin é meu mano. Já nos conhecemos há uma data de tempo. Desde que nos conhecemos que pensamos nisso. “Yo! Temos de fazer um álbum!” Demorou a acontecer, mas surgiu a oportunidade e nós, “que se foda, ‘bora fazer isso!” Foi a altura perfeita. A Lex abordou-nos e nós aceitámos o convite. Saiu-nos uma cena incrível. Esses projectos cheiram a clássico.

Tanto o FlySiifu’s como o $mokebreak saem pela Lex. Não muito depois disso, foi o Fly Anakin a estrear-se a solo pela mesma editora. Também vais pelo mesmo caminho, de editar material em nome próprio pela Lex?

Não te sei dizer. Posso dizer-te que não ando à procura de assinar com nenhuma editora para as minhas merdas a solo. Gosto da forma como estou a fazer as coisas. Eventualmente, gostaria de assinar um dos projectos em que estou envolvido, dos GKFAM. Também ando a construir a minha própria agência, a Dynamite Hill. Sinto que estou numa situação fixe. Não me falta pão na mesa e o papel que me cai nas mãos é suficiente. Veremos. Mas não me sinto nada pressionado para assinar a solo por alguma editora.

O GUMBO’! é o teu trabalho mais recente e foi editado no ano passado. A impressão que eu tive ao escutá-lo foi que ele reflecte todas as mutações pelas quais o teu som tem passado. Além disso, ele descola-se completamente da carga emocional do NEGRO, e mostra-nos um Pink Siifu que atravessa a melhor fase da sua vida, bem disposto e rodeado de bons amigos. Era este o clima que reinava na altura em que o estavas a fazer?

Tipo isso. Eu estava com os meus manos a tentar criar algo de bonito. Criámos o tipo de merdas que costumamos fazer, aquelas que nos fazem lembrar o porquê de fazermos isto. O GUMBO’! é isso. Sou eu a dar energia aos meus manos, a malta da GKFAM, que é o meu grupo de Cincinnati. Esse projecto é praticamente um álbum de GKFAM.



Uma homenagem àquilo que foram os teus primeiros passos na música?

É isso. É uma homenagem ao meu primeiro grupo, aquele que eu tenho ajudado a construir desde o início. Podes dizer que é uma homenagem. Somos nós a lembrarmo-nos de onde viemos.

Eu perdi conta à quantidade de vídeos que tu fizeste para o GUMBO’!, mas noutro dia vi que tweetaste que já ias em 14.

Eram 14. Agora são 15, com o vídeo da “SlowitDown”.

E ficas-te por aí?

Ya. Já terminou. Talvez, quando o vinil estiver pronto, eu lance mais alguma coisa. Até porque eu tenho uma carrada de filmagens, cenas que acontecem nas digressões e nos bastidores. Eu tenho mesmo uma quantidade insana de filmagens. Por isso, é provável que faça mais qualquer coisa assim que o vinil saia, para dar qualquer coisa aos fãs. Fora isso, está terminado. Já não faço mais promoção ao GUMBO’! até o vinil estar pronto. Ando a tentar vender as roupas, o resto das cassetes e dos CDs. Depois, venderei o vinil, quando estiver pronto. Quero mesmo despedir-me disto. Sinto que a missão já terminou. Andei a promover o GUMBO’! durante algum tempo e, agora, quero estar pronto para um álbum de B. Cool-Aid, que virá em breve. Quero dizer, não está quase a sair, mas temos quase tudo pronto. Deve sair no próximo ano. E eu quero estar pronto para isso. Para isso e para o que se segue, porque tenho aí uma data de projectos da GKFAM que quero dar a conhecer. Tenho de estar pronto para os próximos capítulos. Tenho muita coisa planeada para o próximo ano. Deixo a cena rolar, o que ainda falta deste ano. Ah, e tenho uma compilação para a marca de roupa de um produtor, o Real Bad Man.

Falas em compilação. É uma cena com outros artistas?

Sim. Vou trazer os meus manos para a cena. Tudo faixas novas, produzidas pelo Real Bad Man. Eu só produzi o outro. Aquilo está a ficar quente! Diria que sai, para aí, em Setembro deste ano. Tenho mesmo de virar a página. Já ando a tocar o GUMBO’! ao vivo há algum tempo. Estas datas na Europa são uma excepção — a tal data do Afropunk em que vou levar o NEGRO também.

Explica-me: estas datas europeias são exclusivamente dedicadas ao NEGRO? Ou tens aí pelo meio algumas coisas do GUMBO’!?

Só NEGRO. Levo temas tanto do NEGRO como do NEGRO DELUXE.

Já que falas no NEGRO DELUXE, tenho a dizer-te que és um dos artistas mais generosos nesse tipo reedições, já que incluis sempre muitas faixas novas. Isso é uma boa forma de dares uso a material que, se calhar, ia acabar por ficar esquecido algures nos teus arquivos, não é?

Podes dizer que é isso. Por alguma razão, aquelas faixas não se estavam a ligar bem com a ideia do álbum. Mas são faixas que foram feitas no mesmo espaço temporal que as restantes. Não cabendo no alinhamento original, cabem no deluxe. São um bónus. Eu gosto muito dessa ideia do deluxe. Gosto quando essas extensões são grandes. Se vais estender alguma coisa, fá-lo bem. Não metas tretas lá pelo meio. Gosto muito dessa ideia e, provavelmente, voltarei a fazê-lo. É criar muitas canções até chegar a um disco, faz sentido poder dar mais um bocado.

Arrancas a digressão europeia precisamente em Portugal. Já tinhas tido a oportunidade de visitar o país antes?

Não, man. Primeira vez!

Tenho a dizer-te que me poupaste o dilema de escolher algo especial para fazer no meu dia de anos. Não vai haver mais nada que queira fazer nesse dia senão ir ao teu concerto.

Fazes anos nesse dia?

Faço.

Wow! Isso é de doidos. Eu vou garantir que tu tenhas um óptimo aniversário, no que toca ao meu concerto. Mas, olha, vê se arranjas uns cogumelos e toma-os antes de começar [risos].

Vou ver o que consigo arranjar [risos]. Uma última questão, muito importante para nós, europeus, que temos sempre mais dificuldades em deitar as mãos àquilo que se faz dentro da cultura alternativa da América: vais andar com merchandise atrás de ti durante estas datas?

Vou sim. Levo uma data de t-shirts, cassetes, CDs… Tenho uns poucos discos de vinil, que também devo levar. Mas tenho muito merch, posso garantir-te.


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