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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 26/10/2023

Música urbana para dar e vender.

9 artistas a não perder no Jameson Urban Routes’23

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 26/10/2023

Uns vêm de fora, outros “jogam” dentro de portas, mas todos têm fortes argumentos para protagonizar alguns dos espectáculos a não perder na edição deste ano do Jameson Urban Routes, que arranca daqui a precisamente uma semana. Dias 2, 3 e 4 de Novembro, o festival que assinala a rentrée da noite lisboeta regressa ao Musicbox com muita música ao vivo e DJ sets, pintando um quadro sonoro urbano bastante fiel àquilo que são as actuais tendências globais, que vão da electrónica e do r&b ao hip hop ou ao reggaeton.

Num alinhamento com perto de duas dezenas de nomes divididos por 6 sessões (duas por dia), o Rimas e Batidas destaca 9 dos actos que surgem em grande plano para a jornada de actuações que se avizinha.


[Eddie Chacon]

Eddie Chacon é a prova viva de que a idade não é um posto. O veterano cantautor californiano, que conheceu o sabor do sucesso ainda nos anos 90 na dupla Charles & Eddie, teve de pedalar a todo o gás para recuperar uma carreira que durante um largo período se julgou eternamente perdida. E ao lado de John Carroll Kirby, esculpiu um par de discos durante a presente década, o último dos quais, Sundown, a merecer até uma edição pela prestigiada Stones Throw Records. O r&b sofisticado aos olhos desta “velha raposa” a quem a industria musical não esconde segredos foi aplaudido por cá e motivou Rui Miguel Abreu a entrar em contacto com Chacon para uma esclarecedora entrevista.


[Ana Frango Elétrico]

Chamem-na de gato e ela será vossa durante uma noite num palco em Lisboa. Ana Frango Elétrico trouxe uma pop luxuriante e regada de muito funk no seu mais recente trabalho a solo, editado na passada sexta-feira pela Mr Bongo. Me Chama De Gato Que Eu Sou Sua está, por isso, bem fresco, e traz-nos à cabeça a ideia de um Thundercat em versão feminina nascida no Brasil e que adiciona as cadências do samba à sua equação de boogie bem-humorado. Antes de subir ao palco do Musicbox, o Rimas e Batidas sentou-se à conversa com a artista carioca para uma entrevista que deverá dar entrada nestas páginas dentro de poucos dias.


[Lord Apex]

É um dos mais respeitados e disciplinados nomes a militar na cena underground do hip hop criado a partir do Reino Unido. Em mais uma jogada assistida pela Versus, o Jameson Urban Routes garantiu a presença de Lord Apex no seu cartaz, para uma sessão que, muito provavelmente, será das mais concorridas da edição deste ano em termos de afluência de público. Depois da terceira investida nas suas Smoke Sessions (2021), o rapper rubricou em 2022 um par de interessantes discos que nascem de parcerias internacionais — esteve ao lado de Cookin Soul em Off The Strength e formou uma dupla de ataque com o brasileiro El Lif Beatz em Joga Bonito — antes de se voltar a focar na carreira a solo, que está prestes a gerar mais uma entrada de grande porte no seu catálogo: The Good Fight é o projecto que vai editar no dia 10 de Novembro e a vinda a Lisboa pode muito bem servir para ensaiar alguns dos seus temas.


[Cíntia]

Longe vão os tempos de “Grana”, que ainda hoje continua a servir de principal bandeira para o trajecto de Cíntia, MC lisboeta detentora de uma atitude e abordagem impares dentro do hip hop nacional. Pouco depois de editar o single que a catapultou para a ribalta, o país (e o mundo em geral) fechou as portas à progressão da carreira de muitos artistas, mas Cíntia mostrou-se resiliente e nada a impediu de lançar o seu primeiro trabalho, Gyals And Gyals (2020), que lhe trouxe uma acrescida dose de protagonismo e legitimidade. Entre falas de amores e hinos dignos de uma hustler, os últimos tempos trouxeram-lhe parcerias com marcas como a Nike ou a Sumol e singles como “Tou Na Boa”, “Moves” e “Na Via”.


[Marianne]

Do conservatório de Genebra à Universidade Nova de Lisboa, o percurso formativo de Marianne foi trilhado entre Suíça — onde nasceu, filho de imigrantes lusos — e Portugal. Foi já sediada no nosso país que decidiu arrancar o seu projecto musical há um par de anos, tendo 2022 servido para editar o seu primeiro álbum, Tirésias. Da quebra de barreiras normativas aos desabafos emocionais, as palavras de Marianne saem-lhe directamente do peito e vêm embaladas numa estética que vai da indie pop ao trap. No final de Setembro, mostrou um lado mais sombrio da sua arte com uma série de três Mémoires.


[Ralphie Choo]

Dos ritmos do dembow à estética do hip hop, passando por pormenores de flamenco e influências r&b: Ralphie Choo tem todos estes ingredientes e mais alguns, conforme fez questão de nos mostrar no seu álbum de estreia SUPERNOVA, editado há pouco mais de um mês. Além do canto e do rap, o artista espanhol também se desdobra por muitas das produções do LP, onde ao longo de 14 faixas vai ainda recebendo alguns convidados interessantes, desde os seus promissores conterrâneos rusowsky e Abhir Hathi aos internacionais Mura Masa e Paris Texas.


[Pedro da Linha]

Já há alguns anos que Pedro da Linha se vem a situar na vanguarda da batida de Lisboa, sempre num balanço saudável entre aquilo que é a crueza que as ruas ou os clubes pedem e a limpidez necessária para chegar a discos de matéria mais pop. Temo-lo visto a produzir para Silly, EU.CLIDES, Pedro Mafama e até mesmo Ana Moura, ao mesmo tempo que vai distribuindo jogo a solo em faixas soltas ou em projectos de maior dimensão, como são os casos do seu primeiro LP Da Linha ou do mais recente curta-duração Rua Rosa, 24, este último cujo título foi escolhido em jeito de homenagem à sala onde tantas vezes toca e que abrirá as suas portas para o voltar a receber no âmbito do Jameson Urban Routes. Esperemos que Ralphie Choo esteja atento às bombas que vai disparar dos decks, já que o espanhol divide o cartaz com o artesão da Damaia e deste lado cremos que uma colaboração entre ambos faria todo o sentido do mundo (ou ibérico, pelo menos).


[Conferência Inferno]

Pós-Esmeralda foi a bela homenagem que Conferência Inferno prestou recentemente à cena new wave, género musical descendente do punk e que ascendeu a fenómeno pop graças ao seu lado mais melódico e dançável, no qual os sintetizadores desempenharam um papel fundamental. É precisamente este o código genético que se inscreve no segundo longa-duração da banda portuense, uma fusão de realidades sonoras que se situam entre o rock e a electrónica que viu a luz do dia no passado mês de Setembro com a ajuda da Lovers & Lollipops. Dentro de breve, o trio volta às páginas ReB com uma entrevista a falar desse mesmo disco.


[DJ Marfox]

Teve o seu clássico “Drift Furioso” exposto na colectânea dos DJs Di Guetto, projecto editado este Verão pela Príncipe Discos e que esteve em destaque por estas bandas. Fora essa ida aos arquivos, DJ Marfox tem estado num jejum editorial que dura desde Chapa Quente, o EP para o qual reuniu 6 batidas em 2016 e que teve em “Tarraxo Everyday” o seu principal hino. Mesmo sem novidades a título individual em matéria de lançamentos, Marfox continua a ser um dos DJs portugueses com mais quilómetros de estrada percorrida e um rosto que impõe respeito dentro da nova batida lisboeta, detentor de uma larga experiência que não deixa ninguém indiferente, seja qual (ou onde) for a pista de dança.

 

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