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Fotografia: I N D I N U N E Z
Publicado a: 26/11/2020

O EP de estreia da promissora artista já está disponível.

Cíntia: “Tens de ter a tua marca”

Fotografia: I N D I N U N E Z
Publicado a: 26/11/2020

“Entro no kbk nas calmas”, atira Cíntia em “Grana”, a sua apresentação oficial ao mundo. Contrariamente ao aí declarado, a jovem artista natural da Apelação entrou no rap português a pés juntos, sem grande tranquilidade. Para além de conquistar elevados números de visualizações no YouTube, a faixa contou igualmente com uma remistura de Mishlawi, o que não deixou de surpreender a artista com toda a rapidez com que tudo aconteceu. Em nova conversa com o Rimas e Batidas, a jovem intérprete e compositora conta-nos que “sabia que o som era bom, mas não sabia que ia ter o impacto que teve”. 2019 fechar-se-ia com a promessa de um 2020 ainda mais forte. 

Apesar do panorama atual que abala tanto a indústria musical como todas as outras vertentes sociais, Cíntia não cruzou os braços. “Não me afectou só a mim, mas a toda a gente também”, o que não a impediu de concretizar o que já tinha avisado que viria a acontecer: “A única coisa que posso garantir ao people é que vai surgir muita música boa. Não sei para onde vou, mas estamos todos a correr atrás do saco.” Ao longo destes meses insólitos, e sucedendo a “Grana”, Cíntia deu-nos a conhecer “Ela”, “Savana”, “African Queen” e ainda “Shooters”, lançado no início do mês de Novembro, trabalho que conta com a participação de Tiller. 

Porém, o mês não se fechou sem o lançamento do primeiro EP, Gyals And Gyals, que para além de contar com algumas das faixas anteriores, reagrupa num total de sete músicas o universo pessoal e criativo de Cíntia. Neste destaca-se uma liberdade acerca da realidade que vive numa linguagem muito própria: “tens de ter a tua marca”. Numa zona musical maioritariamente dominada por homens, Cíntia aborda abertamente a sua sexualidade: “não compito com os rapazes, estou a fazer a minha cena. Não me considero a pioneira do que eu ‘tou a fazer”. Sublinhando ainda: “estamos em 2020, acho que isso já é normal, não penso muito assim”.

A novidade em Cíntia está igualmente na aposta que a editora Loco Night faz para as suas composições, analisando “quem é que está aí no game”. Em GnG, encontra-se a assinatura de Beatoven, Holly e Franklin Beats, com os quais, Cíntia confessa ter sido “um prazer” trabalhar: “ensinam-nos sempre qualquer coisita. É sempre bom”. A intercontinentalidade da editora é igualmente um marco neste trabalho, que acresce com a colaboração de produtores nigerianos, fazendo com que GnG seja um EP que explora não só a cultura urbana portuguesa, como mistura os afrobeats também. 

Quanto ao futuro, a mensagem mantém-se, coisas novas virão, mas não sem antes saborear o sucesso: “agora é aproveitar o lançamento da EP e depois estávamos a tentar vir com coisas mais sérias, rolar um poucos menos de mulheres, talvez…[risos] talvez…[risos] não estou a dizer que vou deixar…”


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