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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 21/11/2019

"Grana" é o terceiro lançamento da rapper de Apelação.

Cintia: “Não sei para onde vou, mas estamos todos a correr atrás do saco”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 21/11/2019

Na ressaca da revelação dos nomeados para os GRAMMYs, a Rolling Stone denunciou a falta de mulheres nas categorias de rap: talvez artistas como Megan Thee StallionRico Nasty e Rapsody merecessem mais consideração do que, por exemplo, a compilação da Dreamville de J. Cole. Numa cerimónia com tantos problemas, há que salientar o domínio inesperado de Lizzo, Lil Nas X e Billie Eilish nas nomeações, uma maneira de olhar para novos protagonistas sem medo da sua juventude. O importante agora será encontrar um meio-termo entre relevância artística e visualizações, mas isso é uma discussão para outra altura.

E se a conversa sobre a representação feminina é um problema num país como os Estados Unidos da América, o cenário não poderia ser diferente em Portugal. No entanto, e ao contrário de anos anteriores, chegamos a Dezembro com o destaque para duas jovens, ambas com 17 anos, que deixaram apontamentos bastante promissores. Depois de Nenny se ter tornado um dos maiores fenómenos de 2019, a rapper Cintia acaba de lançar “Grana”. Em pouco mais de uma semana, o single já acumula cerca de 200 mil views no YouTube e 20 mil plays no Spotify.

A última vem de Apelação, em Loures, e escreveu e lançou a sua primeira música há menos de um ano. É no SoundCloud que encontramos “All Night“, mas também “For Me“, dois temas em que claramente ainda está a testar as águas. “Não tenho muitas referências artísticas, mas podemos contar com o J Hus“, confessa ao ReB, uma influência que se nota no mais recente lançamento. Assume-se também fã da Força Suprema, focando num dos membros em específico: “Acredito que se não tivesse ouvido o Monsta há uns tempos, talvez não tivesse essa atitude toda hoje.”

Sobre a criação de “Grana”, a artista é assertiva: “Foi a primeira vez que trabalhei pessoalmente com um produtor, o Shooh, que fez um beat muito à frente, então achei por bem esforçar-me a sério no som. E, para ser sincera, quando estava a escrever esse som só pensava na minha garina. Não quis passar nada para o mundo, mas sim para ela.”

Para o vídeo, que tem um elenco composto exclusivamente por mulheres, o conceito partiu de outra pessoa: “Eu, no início, tinha uma ideia para o videoclipe, mas, mais tarde, a Daniella [Fuentes] da Ghost Label Records, que foi a responsável pela produção do vídeo, apresentou-nos a ideia de meter só mulheres no vídeo.”

Já associada a uma editora, a Loco Knight, Cintia conta como aconteceu a ligação e o que podemos esperar para o futuro: “O Carlos [Tavares], CEO da Loco, entrou em contacto comigo após [eu] ter publicado o vídeo da actuação na apresentação do EP do Lil Mapz. Foi desde aí que comecei a trabalhar com a Loco. Já temos projectos pra 2020 e sim, o objectivo é fazer um EP no início do ano e um disco no Verão.”

Num ambiente propício para se abordar este tipo de estética musical — Julinho KSD é a prova de que existe esse espaço –, resta dar tempo ao tempo. Da sua parte, a mensagem é simples e directa: “A única coisa que posso garantir ao people é que vai surgir muita música boa. Não sei para onde vou, mas estamos todos a correr atrás do saco.”


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