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Domínio britânico neste final de semana. A bolha rebentou e uma super geração com muito para dizer foi expelida de lá — e isto diz respeito ao jazz, ao rap ou à música electrónica. Para terminar este parágrafo, três conselhos: cuidado com a vista, não neguem o óbvio e bebam água.
Como tem sido a habitual, há muito mais: vão lá picar, se faz favor, os discos de Megan Thee Stallion (Something For Thee Hotties), ROMderful (PLEASE RECONNECT THE CONTROLLER), Planet Asia (Rule of Thirds), Sou Quarteira (À Moda Quarteirense), Linda Fredriksson (Juniper), Big Sean & Hit-Boy (What You Expect), Curren$y & Harry Fraud (Regatta), REASON (No More, No Less: Demo 1), Ransom & Rome Streetz (Coup De Grace), Camané (Horas Vazias), Eyeree Beats (Soul Khemist), Lone (Always Inside Your Head), Eris Drew (Quivering in Time), ZZY (Everything Is Wrong EP), Jamael Dean (Primordial Waters) e Tenderlonious (Still Flute).
[Theon Cross] Intra-I
Inspira… expira. Inspira… expira. Uma última vez: inspira… expira. Theon Cross, prodigioso tocador de tuba, sabe bem a importância da respiração para o pleno controlo da sua arte. Em Intra-I, o músico britânico leva essa preocupação a sério e explora todas as possibilidades que existem entre o instrumento, o artista e o estúdio. Jazz, dub, hip hop, soca, grime e outros sons da diáspora afro-caribenha são elementos dispostos no sucessor de Fyah (2019).
[Swindle] THE NEW WORLD
Swindle conquistou-nos em definitivo com No More Normal (2019), por isso não nos deixou outra hipótese e entrámos de coração aberto em THE NEW WORLD, novo álbum que conta com participações de Greentea Peng, Joel Culpepper, Loyle Carner, Kojey Radical, Knucks, Ghetts, Akala, Poppy Ajhuda, Daley, JNR Williams, Joy Crookes e Maverick Sabre. Da comunidade para a comunidade.
[Fura Olhos] Fura Olhos
Não é tira-olhos como a libélula, mas sim Fura Olhos. Assim se intitula a dupla bracarense, formada por Miguel Pedro (da fama dos Mão Morta) e a mais recente vocalista e performer Inês Malheiro (também conhecida de Canal-Conduto, parceria com o produtor Gonçalo Penas). O comunicado de imprensa refere-se a entropia — mas não se pode dizer que esta música cumpra a segunda lei da termodinâmica, aquela que dita que a desorganização de um sistema isolado aumenta com o tempo. A informação cresce e desorienta, mas não é desordem — é design. (E é o raro caso do álbum antecipado: anunciado para Novembro, editado a 29 de Outubro. Poder!)
[Lotic] Water
Como nos tornamos semelhantes a água? A artista J’Kerian Morgan, que assume o nome Lotic, fala-nos dessa metamorfose no seu segundo longa-duração. Apesar dos meandros hostis que moldam a sua electrónica, Water não é um disco pesado: flui com densidade fixa, com o conhecimento de causa de quem sabe que a água, à semelhança da vulnerabilidade, “cura e fere — pode afiar, queimar ou consumir em silêncio.” A música espelha-a, a par e passo.
[Mick Jenkins] Elephant In The Room
Ninguém quer falar do elefante na sala? Ok, nós falamos: Mick Jenkins é dos rappers mais subestimados da actualidade. Elephant In The Room é só mais um argumento para se juntar a essa discussão. O disco que sucede a The Circus (2020) tem vários colaboradores mas o mais surpreendente (e em dose dupla) é a de Josiah Wise, mais conhecido como serpentwithfeet.
[Black Josh] Heartbreak Hostel
Um poiso para receber os perdidos de coração partido? Parece ser essa a proposta de Black Josh, membro da Blah Records que acaba de editar o seu mais recente projecto, Heartbreak Hostel. Tyler Daley (dos Children of Zeus) e Cult Of The Damned, grupo com quem partilha o tecto editorial, juntam-se ao rapper de Manchester em mais um esforço bem-sucedido para mostrar que o hip hop britânico está bastante saudável.
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