Mick Jenkins, the coolest man on earth, desliza ano adentro com um novo EP, lançado a 10 de Janeiro. The Circus é a abordagem do rapper, sentado na poltrona de veludo em que escreve versos condizentemente aveludados, ao circo da indústria – “I step in rooms where niggas don’t know who I am”.
É de Chicago, Mick, e as batidas e o groove denunciam desde logo a identidade geográfica deste artista com cunho próprio. Mick escolhe a dedo os seus produtores, como é o caso, a título de exemplo, de Hit-Boy, precisamente por pretender na sua música a sua marca, o seu balanço. Kaytranada, o produtor com quem costuma trabalhar frequentemente, não foi chamado para este trabalho. Porém, Mick Jenkins não é homem de um só produtor. Cada faixa do EP conta com um selo diferente, o que leva o MC por caminhos variados, sem se perder o sabor a que tanto nos habituou ao longo dos álbuns. Com versos de quem nasceu para os gravar num microfone, Jenkins é dotado de um conjunto de capacidades que o distinguem entre os seus pares (que, em boa verdade, não o são propriamente). Desde o timbre, ao controlo de voz, passando pela métrica e cadência entre versos e instrumentais, estas são características que distinguem Mick Jenkins dos demais. Ele conjuga a sua personalidade musical vincada com uma versatilidade natural. Prova disso é “The Light”, que faz transparecer a facilidade com que Jenkins se molda ao registo que a música pede, numa colaboração com os igualmente eclécticos EARTHGANG.