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A 11 de Novembro, Sarathy Korwar lança o seu novo álbum, KALAK. “Utopia Is A Colonial Project” é a amostra inaugural do sucessor de More Arriving (2020).
Para começar, há uma longa explicação do percussionista para o título (para o caso de quererem meter a frase numa t-shirt ou num saco de pano) que escolheu para a terceira faixa do seu próximo disco:
“Ultimamente tenho passado muito tempo a pensar em utopias e até voltei ao primeiro uso da palavra por Thomas More, no seu famoso romance Utopia, de 1516. Resumindo, o livro descreve como o protagonista principal vai em busca de uma nova terra, constrói uma ponte e rebaptiza a ilha de Abraxas como Utopia.
Eu pensei… um guia de três passos para a colonização?
O que fica claro para mim é que, muitas vezes, as nossas ideias de utopias partem de uma profundamente enraizada mentalidade colonial e colonizadora e seguem uma mesma fórmula, como aquela que é detalhada por Thomas More. Acredito que precisamos de encontrar maneiras de descolonizar utopias e, a seu tempo, distopias.
Essa maneira de pensar também vem de ver o mundo natural como um recurso inanimado em vez de um ser vivo e senciente. A este respeito, precisamos de ser anti-utópicos e anti-distópicos. Precisamos de ser capazes de imaginar futuros drasticamente diferentes do tipo de ‘utopias’ que estão a ser vendidas por políticos populistas de direita em todo o mundo, particularmente nos dois países a que chamo lar – Grã-Bretanha e Índia.
O título desta música chama a atenção para essa ideia.”
Gravado nos Real World Studios e arranjado, produzido e misturado por Photay, KALAK conta com os préstimos de Tamar Osborn, Alistair MacSween, Danalogue (com quem criou Equinox e ajudou a formar o supergrupo Flock), Magnus Mehta, Kushal Gaya, Noni-Mouse, Kodo, Rohini Kharkar, Tushar Menon e Fabrice Bourgelle.
Em 2020, o projecto de Korwar com o Upaj Collective, Night Dreamer Direct to Disc Sessions, mereceu atenção nas Notas Azuis de Rui Miguel Abreu e foi o gancho para uma conversa de André Forte com o músico.
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