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Real GUNS e MikelPotter voltam a formar dupla num novo EP. 1978 é composto por 4 temas e saiu na passada sexta-feia pela Mar Records.
Este é o terceiro projecto no qual o rapper nascido Ovilton Fernandes Santiago ensaia as suas rimas sobre as batidas de MikelPotter. Os dois cruzaram-se pela primeira vez em 2022 e têm vindo a delinear em conjunto algumas das faixas mais entusiasmantes da cena drill nacional, imprimindo-lhes uma larga dose de identidade própria e fintando qualquer tentação de cair em fórmulas. Nas palavras do MC são-tomense criado no Cacém, em entrevista ao ReB, a intenção é a de dar ao público nacional um “drill consciente”:
“É muito interessante porque eu curto bué do drill de Inglaterra, mesmo sabendo que é super violento — gosto da estética. Mas claro que eu não me posso comparar com eles, não tenho o mesmo estilo de vida deles. E tu nunca te podes iludir: a música é música, a tua vida real é a tua vida real. E muita gente se perde aí, porque as pessoas curtem de ouvir e tentam fazer o mesmo. Não é por aí. Eu fiz a minha cena mais no drill porque, como te estava a dizer, eu curto da estética. Mas achei que devia trazer uma cena mais minha. Eu sempre fiz rap consciente. Tu, quando és criador, absorves as cenas para criares a tua própria. A minha ideia não é ser fotocópia, é criar identidade. Por isso, aprendi a fazer, mas fiz da minha maneira.”
Depois dos dois LPs que lançaram juntos — Escrevo Com Sangue (2022) e DAVIDS (2023) — o par regressa com o terceiro trabalho editado em parceria no espaço de 2 anos. Desta vez é no formato de curta-duração, mas o facto de conter apenas 4 temas não retira a oportunidade a Real GUNS e MikelPotter de apostar na diversidade sonora. Há drill, boom bap e até influências do UK garage neste 1978, que nos chega aos ouvidos 4 meses após S.C.M. (Street Culture Music), um outro EP protagonizado pelo rapper da Linha de Sintra, dessa vez ao lado de Osémio Boémio.
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