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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 19/09/2022

Em rodelas.

Plutonio disponibiliza Sacríficio em vinil

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 19/09/2022

Depois de bater recordes com a edição digital de Sacrifício: Sangue, Lágrimas & Suor — chegou a platina (actualmente já é dupla) tendo apenas sido lançado nesse formato –, Plutonio mete cá fora, quase três anos depois do lançamento original, os LPs de 12 polegadas (para todos aqueles que querem o formato físico do disco) numa versão especial em roxo.

Em 2019, aquando do lançamento, o rapper da Bridgetown falava connosco sobre a última parte da trilogia composta também por Histórias da Minha Life e Preto & Vermelho: “Eu sinto que neste álbum consigo expressar-me melhor. Trabalhei na forma como eu escrevia para as pessoas assimilarem melhor aquilo que eu realmente quero dizer. No outro álbum havia músicas que tinham potencial para [mais], mas ainda não estavam no ponto certo. E isso acontecia nos sons mais comerciais, que têm uma escrita mais leve, mas nos meus sons mais street, mais pesados, não conseguia chegar às pessoas da mesma forma. Acho que hoje em dia já consigo chegar às pessoas em qualquer estilo de instrumental. Consigo transmitir ou comunicar da mesma forma, depois se as pessoas gostarem ou não já são outros quinhentos, mas já consigo dizer exactamente aquilo que eu quero e fazer as pessoas perceberem, mesmo que não sejam dessa realidade.”

Uns meses depois, já em 2020, o Coliseu de Lisboa recebeu-o em apoteose, mesmo antes da pandemia parar tudo. Nós estivemos por lá e entusiasmámo-nos com o que vimos e ouvimos: “O simbolismo é evidente. Não se trata apenas de uma simples reprodução de um ambiente que lhe é familiar. É como se o bairro se tivesse deslocado da periferia até ao coração da babilónia para um triunfo magistral sobre o cada vez menos camuflado processo de segregação e marginalização.”

Em 2021, praticamente um ano depois de ter feito uma das salas mais importantes na capital portuguesa, a gravação dessa passagem foi imortalizada em disco. João Mineiro destacaria esse registo na selecção dos favoritos da primeira metade da equipa ReB:

É um momento cimeiro de uma carreira persistente que do Bairro da Cruz Vermelha conquistou o país e inspirou milhares de pessoas na música e para lá dela. Por outro lado, este álbum é uma demonstração ostensiva de que com rigor, meios e bons músicos é possível traduzir ao vivo o longo e minucioso trabalho digital, agigantando-o ainda mais. É a prova do quão bem uma banda pode ficar a tocar beats produzidos digitalmente. A prova de que continua errado e insustentável o preconceito de que o rap ao vivo será sempre um estilo menor. Na era da ditadura da imagem e do consumo rápido e instantâneo, este é um álbum que marcará 2021, celebrando um dos mais relevantes artistas da nossa música, numa das noites mais importantes e mais felizes da sua carreira. 


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