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Texto: ReB Team
Fotografia: Sebastião Santana
Publicado a: 08/05/2019

“Vilão” antecede a edição do álbum de estreia do grupo.

ORTEUM: “Podiam existir mais artistas a ignorar o politicamente correcto que tanto existe nos dias de hoje”

Texto: ReB Team
Fotografia: Sebastião Santana
Publicado a: 08/05/2019

“Vilão” é o novo tema dos ORTEUM e aterrou hoje no YouTube, acompanhado de um videoclipe realizado por Sebastião Santana e editado por Luis Almeida.

Na companhia dos 69M&M e com produção de Poison Mind, a faixa sucede a “Anda” e “Jurássico” na lista de singles que antecedem a edição do álbum de estreia da crew formada por Tilt, Nero e Mass.

Formados no final da década passada, os ORTEUM são um dos primeiros casos de culto da geração Internet no panorama nacional do hip hop. Actualmente a operar como trio, foi sempre no formato de mixtape que se apresentaram perante o seu público: ORTEUM foi editada em 2014 e contou com colaborações de TNT, Metamorfiko, DJ Apu, MLK ou MCF; dois anos depois deram-nos Perdidos & Hashados, desta vez com Blasph, Amon, DJ Sims ou Tayob J nos convidados.



Expliquem-nos a escolha do título para esta faixa e qual foi o conceito que procuraram explorar na letra.

O título foi intuitivo. O Pantera (Big P) surgiu logo com a letra e foi-nos fácil perceber o caminho que o som ia tomar: a exploração do conceito de “Vilão”. E o conceito é simples… Porque é que existem os chamados vilões? Pensamos que o sentimento de desigualdade ou desequilíbrio criam uma certa revolta, necessidade de imposição, etc. Achamos que o verso do Pantera resume bem essa ideia. Depois, claro, cada um fez a sua abordagem e a sua personificação do conceito. E sejamos honestos, hoje em dia, com uma opinião pública tão sensível, é facílimo qualquer um passar por vilão. E também acabámos por transmitir essa ideia.

Fazem falta mais vilões na cultura hip hop para equilibrar os pesos da balança?

Talvez! [Risos] Vilões ou não, podiam existir mais artistas a ignorar o politicamente correcto que tanto existe nos dias de hoje, que na nossa opinião, limita e branqueia. Hip hop é muito isto: violência canalizada na arte.

Este é sem dúvidas o videoclipe mais ambicioso da vossa carreira, novamente com o Sebastião Santana a ficar encarregue da realização. Como surgiu esta ideia e quais foram os requisitos com que se depararam para colocarem o plano em prática?

Reparámos que muitos dos videoclipes que se fazem hoje em dia tentam fazer-nos acreditar que os artistas realmente vivem como mostram e, de certa forma, parece que está tudo demasiado sério, e isso pode ser um factor limitante. A temática de vilões leva-nos para um universo ficcional, e decidimos tirar proveito disso: quisemos criar um vídeo diferente mas com uma estrutura tradicional, complexo e ao mesmo tempo simples, mas que não tenha de modo algum de ser levado a sério. Também já estamos um pouco fartos de filmar em sítios degradados, por isso os planos de drone foram uma forma de levar este tipo de cenário ao próximo nível de forma a fechar um capítulo. A nível de dificuldades, foram várias, desde construir estruturas de suporte para escadotes para chegar ao topo do prédio, avarias de geradores, quedas de drone, explosões mal calculadas (!) e uma série de factores que podiam ter corrido mal, mas que hoje recordamos a rir. É possível que ainda soltemos um material a mostrar um pouco do processo por trás das câmaras!

O “Vilão” tem a participação dos 69 M&M, uma dupla que vos é próxima mas com a qual ainda não tinham tido a oportunidade de partilhar um tema. Como se deu o clique para fechar esta faixa e de que forma é que a contribuição deles enriqueceu a mensagem que tinham planeada para o tema?

Esta colaboração já era para ter sido feita há um tempo! A partir do momento que montámos o estúdio começámos a trabalhar numas faixas, e como já tínhamos em mente trabalhar com eles, foi só alinhar os planos e captar. A dica é: nós gostamos da cena suja. Ainda no outro dia ouvimos uma dica engraçada: “os 69 são os SS Imensidão de Setúbal”. É engraçado ouvir isto. É que não soam de todo igual, mas existe uma certa sujidade, uma certa crueza na expressão e nas palavras, e no fundo isso dá-nos pica. Identificamo-nos com isso. Quem mais podiam ser os vilões? O Pantera ter surgido com o tema não foi por acaso…

ORTEUM é um grupo já com alguns anos de escola no rap e estão agora a preparar o vosso primeiro álbum de originais. O que significa esta marca na história do colectivo?

Significa muito! Não é que desvalorizemos os sons não originais, mas existe um bom sentimento ao mandar um projecto totalmente exclusivo e trabalhar com os produtores envolvidos. Pensamos também que significa o início de algo mais sério. A nossa equipa está cada vez mais composta e este será um dos primeiros passos desta nova fase. Muita coisa virá.

O que nos podem adiantar sobre esse disco? Já existe um título definido ou uma data de edição? Podem antecipar-nos alguns dos colaboradores que vão constar no alinhamento?

Pode-se dizer que a torneira está fechada… Mas hão-de pingar algumas novidades. Atentem!


ORTEUM sobre “Anda”: “We kill that wack shit e convidamos todos a assistir”

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