pub

Publicado a: 29/03/2016

Lucretia Divina recuperam colaboração com Ocaso Épico de cassete de 1993

Publicado a: 29/03/2016

Os Lucretia Divina – banda portuguesa dos anos 90 – recuperaram uma gravação de uma cassete de 1993 com uma versão de “Vai Maria Vai”, original de Zeca Afonso, em colaboração com Ocaso Épico, grupo experimental português dos anos 80. Este pedaço de arqueologia da música electrónica nacional foi hoje colocado no YouTube numa versão restaurada.

“O propósito [da faixa] foi uma candidatura para o projecto Filhos da Madrugada Cantam José Afonso, uma homenagem ao cantautor, a celebrar os 20 anos da Revolução dos Cravos em 1994″, recorda Rini Luyks, dos Lucretia Divina, num longo post colocado ontem no mural de Facebook da banda. “A ideia nasceu quando ouvi uma faixa de música tribal berbere, incluída no álbum da banda sonora do filme The Sheltering Sky de Bernardo Bertolucci. Mostrei o CD a Carlos Cordeiro aka Farinha Master dos Ocaso Épico. A banda estava nessa altura numa fase de standby, eu tinha tocado com eles no fim da década de 80. Com inspiração no tema berbere criámos uma base melódica e rítmica bastante complicada: uma melodia em compassos de alternadamente 6 e 7 tempos e em sobreposição uma batida em ritmo binário, significando que a base (melodia + ritmo) se repetia após cada oito compassos: 4 x (6 + 7).

Numa tarde no Verão [de 1993] juntámo-nos na garagem do Farinha em Algueirão-Mem Martins: Farinha e os Lucretia Divina (Alagoa, Valor, Donzília e eu) para experimentar”. Foram várias as versões gravadas pelos músicos, sendo que a melhor – para Rini Luyks – chega agora com boa qualidade à Internet, depois da recuperação da faixa através da cassete.

“A nossa versão tribal (muito ‘para a frentex’) de “Vai Maria vai” não foi seleccionada para a compilação [do] Zeca Afonso, mas ficou um trabalho bastante original e serviu em 1999 como banda sonora para a peça de teatro As Bruxas de Helena Flôr Dias. Farinha assistiu comigo à estreia da peça no espaço Moira no Chiado e gostou. Antes do espectáculo começar, a operadora de som fez a gracinha de colocar as colunas na janela aberta no primeiro andar. Quando nós subimos a Rua Garrett, já de longe se ouvia a música “Vai Maria vai” na nossa versão. Acho que Farinha ficou contente com isso, embora o estrelato artístico lhe fosse completamente alheio”. Farinha Master viria a falecer em 2002, e esta recuperação feita por Rini Luyks, antigo companheiro, é mais uma merecida homenagem.

Ficha técnica:

composição Farinha Master/Rini Luyks

programações/sintetizadores/flauta/voz: Farinha Master

voz: Donzília

acordeão: Rini Luyks.

pub

Últimos da categoria: Curtas

RBTV

Últimos artigos