pub
Foi em 2021 que os CELSO, banda lisboeta, se deram a conhecer com o álbum Não Se Brinca Com Coisas Sérias. Agora, o grupo está de volta e a apostar numa estética mais pop e electrónica, como se pode verificar pelo novo single, “LUCi”, apresentado esta sexta-feira, 23 de Junho.
Este é o mote para um universo narrativo que será explorado num futuro disco, que tem vindo a ser preparado. O tema é uma distopia digital e ultra tecnológica, baseada numa realidade desconcertante, que se irá começar a materializar em palco já nos próximos dias. Os CELSO vão actuar no Plano B, no Porto, a 30 de junho; e no Musicbox, em Lisboa, a 1 de julho. A propósito dos concertos e do novo tema, o Rimas e Batidas colocou-lhes algumas questões.
Vocês apresentam uma nova sonoridade neste “LUCi”. O que podem contar sobre esta mudança de estética, o que vos levou a fazê-lo e o que procuram agora em termos sonoros?
Este tema vai refletir uma nova sonoridade. No entanto, não será só através do emprego de um novo tipo de som, mas também porque a “LUCi” é a soundtrack para um futuro que aí vem. Assim, a estética sonora é também um reflexo do tema da música — quisemos deliberadamente que os sons fossem reminiscentes de um mundo que criámos para a temática da malha, e que está para chegar em breve — a realidade de um corpo digital, ou de uma consciência com base exclusivamente digital, um futuro marcado por uma distopia ultra tecnológica, sustentado por servidores e subscrições anuais. CELSO já estava em constante mutação desde os tempos do nosso primeiro disco. Nessa altura chegámos a brincar várias vezes com uma sonoridade mais pop e electrónica, o que regressa em força aqui, até porque é o que o tema pede. Pensamos que isto será sempre a realidade de CELSO, desvendar território novo.
O vosso processo criativo alterou-se, tendo em conta esta nova sonoridade?
Sim, principalmente no que toca aos momentos em banda — esta nova fase de CELSO está muito mais focada na produção e nas escolhas que fazemos nesse momento. A composição é agora muito mais contida dentro da produção. Portanto, sim, o processo mudou — a banda senta-se muito mais à volta do PC. Parece-nos que os instrumentos passaram a funcionar como um tradutor do que resulta no Ableton, enquanto antes passavam mais por ser a própria base — como uma banda mais ortodoxa de rock. No entanto, isto potencia a nossa criatividade, já que para transpor as criações digitais para um formato live temos de lutar contra as limitações dos instrumentos reais. Desta forma, os ensaios passam a ser um momento muito mais criativo do que propriamente apenas de treino ou prática.
Dizem que terão um concerto completamente novo. O que podemos esperar agora de CELSO nos palcos?
CELSO vem renovado — com várias músicas novas (em antecipação do que aí vem, quiçá um disco), novas interpretações dos temas antigos e com uma imagem e postura nova. Quem nos viu ao vivo anteriormente poderá ter entendido que gostamos de encarar personagens/temáticas novas a cada lançamento. Assim, estes concertos serão a realização desta nova fase, a nível sonoro e visual — queremos dar a conhecer o mundo de “LUCi” ao vivo com toda a sua força.
Vão apresentar novas músicas ao vivo?
Sim, várias. Vamos levar o público pelas músicas antigas mais relevantes, mas também desvendar muito material novo.
Estão neste momento a preparar um novo disco? Se sim, o que já podem contar sobre ele? Tem algum conceito específico? Número de faixas? Data prevista de lançamento?
Sim. Apenas podemos avançar que vai ter a distinta marca CELSO. E que terá um foco mais temático do que o anterior — vamos explorar mais os assuntos que nos afligem e intrigam atualmente. A nível de conceito é algo que será desvendado passo a passo.
Juntaram-se ao elenco da MAR Records, o que vos levou a fazê-lo?
A MAR Records, embora tenha nascido há pouco tempo, é já um nome importante. Muitos dos artistas que a integram são referências nos seus estilos, além de terem vários nomes emergentes igualmente fortes e com bastante hype. A grande força da MAR reside na sua diversidade — abarca vários estilos e movimentos que marcam a música em Portugal actualmente. Será assim um cunho de qualidade e exploração, uma marca que não deixa os seus artistas cair apenas em “caixas”. Para CELSO, isto é o casamento perfeito, isto porque pretendemos não parar de explorar novos sons e temáticas. Deste modo, a MAR parece-nos ser a casa perfeita para um projecto como o nosso, já que não seremos constrangidos por limitações de género musical, nem queremos ter barreiras aos temas que pintamos na nossa música.
pub