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Texto: ReB Team
Fotografia: Filipe Feio
Publicado a: 29/04/2024

A artista está a criar o seu primeiro álbum com Fred Ferreira.

Latte: “Quero trazer algo de fresco à música pop”

Texto: ReB Team
Fotografia: Filipe Feio
Publicado a: 29/04/2024

Com dois singles lançados, “Guarda-me só mais hoje” e “E se fores por aí”, Latte está a trabalhar no seu primeiro álbum em parceria com o músico e produtor Fred Ferreira. Estudou jazz, mas Carolina Leite é uma cantora e compositora pop que pretende trazer ideias novas e arrojadas para cima da mesa.

Interessada em explorar sonoridades tanto acústicas quanto digitais, tem vindo a trilhar um caminho próprio que se irá materializar no tal disco que tem vindo a ser construído. Pretexto mais do que suficiente para o Rimas e Batidas lhe colocar algumas questões.



Estás neste momento a preparar um álbum de estreia com o Fred Ferreira. Como é que se deu essa parceria? Porque é que quiseste trabalhar com o Fred?

Nos últimos dois anos fui para estúdio com vários produtores diferentes que me foram sendo aconselhados por amigos meus dentro da indústria. Gostei de todas as experiências em estúdio com cada um deles, mas quando fui para estúdio com o Fred, a abordagem dele à canção que lhe “entreguei” foi exactamente aquilo que procurava. Arrojada, forte, “diferente”, mas sem distorcer a essência simples e sensível da canção. Além disso, o Fred tem anos de experiência nesta área, já trabalhou com muitos músicos diferentes e por isso já lhe passaram muitos estilos de música pelas mãos, e trabalhar com alguém que tenha tanta “escola” é uma enorme mais-valia. Então arriscámos os dois e decidimos seguir em frente juntos com este projecto que culminará no meu primeiro álbum. Está a ser um processo brutal, em que ouço, experimento, troco ideias e referências e acabámos por chegar a soluções musicais que nos agradam bastante aos dois. 

Estudaste jazz mas estás na pop, sendo que estiveste em concertos com a Carolina Deslandes e a MARO. Na pop, por vezes há o desafio de se forjar uma identidade artística própria. Tendo isso em conta, o que é que procuras sobretudo com a tua música?

Decidi estudar jazz porque é, na minha opinião, a melhor escola para compreender tudo o que de mais técnico existe na música que canto ou que escrevo, e senti a necessidade de ir mais a fundo no que já conhecia musicalmente. Ao mergulhar a 100% no mundo da música, não só porque estive a estudar mas também porque tudo à minha volta começou a girar bastante mais à volta da música, sinto que nos últimos três anos recebi muita informação de muitos estilos musicais diferentes, de muitos artistas diferentes, e que fui, ao mesmo tempo, canalizando toda essa informação para um repertório de canções que traduzem perfeitamente aquilo que sou agora nesta fase da minha vida. No processo de produção das canções, tento respeitar ao máximo aquilo que sinto que as próprias me pedem, mas arriscando um caminho que pode não ser o mais óbvio, saindo da zona de conforto ao longo de todo o processo de criação, como saí também muitas vezes durante estes últimos três anos, porque sinto que assim estarei mais próxima de definir uma identidade musical própria, sempre recorrendo a referências de artistas que admiro e que me inspiram, mas que seja facilmente identificada como a minha própria identidade musical. E que eu sinta também que é pura e verdadeira, sempre. Quero trazer algo de fresco à música pop, não querendo dizer que não há quem o faça já, temos muitos artistas que o fazem, mas quero que nesta frescura que procuro trazer esteja também definida a minha própria identidade, o meu próprio som, que seja identificado como meu.

Os dois singles que já lançaste estão na linha do que será o teu álbum de estreia?

Procuro uma fusão clara entre o acústico e o electrónico. Mas quero arriscar, quero puxar os volumes dos “sons estranhos” para cima, não os quero deixar só escondidos lá atrás. Quero ter ideias fora-da-caixa que se ouçam, que não passem despercebidas por serem fora do comum. Estes dois primeiros singles já estão na linha do que será o álbum, acho que é clara a mistura de sonoridades, uma mais crua e outra mais digital. Mesmo assim, sei que ainda vamos mais a fundo na componente electrónica, tenho essa intenção e quero muito explorar esse caminho com o Fred. Como disse, quero arriscar!

Sentes que o estudo e a base do jazz te deram ferramentas para aquilo que estás a fazer agora?

Estudei no Hot Clube ao mesmo tempo que fazia o secundário e acabei por sair no fim do segundo ano por ser difícil conciliar com a escola. Mais tarde voltei a estudar jazz e música moderna na Universidade Lusíada, desta vez completando os três anos de licenciatura. Não vejo o jazz como a minha base musical porque não é o estilo que pratico nas minhas canções, mas estudar jazz foi das melhores coisas que pude fazer para satisfazer o desejo que tinha de perceber o que está escondido por trás da música que ouço e da música que escrevo. Queria conhecer mais do que a superfície e queria envolver-me a 100% na música e com a música, por isso tomei esta decisão de tirar um curso nesta área, que me deu dezenas de ferramentas e de técnicas musicais que levarei para a vida, seja de composição, análise ou mesmo repertório. Aprendi a ouvir música e a desconstruir o que ouço, a identificar elementos específicos que posso utilizar para as minhas próprias composições.


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