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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 25/01/2023

O imaginário noir da Nova Iorque dos anos 70 e 80 em película funk.

Bruno de Almeida lança segundo volume de Cinema Imaginado

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 25/01/2023

O segundo capítulo da planeada trilogia Cinema Imaginado, projecto comandado por Bruno de Almeida, chegará às lojas, em CD e edições digitais, na próxima sexta-feira, dia 27 de Janeiro. O primeiro avanço, “Fear City”, foi dado a conhecer no arranque deste mês.

Graham Haynes (corneta, fliscorne, electrónicas), Ricardo Toscano (saxofone) e, entre vários outros músicos, Mário Franco (baixo e contrabaixo) e Tó Trips (guitarras), integram a alargada equipa convocada para dar vida às palavras e composições de Bruno de Almeida, cineasta com celebrada carreira, que estudou, viveu e trabalhou em Nova Iorque e que agora projecta a partir de Lisboa um outro tipo de cinema, imaginado mais no plano sonoro do que no visual. Na mesma data, o primeiro volume de Cinema Imaginado, editado em 2022 em CD e formatos digitais, conhece lançamento em vinil. Este novo registo é dedicado à memória de Pedro Gonçalves, músico dos Dead Combo, formação com que Bruno de Almeida colaborou no plano visual.

As notas de lançamento referem que “o novo capítulo de Cinema Imaginado expande o imaginário original, de fundo nova-iorquino, pleno de noir e cosmopolitismo duro dos anos 70 e 80, centrado num ‘protagonista flâneur que se deixa arrastar para situações que não controla’”, conforme explica o próprio Bruno de Almeida. “Mas desta vez a ideia fílmica do disco é labiríntica e operática: os temas trazem personagens secundárias motivadoras de novos espaços sónicos. Há menos ‘diálogo’, menos voz, e mais sensações”, adianta. O risco, refere-se, faz parte da equação do novo volume:  “Mesmo quando acontece o funk, o hip hop, o acid jazz, ou até um cowboy-fado-western rock, ou concepções classicizantes, a minha trajectória é cada vez mais fugir do consciente, do referencial.” É ainda avançado que o terceiro volume que dará por concluída esta trilogia, “desenhado para um experimentalismo avançado, onde a electrónica, como agora, é explorada com ousadia”, já se encontra em produção.

O disco que foi registado entre Março e Outubro de 2022 nos estúdios BA Music (Lisboa), Valentim de Carvalho (Paço d’Arcos), Putchiu (Lisboa) e Casa das Máquinas (Salvador, Bahia), foi misturado na recta final do ano passado por João Pedreira nos Estúdios Valentim de Carvalho. Além dos músicos referidos, participam igualmente Luís Figueiredo (piano, piano Fender Rhodes), Rúben da Luz (trombone),  Rui Bandeira (trombone baixo), Sérgio Carolino (tuba), André Sousa Machado (bateria), Alexandre Frazão (bateria), Osvaldo Pegudo (percussão), Óscar Graça (piano), Marco Fernandes (marimba), Ana Pereira (violino), Ana Filipa Serrão (violino), Joana Cipriano (viola), Ana Cláudia Serrão (violoncelo), José Pereira (violino) e Catarina Gonçalves (violoncelo). As letras e as composições são de Bruno de Almeida que também dirigiu os arranjos, excepto em “Sense Memory”, tema creditado a Mário Franco. 

Bruno de Almeida fez, de facto, carreira como cineasta, mas no seu período formativo em Nova Iorque, no arranque da década de 80, foi membro activo da vanguardista cena local, tendo tocado guitarra nos No Image ao lado de Graham Haynes, músico com quem criou também um duo de música exploratória, com pronunciada componente electrónica. Com esses dois projectos subiu aos palcos de espaços importantes como o Village Gate, Roulette e Knitting Factory. Almeida co-fundou ainda o quinteto de jazz-rock Contrabanda e colaborou com músicos como Sérgio Pelágio ou Saheb Sarbib. Também assinou trabalhos para espectáculos de dança com coreografias de Francisco Camacho, Vera Mantero e Paulo Ribeiro. Na sua filmografia incluem-se documentários sobre Amália Rodrigus e Camané.


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