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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/01/2020

Uma semana de novidades audiovisuais nos terrenos do hip hop e electrónica pela mão de Gonçalo Oliveira.

7 Dias, 7 Vídeos

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/01/2020

Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?

7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal nos terrenos do hip hop e electrónica. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto de novo, com tanto para espreitar e escutar.


https://youtu.be/oHpd570f_5c

[Eminem] “Godzilla” feat. Juice WRLD

O mais recente e inesperado álbum de Eminem, Music to Be Murdered By, estreou recentemente no topo da tabela de vendas da Billboard, o décimo consecutivo da carreira, levando o lendário rapper de Detroit a chegar mais perto de nomes como Jay-Z, Bruce Springsteen, Barbra Streisand ou os Beatles, que conseguiram o mesmo feito durante 11 ou mais discos. Apesar do inegável sucesso comercial, Marshall Mathers deixou de ser um nome consensual desde que, no início do milénio, se foi aproximando cada vez mais do espectro da pop.

No final da última semana, o radialista Ebro Darden frisou no Twitter que Em “é cinco vezes melhor, trabalha cinco vezes mais do que os outros e mesmo assim não tem o respeito” que lhe é merecido, observando num outro comentário que é “completamente possível odiar o Eminem musicalmente. Não podem é dizer, enquanto fãs de hip hop, que ele é um rapper fraco.”

Esta linha de pensamento tecida por Ebro é comprovada pelo próprio rapper em “Godzilla”, na qual Eminem bateu o seu próprio recorde de sílabas por segundo pelo desempenho no último verso — o pico de 9.6 sps de “Rap God” foi recentemente destronado por umas estonteantes 11.3 sps. Juice WRLD, jovem artista que recentemente perdeu a vida e teve direito a uma dedicatória em Music to Be Murdered By, vai também ter o seu nome cravado no livro de recordes do Guinness pelo refrão em “Godzilla”. Vale uma salva de palmas, não?


[Instinto 26] “Longe Do Cubico”

Julinho KSD, Yuran, Kibow e Trista têm estado longe do cubico após uma ascensão meteórica no ano passado que se traduziu em inúmeros concertos de Norte a Sul do país. O grupo de Mem Martins, que responde por Instinto 26, aproveita o regresso a casa para preparar o EP de estreia, que contará com contribuições dos produtores conterrâneos Fumaxa e Migz, que neste “Longe Do Cubico” ficaram encarregues da gravação das vozes. Ivandro e Janga também surgem nos créditos do tema, que foi retratado em vídeo através da visão de Diogo Carvalho.


[Tristany] “Mô Kassula” (ao vivo)

A originalidade está na base da arte de Tristany, MC, cantor, produtor, instrumentista e artista visual de Mem Martins. Meia Riba Kalxa, um dos discos que mais aguardamos para este 2020, já se encontra na derradeira fase de masterização e vai misturar diversos componentes da música urbana num caldeirão chamado “sintranagem”. “Mô Kassula”, cuja versão de estúdio já nos havia sido apresentada em 2018, foi agora alvo de uma gravação ao vivo em colaboração com a violinista Susana Francês e o multi-instrumentista Ari. No vídeo, Diogo Carvalho voltou a dar cartas em mais um one man job.


[Vácuo] “Transparente” (prod. Cjero)

MegaLowMano já está quase terminado. O segundo LP de originais de Vácuo começou a ser antecipado no ano passado com “Caravela Portuguesa” e tem agora este “Transparente” como segundo avanço. Cjero é o produtor da faixa, que tem também Groove Synthdrome (aka Amon) nos créditos. Os dois beatmakers juntam-se a Pesca, Osémio Boémio, Audioghoul ou K.Otic na lista de arquitectos encomendados por Vácuo para o sucessor de CulTurismo. Selo Finest.REC


[Laylow] “Trinityville”

“Maladresse”, “10’”, “Gogo” ou “Visa” são temas extraídos de Digitalova, .RAW e .RAW-Z, os trabalhos que têm vindo a cimentar o nome de Laylow enquanto um dos mais talentosos trappers de França. “Trinityville” sucede a “Megatron” na lista de singles que antecipam o seu álbum de estreia, Trinity, que é inspirado na personagem de Matrix com o mesmo nome e complementa NĒO, trabalho editado pelo amigo Wit. há precisamente um ano.


[Ovrkast.] “Outro (It’s Time)”

Depois da maratona de lançamentos de MIKE e da consagração do género por Earl Sweatshirt em Some Rap Songs, a cena do boom bap lo-fi nunca mais foi a mesma e está agora mais fértil do que nunca. Ovrkast. é um dos artistas afiliados a essa fresca vaga sónica e teve o seu nome cravado em FEET OF CLAY e Let the Sun Talk antes de se ter estreado a solo com Try Again, há uma semana. Mavi, Navi Blue e Pink Siifu, nomes incontornáveis da mesma geração, participam no longa-duração.


[Chris Yonge] “cash”

Inspirado em duplas stoner, como Jay e Silent Bob ou Cheech e Chong, Elliot Muscat dirigiu a peça visual que acompanha “cash”, o tema que abre as contas relativas a 2020 para o canadiano Chris Yonge, que surge sob a produção-executiva de Christian Tyler, que ainda recentemente desempenhou função semelhante em “War”, de Drake. O videoclipe foi estreado pela Exclaim durante a semana passada e é explicado pelo artista como uma consequência de quem se deixa seduzir e vive obcecado pelo dinheiro, que acaba por tornar as pessoas em monstros. Depois de se ter apresentado com intro, em 2018, o álbum de estreia de Chris Yonge é esperado para aterrar no mercado este ano.

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