Rapsody dá inicio a uma marcha motivacional no rescaldo das eleições nos EUA

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Na passada Terça-feira (dia 8 de Novembro), o mundo parou para assistir àquele que é um dos eventos mais mediáticos em todo o planeta e no qual se decidiu que Donald Trump seria o próximo homem a governar a maior potência à escala global: os EUA.

Foram muitas as reacções a que assistimos através, maioritariamente, das redes sociais. Vindas de pessoas das mais distintas áreas e zonas do globo. O Rimas e Batidas deu ouvidos aos artistas e acompanhou de perto todas estas reacções e deu destaque a um bom número delas aqui.

Ainda no rescaldo desse grande acontecimento, Rapsody, a recente contratação da Roc Nation, presenteou-nos com um belíssimo tema de forte conotação soul. Evocando o mesmo sentimento que Kendrick Lamar nos falava em “Alright”. Aliás, a MC aponta para essa mesma ligação emocional ao começar o primeiro verso com um “we gon’ still be alright”. Abordando temáticas semelhantes, como o racismo ou a violência racial, embrulhadas numa forte mensagem de esperança e prosperidade.

“Don’t matter who in the Big House /
We gon’ still march and fight, word to the people! Waddup!”

O tema que nos pede para ignorar o novo homem-forte dos EUA e seguir em frente com as nossas vidas surge no website de Rapsody, acompanhado com a letra da canção escrita à mão e um curioso relógio em contagem decrescente, que provavelmente aponta para a data a que irá chegar até nós um novo projecto da rapper vinda de Raleigh. É ainda usado o hashtag #wheresyourcrown como mote para todo este desenrolar de acontecimentos.

“Fire” é composto por duas partes sónicas distintas, com uma mudança no instrumental que ocorre a meio do tema. Conta com a produção de vários membros do Soul Council – Ka$h, Khrysis e 9th Wonder – e tem ajuda na instrumentação por parte de Moonchild. Destaque ainda para o sample que ouvimos várias vezes durante a segunda parte da música, com a voz de Gil Scott-Heron – revolucionário músico e peça fundamental que serve de inspiração para o aparecimento do hip hop e do spoken word – repetindo vezes sem conta a frase “losing our minds”, que salta do tema “We Almost Lost Detroit”, onde participa também Brian Jackson.