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[TEXTO] Rui Correia [FOTO] Hugo Lima
No final do primeiro dia do NOS Primavera Sound, os Justice encheram as medidas da multidão que lotava o auditório natural do Parque da Cidade, impondo um corolário perfeito para uma jornada inaugural a todos os níveis incrível.
Começando pelo badalado single “Safe and Sound” do último registo da banda francesa de electrónica, Woman, e misturando de seguida com “D.A.N.C.E.”, faixa do aclamado disco de estreia, a dança desenfreada não se fez esperar. Gaspard Augé e Xavier de Rosnay, lado a lado, produzem um espectáculo exímio, que vive da dinâmica do seu set com o jogo de luzes, estas por vezes movimentando-se em redor do duo consoante a tomada de intenções sonoras (ainda com auxílio aos ‘falsos’ amplificadores Marshall que preenchem o palco e que servem de adereço luminoso).
Prolongando por vezes os temas mais conhecidos – “Civilization”, “Fire” ou “Genesis” por exemplo -, os Justice são pródigos a movimentar o seu público, levando-o por uma montanha russa de emoções enquanto jogam com o melhor da sua trilogia discográfica. “We Are Friends” irrompe já na segunda metade do espectáculo e, depois duma merecida ronda de aplausos, estamos abraçados aos nosso amigos ou a nós próprios, já não faz diferença, todos bem acompanhados ao ar livre a olhar as estrelas que emanam dos ecrãs de palco. Para rematar a apresentação, festa total com a última faixa do live set, “Audio, Video, Disco.”, tema corrido de funktronica orquestrada com guitarras rock, que nos eleva até uma nova dimensão onde nos sentimos tão pequenos a dançar, esmagados com o tamanho do universo que nos rodeia.
Os Justice justificam a sua presença recorrente nos grandes festivais com a sua mestria e ambição megalómana, mas o seu sucesso actualmente ainda depende muito do longa-duração de estreia Cross, editado já há 10 anos. O que vale é que neste tipo de situações o prazo de validade dos clássicos é extenso.
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