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É bem provável que daqui a uns anos olhemos para 30 de Setembro de 2022 como um dos grandes dias de lançamentos de rap desta década. As escolhas principais encaminham-nos para aí e o que ficou de fora dessa selecta selecção só ajuda, em parte, a levar-nos à mesma conclusão, mesmo que nem só de hip hop se trate.
Discos de Björk (fossora), Shygirl (Nymph), Ana Lua Caiano (Cheguei Tarde A Ontem), Luís Fernandes (A Guide to Getting Lost), Kid Cudi (Entergalactic), Joyce Moreno (Natureza), Putas Bêbadas (Nível Lounge), Prodigy (The Hegelian Dialectic 2: The Book of Heroine), Bronze Nazareth (If You’re Worried, You Should Be), Blue Note Re:imagined II, The Advisory Circle (Full Circle), K-Trap (The Last Whip II), Bladee (Spiderr), YG (I Got Issues), KANKAN (WAY2GEEKED) e Mr. Muthafuckin’ eXquire (I Love Y.O.U cuz Y.O.U Ugly Vol. 1) para descobrir depois.
[Freddie Gibbs] $oul $old $eparately
Quando chegas a um certo nível, as opções aumentam. No caso de Freddie Gibbs, que já fez discos com monstros como Madlib e Alchemist (e ambos voltam a colaborar com o rapper neste $oul $old $eparately), a oferta é cada vez maior, basta olhar para os créditos deste álbum: de Kaytranada e James Blake a Offset, Rick Ross e Pusha T a Anderson .Paak e Raekwon ou DJ Paul a Scarface, nada parece faltar a Gangsta Gibbs.
[Rome Streetz] KISS THE RING
No seu primeiro álbum pela Griselda, Rome Streetz eleva-se. KISS THE RING é produzido executivamente pelo líder da alcateia, Westside Gunn, e tem beats de muitos dos seus associados, Camouflage Monk, Conductor, Daringer, Denny LAflare, Sovren, SadhuGold ou Alchemist, mas também participações de rappers da casa como Conway The Machine, Armani Caesar, Benny The Butcher, Stove God Cooks e Boldy James. Está na hora de beijar o anel.
[billy woods] Church
billy woods lançou um dos nossos álbuns favoritos da primeira metade deste ano, Aeothipes, e pelos vistos não se quer ficar por aí: Church, o seu novo projecto totalmente produzido por Messiah Muzik (excepto a co-produção de woods em “Fever Grass”), sai sem aviso prévio e com contribuições de E L U C I D (o seu companheiro em Armand Hammer), AKAI SOLO, FIELDED e Fat Ray. Vamos à igreja?
[Nicholas Craven & Boldy James] Fair Exchange No Robbery
Entre Montreal e Detroit, o caminho é longo, mas fica mais curto quando duas das figuras mais respeitadas da cena actual de rap underground se juntam para dar vida, histórias e sons à realidade. Fair Exchange No Robbery une Nicholas Craven e Boldy James e é tudo aquilo que podíamos imaginar — a Beatriz Freitas bem que previu onde isto iria dar…
[Avantdale Bowling Club] TREES
Fazer um álbum, preparar tudo… e decidir voltar atrás. Há decisões mais complicadas do que outras, mas deixar arrumado na gaveta um conjunto inteiro de faixas já completas pode ser algo duro. Juntem-lhe a pandemia, a necessidade de ajudar a família e a responsabilidade de dar sucessão a um excelente longa-duração homónimo de estreia e a coisa pode complicar-se. Tom Scott, que assina como Avantdale Bowling Club, foi pedir conselhos a Ruban Nielson (Unknown Mortal Orchestra) e percebeu que só teria de voltar ao trabalho. Para os amantes de rap e de jazz que nunca imaginaram que seria possível ouvir algo assim a partir da Nova Zelândia.
[si!va] luísa
Não é uma presença super recorrente na rubrica Rap PT – Dicas da Semana, mas o seu nome já por lá passou duas vezes este ano, o que quer dizer o seguinte: si!va, o beatmaker, é alguém a quem se deve dar atenção. Palavra de Paulo Pena. Neste seu primeiro álbum, luísa, o artista rodeia-se de alguns conhecidos seus: Guilherme Basta, gonsalocomc, Parker e duarteacão. Hip hop heads portugueses com vontade de ouvir instrumentais com sabor mais clássico: é por aqui, se faz favor.
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