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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 31/03/2023

Venham mais cinco.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de B. Cool-Aid, Lucy Val, Monster Jinx, DJ Drama e Larry June & The Alchemist

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 31/03/2023

Em vésperas de um Abril que se espera de novidades mil em matéria de música por descobrir, fomos em recolha do que Março guardou para o último dia. Feitas as contas, o saldo é francamente positivo. Mas há sempre activos que, em boa verdade, nos arregalam mais a vista — e a audição, já agora: sejam eles cantigas serpenses, sons em tons púrpura, notas de cabedal reluzente, registos identitários vários ou partilhas emblemáticas tête-à-tête (e, ainda, uma Cura inédita de iolanda — dissecada por aqui na primeira pessoa).

Fora dos destaques colhidos pela nossa equipa, mas suficientemente válidos para que se possam atirar de cabeça à sua escuta, ficam as propostas assinaladas por Cave Story (Wide Wall, Tree Tall), Orca (Paisagem Trânsito), Tyler, The Creator (Call Me If You Get Lost: The Estate Sale), Deerhoof (Miracle-Level), Chlöe (In Pieces), Ric Wilson, Chromeo & A-Trak (CLUSTERFUNK), Nakhane (Bastard Jargon), Baaba Maal (Being), NOIA (Gisela), Pursuit Grooves (100 Seams), boygenius (the record), The New Pornographers (Continue As Guest), Alberta Cross (Sinking Ships), Buzzy Lee (Internal Affairs), Barrie (5K) e Luh Tyler (My Vision).


[B. Cool-Aid] Leather Blvd.

Desde “Cnt Go Back ( Tell Me )” que mal podíamos esperar por ouvir o resto da obra feita a meias entre Ahwlee e Pink Siifu, em nome de B. Cool-Aid — eles que passaram, isoladamente, por Lisboa no ano passado (o primeiro a assistir Navy Blue na mesa de mistura da Galeria Zé dos Bois, e o segundo, num formato de banda, para apresentar o disruptivo NEGRO no Jardim da Galeria Quadrum). Leather Blvd. testou-nos as virtudes da paciência, mas compensou pelo tempo transacto desde os primeiros vislumbres: uma série de temas e uma carrada de músicos a fazerem jus ao reportório deste duo multi-disciplinar na rima e na batida.


[Lucy Val] Serpentino

“Depois de 2 anos a procurar o som que melhor o representa” — segundo nos chegou à nossa caixa de correio electrónico —, Lucy Val encontrou-se, finalmente, num primeiro trabalho em nome próprio: das cadências latinas ao cante serpense, Serpentino segue uma linha electrónica pulsante que nos conduz ao interior mais recôndito do autor em autêntica endoscopia. Sim, é mesmo por aqui — podem vir.


[Monster Jinx] ROXO 09

Aos nove anos ainda é compreensível que se acredite em monstros. Sobretudo quando eles aparecem anualmente para nos relembrar que existem — e que estão, por sinal, de viva aparência. Justiça lhes seja feita — aos monstros —, que se vêem reduzidos à sua natureza quando, na verdade, também eles têm nome: Raez, Maria, DarkSunn, Veelain, Vasco Completo, MAF, Xando, E.A.R.L., OSEB, Ghost Wavvves e No Future. A turma da Monster Jinx tirou do armário a nona edição de ROXO, com onze temas de várias tonalidades — todas elas, porém, irradiantes no escuro.


[DJ Drama] I’M REALLY LIKE THAT

Depois de servir de anfitrião no último longa-duração de Tyler, The Creator, Call Me If You Get Lost — que mereceu uma espécie de lado B, editado também hoje, com uma série de temas gravados durante a criação do sucessor de IGOR —, foi a vez do fundador do colectivo Odd Future inaugurar o novo trabalho de DJ Drama. “Legendary” abre as hostes de I’M REALLY LIKE THAT, um projecto que conta ainda com imponentes nomes como Lil Wayne, Gucci Mane, Rick Ross, Westside Gunn, Benny The Butcher, Jeezy, T.I. ou o falecido Nipsey Hussle. 


[Larry June & The Alchemist] The Great Escape

Se um rapper é realmente bom, tem uma identidade incomparável e, ainda para mais, vem da Califórnia, não tem como escapar ao acervo de The Alchemist. Para quem tem produzido para uma grande parte dos melhores MCs norte-americanos das últimas décadas, trabalhar com alguém com o carisma e a consistência de Larry June era uma questão de tempo e circunstância. E, quando finalmente o encontro se deu, o resultado saltou à vista desde os primeiros instantes: não é qualquer um que motiva Alc a voltar a pegar na caneta — Hit-Boy foi outro que, há bem pouco tempo, conseguiu essa proeza —, e o célebre produtor, por muito vasto que seja o seu espólio de colaborações, também não se dedica a fundo num longa-duração com qualquer um. Juntou-se, por isso, uma capacidade inacreditável de alfaiataria sonora à medida e um modelo cujo corpo artístico é peça única e irrepetível.

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