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Esta noite, a partir das 19 horas, a The Blacker The Berry regressa à Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, com Reloaded, a festa do segundo aniversário do projecto.
Com bilhetes a 6 euros (como sempre, há uma lista comunitária que garante condições mais acessíveis a pessoas negras), a celebração vai ser feita ao som de oseias., FVBRICIA, Mel Das Pêras e Raíssa. O momento será ainda aproveitado para o lançamento de uma nova gama de merchandise ligada ao colectivo — haverá malas, t-shirts e posters desenhados por Luci Pina em colaboração com Bazofo & Dentu Zona disponíveis na banca.
Fundada por Jesualdo Lopes em 2021, a The Blacker The Berry tem servido de casa para uma comunidade negra e queer que quer vincar a sua própria identidade e, acima de tudo, encontrar espaços seguros para a celebrar sem quaisquer rodeios. Na ressaca da apresentação da fanzine Sabura e de uma passagem pelo Iminente, o Rimas e Batidas falava com Jesualdo acerca desse tão importante desafio, que é o zelar pela paz e tranquilidade de cada indivíduo em eventos nocturnos:
“Morar em Inglaterra alargou-me os horizontes, principalmente sobre criar espaços nossos e não forçar a nossa entrada noutros. Muitos não nos querem e outros tantos querem-nos por tokenismo. Baseei-me noutros colectivos como a Rat Party ou a Love Muscle. Tenho noção de que nenhum espaço é 100% seguro e isso é uma maneira de reforçar a nossa política. E houve uma clara mudança: os mesmos espaços que nos negavam entrada, agora têm safer spaces policies. É muito fácil escrever, mas no que diz respeito à prática e manter essa consistência falham. Contra mim mesmo falo porque posso falhar também. Tento ter sempre quatro pessoas, as friendly faces — eu incluído, enquanto faço a gestão do evento — a assegurar que ninguém está desconfortável e caso algo falhe ou venham falar comigo depois tento tomar nota e pensar como posso melhorar numa próxima vez.”
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