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Texto: ReB Team
Fotografia: Daryan Dornelles (Nayela) / Direitos Reservados (Nazar)
Publicado a: 11/01/2023

A caminho do reencontro, agora em palco.

Nayela & Nazar: “Tentamos impressionar-nos um ao outro. Uma rivalidade saudável entre irmãos”

Texto: ReB Team
Fotografia: Daryan Dornelles (Nayela) / Direitos Reservados (Nazar)
Publicado a: 11/01/2023

Amanhã a partir das 22 horas, o Titanic Sur Mer abre as portas para um evento focado na música de dança e que tem Nayela, Nazar, usof e DJ Nervoso no alinhamento.

O destaque dessa noite só poderia recair sobre um reencontro entre os irmãos Nayela e Nazar, cujos nomes se cruzam pela primeira vez num mesmo cartaz. A cantora, compositora e produtora foi colaboradora de Dino D’Santiago tanto em palco como em disco e, há um ano, estreava-se em nome próprio próprio com uma canção que nos falava sobre a “Perda”, sucedida pouco depois por “469”. Por essa altura, já Nazar contava com uma enorme pegada no circuito da música electrónica mais disruptiva, com o seu “rough kuduro” altamente bélico e documental na montra de uma das mais conceituadas editoras da cena IDM — Enclave EP (2018) e Guerrilla (2020) foram ambos selados pela Hyperdub.

Antes de subirem ao palco do Titanic e consumarem um feito inédito nas suas carreiras, o Rimas e Batidas quis assinalar o momento e lançou cinco questões aos irmãos Sakala.



Partilham em breve o cartaz de um evento pela primeira vez. Essa possibilidade, de algum dia se virem a cruzar entre palcos, já era motivo de conversa entre vocês?

[Nazar] Sim, só que sempre temos abordado esta possibilidade com leveza. Com a convicção que mais cedo ou mais tarde aconteceria, ao bom momento. Sem pressão do facto de sermos irmãos. Aliás, para mim, esta idea tornou-se mais plausível depois da Nayela ter lançado singles mais orientados para dança.

[Nayela] Já tínhamos falado vagamente acerca disso mas nada de muito concreto.

Quando a Nayela se estreou com “Perda”, lembro-me de ter lido que uma das suas grandes inspirações veio de observar o Nazar a produzir no FL Studio. Hoje em dia, já adultos e com as vossas estéticas pessoais bastante vincadas, ainda existe esse intercâmbio de ideias e ensinamentos entre ambos?

[Nazar] Ensinamentos nem tanto, mas intercambio de ideas, de certeza, já que influenciamo-nos indiretamente graças à frequente partilha de demos. Tentamos impressionar-nos um ao outro. Uma rivalidade saudável entre irmãos.

[Nayela] Os ensinamentos e intercâmbios entre nós são constantes, seja pela forma como ele usa certos efeitos na musica dele ou pela forma como ele se mexe na industria.

Apesar de serem irmãos, vivem neste momento em locais completamente distintos, inseridos num circuito cultural com muitas diferenças. Esse factor teve influência nos rumos que a vossa sonoridade tomou?

[Nazar] Eu tenho a certeza que está mais ligado ao tipo de personalidade. Porque crescemos no mesmo local que musicalmente nos despertou e nos moldou. A nossa individualidade guiou-nos o e definiu o grau do impacto das culturas em que vivemos atualmente.

[Nayela] Bruxelas e Luanda têm um papel fundamental na construção das nossas estéticas sonoras. Bruxelas, sendo a base de onde tudo começou, e Luanda, sendo o re-descobrimento de um mundo que já era nosso por herança e que foi reconhecido.

Ao longo do vosso trajecto, nunca aconteceu fazerem música juntos? É algo que passa pelos vossos planos?

[Nazar] Tecnicamente já aconteceu, na sétima musica do meu album Guerrilla, intitulada “Mother”. A Nayela teve a responsabilidade dos backing vocals. Por isso, tenho a certeza que teremos mais oportunidades de colaborarmos mais a fundo no futuro.

[Nayela] Já trabalhámos numa faixa juntos, nomeadamente a musica “Mother” do álbum Guerrilla do meu irmão.

Nesta data para a qual estão agendados no Titanic, vão aproveitar a reunião para testar algo juntos em palco?

[Nazar] Sá quem estiver lá saberá.

[Nayela] Em Angola existe um ditado popular que diz o seguinte: ‘’se explicar é na esquadra”.


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