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Memphis ficou de luto no primeiro dia do ano: aos 43 anos, Gangsta Boo foi encontrada morta em casa ao início da tarde de 1 de Janeiro.
Reconhecida como “Rainha de Memphis”, Lola Chantrelle Mitchell era ainda uma teenager quando se juntou aos Three 6 Mafia, grupo que viria a colocar Memphis no mapa do hip hop e tornar-se num caso de sucesso planetário. Depois de crescer enquanto MC no seio de um colectivo do qual faziam parte Juicy J, DJ Paul ou Lord Infamous, teceu os dois primeiros álbuns a solo, Enquiring Minds (1998) e Both Worlds, *69 (2001), antes de se afastar dos colegas e da editora com a qual trabalhavam.
À semelhança do que Lil Kim ou Trina estavam a fazer na altura, Gangsta Boo trouxe para cima da mesa uma outra perspectiva do rap feminino, ao misturar versos incisivos com outros mais melosos e, acima de tudo, com total honestidade no que tocava a falar sobre a sua sexualidade, uma fórmula que acabou por moldar o estilo daquelas que lhe seguiram os passos e que encaixava particularmente bem na sonoridade horrorcore daquela cidade do Tennnessee.
Longe dos amigos que a acompanharam durante os primeiros passos, o mediatismo e o sucesso comercial de Gangsta Boo nunca alcançaram o mesmo patamar que os dos Three 6 Mafia, mas o reconhecimento dos seus pares foi sempre uma constante na sua carreira. Entre discos em nome próprio, colaborações e convites que lhe foram endereçados, são muitos os nomes aos quais se associou — Eminem, OutKast, Lil Wayne, Run The Jewels, DJ Drama, Yelawolf, clipping., Latto, GloRilla, La Chat, Blood Orange, Gucci Mane, Bones ou DJ Kay Slay são apenas alguns dos exemplos de uma lista que é bem mais densa.
Nas redes sociais, foram muitos os artistas a reagir à perda daquela que foi uma das figuras mais inspiradoras para as mulheres no game.
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