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Fotografia: Rodrigo Fonseca Santos
Publicado a: 04/05/2020

Mudança de pele e um EP a caminho.

L-ALI sobre “Ciclo”: “Não me estou a tentar impor para nenhum lado”

Fotografia: Rodrigo Fonseca Santos
Publicado a: 04/05/2020

L-ALI lançou na passada sexta-feira o segundo single pela Superbad. “Ciclo”, que conta com a ajuda de Here’s Johnny e Lunn na produção, foi apresentado com um vídeo criado por Gabriel Rentes e um6ra e fará parte do próximo EP do rapper.

Já fez um ano desde que L-ALI vestiu pela primeira vez a nova camisola, quando deu a conhecer “Siri”, a faixa de estreia pela editora de Holly Hood, como uma extensão do trabalho que já vinha a desenvolver pela Think Music, em músicas como “UAIA” ou “BABA”. A mudança de ciclo deu-se agora ao segundo tema pela Superbad, o avanço inaugural de um EP que pretende partilhar com o público ainda este ano.



Num esforço combinado entre si, Here’s Johnny e Lunn na produção, o prolífico MC de Alfama muda-se para o cenário gélido de Toronto e assina um refrão orelhudo num canto meio sussurrado, seguido da habitual jigajoga de fonéticas que aponta para uma fase de dúvida com a qual se deparou a meio do seu trajecto. Uma forma inédita de abordar o instrumental mas apenas no que toca a canções já editadas — no ano passado, os mais atentos puderam reparar nos primeiros sinais desta mudança de pele em “Plenitude”, cantado durante o concerto a solo no Iminente, que também fará parte do alinhamento do primeiro projecto pela Superbad.

“Não me estou a tentar impor para nenhum lado”, começou por explicar o rapper ao ReB, deixando no ar a ideia de que este não será um registo constante no seu próximo EP, ele que é já um nome reconhecido no panorama do hip hop nacional no que a experiências diz respeito. “Faço mesmo o que achar que faz sentido na altura… ou o que o beat pedir. Esta está melódica mas não está na onda do ‘Plenitude’ tho“. Uma versatilidade que se estende à produção: “Tenho composto coisas em que não me vejo lá, às vezes. Desenvolvo a ideia mas acabo por abandonar por achar que não me ‘serve’.”

Dono de um “trajecto musical sem pegada ecológica, zero lixo”, foi em SURREALISMO XPTO, de 2014, que os versos de L-ALI nos conquistaram quase instantaneamente. O projecto, criado a meias com VULTO. no seu laboratório, aterrou finalmente no Spotify no mesmo dia em que “Ciclo” deu entrada no YouTube.

“O SURREALISMO XPTO foi basicamente onde me comecei a encontrar. Em grande parte graças ao VULTO.”, afirmou o rapper antes de rematar a conversa com um breve olhar retrospectivo em torno deste pilar de carreira, cujos fundamentos ainda se mantêm nos dias de hoje: “Soa cliché mas foi feito com o intuito de fazer algo diferente, descomprometido e sem constrangimentos. Tentar tirar o tapete às fórmulas. No fundo, continua a ser o ‘lema’ que trago até hoje. Foi também o meu primeiro projecto… Não há filhos favoritos mas esse tem um lugar especial.”


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