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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 21/09/2015

Casa das Máquinas IV: Roland CR-78 – um dos antepassados da TR-808

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 21/09/2015

O que têm em comum temas como “Heart of Glass” dos Blondie, “Enola Gay” dos Orchestral Manouvres in the Dark e “In the Air Tonight” de Phil Collins? Todos eles possuem uma base rítmica criada nos circuitos internos de uma Roland CR-78, um dos clássicos que ajudou a esculpir a música dos anos 80. Lançada em 1978, com o principal intuito de servir de acompanhamento a orgãos eléctricos (daí a sua carapaça de madeira), mesmo em cima do virar de década, quatro anos antes do surgimento da revolucionária LinnDrum, esta mítica caixa de ritmos permitia o utilizador combinar presets de ritmo, divididos entre géneros como rock, waltz, foxtrot, disco e tango, entre outros, bem como criar os seus próprios presets, recorrendo à programação.


 


Ao contrário dos aparelhos lançados por Roger Linn, que continham samples gravados em ambiente de estúdio, a CR-78 oferecia tons analógicos manipulados de forma a se aproximarem do som de bateria, alternando entre o setup mais clássico (bombo, tarola e prato de choque) e o kit de percussão (congas, bongos e cowbell), num total de 14 peças, com saídas independentes, característica que serviu, anos mais tarde, de auto-estrada para a samplagem da própria máquina. Possiblitava ainda o controlo de parâmetros como o tempo e o equilíbrio entre graves e agudos, variações a nível de ritmo e acentuação de instrumentos chave como o bombo e tarola. Além disso, a Roland CR-78 podia fazer-se acompanhar de acessórios externos como o WS-1, um comutador que tinha como principal função construir e estruturar as músicas através do envio de impulsos via jack.


 

roland_ws-1_drDerivado à sua raridade, o WS-1 é um dos acessórios da Roland mais procurados na internet. ©Direitos Reservados


O que transforma a CR-78 numa das máquinas mais importantes da história da música contemporânea, tendo sido utilizada no universo da música de dança por artistas como Fatboy Slim, Underworld e BT, é precisamente a sua sonoridade única e familiar, que, por sinal, viria a ditar o código genético de grande parte dos aparelhos da Roland – assim como o de outras marcas como a Oberheim e a Linn – que a sucederam, com principal destaque para a TR-808 (há no próprio método de sequenciação “passo-a.passo” um ponto em comum), clássico da Roland que teremos oportunidade de passar a pente fino nesta rubrica.

 

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