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Texto: ReB Team
Fotografia: Tiago Pinheira
Publicado a: 28/08/2024

De AIÊ a Pongo.

8 espectáculos imperdíveis do Sabura Festival’24

Texto: ReB Team
Fotografia: Tiago Pinheira
Publicado a: 28/08/2024

A acompanhar a transição de mais um mês, o Sabura Festival regressa ao Sesimbra Natura Park com muitas actividades para desfrutar no final desta semana. De 30 de Agosto a 1 de Setembro, podem contar com um recinto que compreende uma grande floresta e um lago, lugar para iniciativas ligadas ao yoga, kayak, arvorismo, dança, artesanato ou gastronomia.

Acima de tudo, interessa-nos a música ao vivo que se prepara para ganhar palco naquele generoso paraíso situado na Margem Sul do Tejo, que será parte integral da reportagem que, em momento oportuno, publicaremos por cá. Do plano que traçámos em relação aos concertos que queremos ver, há 8 nomes que se destacam pela sua maior urgência — mas o cartaz é gigante e compreende cerca de quatro dezenas de actuações indo de Rosa Mimosa y sus Mariposas e Juana Na Rap aos tributos prestados a dois enormes vultos do cancioneiro português, Sara Tavares e Zeca Afonso.


[Dino D’Santiago]

Um festival chamado Sabura tinha de ter obrigatoriamente alguma ligação à cultura cabo-verdiana. E que nome este que encabeça o cartaz do primeiro dia de festa: Dino D’Santiago começou literalmente from the bottom e é hoje uma das grandes figuras da música lusófona, dando voz a toda uma geração criola que se deixou enamorar pela cultura do beat como forma de enfrentar as desigualdades presentes na nossa sociedade. Essas reivindicações têm estado patentes ao longo de toda a sua carreira e, principalmente, em BADIU (2021), o seu mais recente álbum de originais. Em 2023, Dino deu-nos ainda uma versão reimaginada do primeiro LP em EVA (onti y oji).


[Rita Vian]

Cuidar de nós mesmos pode muito bem passar por prestar um pouco mais de atenção ao que versa Rita Vian naquela que é a sua renovada visão do fado e da canção popular portuguesa. Depois de dar nas vistas nos Beautify Junkyards, recebeu a benção de Branko para a produção integral para o seu EP de estreia, CAOS’A, em 2021. No ano passado, rubricou pela primeira vez um trabalho no formato de longa-duração com SENSOREAL, que lhe reforçou o estatuto dentro da indústria e a colocou a colaborar com gente como Conan Osíris, João Maia Ferreira ou até mesmo Mucky, fiel companheiro de SEVDALIZA em estúdio.


[Pongo]

A oportunidade é óptima, conforme pudemos testemunhar aquando a sua passagem pelo Coala Festival Portugal. Pongo tem andado a trabalhar em música nova desde que lançou Sakidila (2022) e tem sido em cima dos palcos que essas novidades vão sendo testadas perante o seu público. E as coisas parecem estar mais afinadas do que nunca, já que a MC e cantora angolana lançou recentemente um par de singles, “Katana” e “Celebrate”, que trazem mais uma dose de batidas frenéticas até ao seu catálogo e podem até indicar que há mais trunfos na sua manga.


[Bezegol & Rude Bwoy Banda]

Muitos vão e vêm no circuito do reggae em Portugal. Poucos são aqueles que se mantêm fieis e activos no movimento como Bezegol, mestre de cerimónias portuense que encontrou nas batidas inspiradas pela sonoridade jamaicana a cama perfeita para deitar as suas rimas. A caminho dos 50 anos de idade, com mais de três décadas de actividade na música, o líder espiritual da Rude Bwoy Banda tem como mais recente álbum 7Mm (onde se encontra alojado o êxito “Maria”, criado em parceria com Rui Veloso) e lançou este ano o single “Acorda Ò Zé”.


[Maria Reis]

É já bem considerável a pegada que Maria Reis tem vindo a deixar no indie rock nacional. Militou em Pega Monstro, co-fundou a Cafetra Records e hoje está mais do que nunca a vincar o seu nome num trajecto a solo que tem sido bem rico a nível de output discográfico. Este ano mesmo, fez do seu Suspiro… mais um trabalho de longa-duração, no qual contou com Tomé Silva ao seu lado na produção e do qual se destacam canções como “Estagnação” e “T-shirt”.


[Digitaldubs]

Mais reggae dentro do cartaz do Sabura, mas com sotaque brasileiro. Os Digitaldubs são mais um símbolo de veterania por entre as sonoridades jamaicanas que geraram ecos pelo mundo inteiro e estão no activo desde o início do milénio, tendo somado inúmeros discos, singles e remisturas ao longo dos anos. Lançado em 2015, “Nos Porcos Não Crescerão Asas” é o tema mais emblemático deste colectivo oriundo do Rio de Janeiro, eles que, nos últimos anos, têm formado parcerias com BNegão, Mad Professor ou até Gilberto Gil e Elza Soares.


[Bloco do Caos]

Novamente o reggae vindo do Brasil, desta vez via São Paulo. O Bloco do Caos surgiu há uma década e tem vindo a conquistar públicos tanto de dentro, como de fora do seu país através das suas good vibes. Depois do LP que lançaram em 2022, Os Muros Não Sabem Escutar, o Bloco do Caos apostou numa combinação entre instrumentação acústica e batidas electrónicas, ao mesmo tempo que puxou cinco vozes femininas para debaixo dos holofotes no curta-duração na trilha do bloco com elas.


[AIÊ]

É da fusão entre tradições brasileiras e portuguesas que nasce o projecto AIÊ, conduzido por dois ecléticos músicos de lados opostos do Oceano Atlântico, Edgar Valente e Luizga. Foi no final do ano passado que a criatividade de ambos colidiu num disco homónimo de 10 temas, que promovem uma viagem xamânica capaz de ir da Amazónia até à Beira Baixa sem nunca perder a linha conceptual que guia a sua estética. A experimentação em torno das raízes de ambos foi feita com a supervisão de Guilherme Kastrup, premiado produtor brasileiro que tem trabalhado com algumas das maiores figuras da música do seu país.

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