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Texto: ReB Team
Fotografia: Cecília de Fátima
Publicado a: 03/08/2023

Da nostalgia de José Pinhal Post Mortem Experience ao progressismo sónico de MAQUINA.

8 concertos obrigatórios para assistir na edição de estreia do Festival Ponte D’Lima

Texto: ReB Team
Fotografia: Cecília de Fátima
Publicado a: 03/08/2023

Para muitos pode parecer “só mais um”, mas para quem trabalha, vive e respira cultura é um novo e importante passo rumo à descentralização do circuito da música ao vivo, que oferece a possibilidade àqueles que vivem mais afastados dos grandes centros urbanos de assistir a concertos de nomes sonantes, uns da nossa praça outros de gabarito internacional. Senhoras e senhores: está aí a edição debutante do Festival Ponte D’Lima, que começa hoje, dia 3 de Agosto, e dura até sábado, dia 5 de Agosto.

Num cartaz em que se destacam (pela sua história e popularidade) as presenças de Aron (uma das novas sensações da música latina) e Wolfmother (o seu “Woman” é um êxito intemporal e valeu à banda australiana um GRAMMY em 2007), mas também dos portugueses The Legendary Tigerman, Linda Martini, Moullinex ou Capitão Fausto, o Rimas e Batidas lança um olhar mais atento sobre os artistas que pairam debaixo do nosso radar, na expectativa de identificar os espectáculos mais promissores desta primeira investida do festival junto ao rio Lima. O programa completo poderá ser consultado aqui.


[MAQUINA.]

O rock elevado à dança dá a fórmula para a música criada por MAQUINA.. Halison Peres, Tomás Brito e João trocam os samplers, drum machines e sintetizadores pelo formato de power trio, mas não abdicam de apontar ao movimento dos nossos corpos na hora de fazer soar os seus instrumentos. Envoltos numa toada de psicadelismo e matemática industrial, editaram em Janeiro deste ano o álbum de estreia DIRTY TRACKS FOR CLUBBING, selado pela Saliva Diva.


[Aron]

Foi como actor que se estreou nas lides das artes e que conquistou o seu primeiro boost mediático. Entre 2018 e 2021, Arón Julio Manuel Piper Barbero integrou o elenco da popular série espanhola da Netflix Elite e tornou-se num rosto reconhecido um pouco por todo o mundo. Talvez tenha sido esse o empurrão que lhe faltava para ingressar também numa carreira musical, que foi bastante bem recebida pelo público e dura há já três anos, somando largos milhões de reproduções nas plataformas de streaming. Depois de Nieve (2021), foi no passado mês de Março que se voltou a apresentar em disco — En Tus Sueños (Vol. 1) é uma ode às sonoridades que compõem a tela urbana de Espanha, que mistura trap e r&b com flamenco ou reggaeton.


[José Pinhal Post Mortem Experience]

Quando precisamos de saber para onde ir, não há nada melhor do que nos inteirarmos de onde viemos. Numa altura em que a música romântica portuguesa tem vido a sofrer importantes mutações — com Pedro Mafama, João Não ou David Bruno como pontas-de-lança —, torna-se mais pertinente do que nunca analisar minuciosamente as criações de uma das figuras de maior culto dentro do género, José Pinhal, cuja popularidade só conhece o sentido ascendente desde que lhe recuperaram a obra para os mercados do vinil e digital. A banda de tributo formada por Bruno Martins (voz), João Sarnadas (guitarra), José Pedro Santos (bateria), José Cordeiro (baixo), Tito Santos (teclas e trompete), David Machado (saxofone) e Nuno Oliveira (percussão) interpreta esse legado na perfeição, tal como demos conta na passagem do José Pinhal Post-Mortem Experience na última edição do FNAC Live.


[Throes + The Shine]

O percurso dos Throes + The Shine tem andado de mãos dadas com o do Rimas e Batidas, sendo um dos projectos portugueses alvo de várias entrevistas e reportagens ao longo dos nossos 8 anos de vida. Tal como a nossa publicação, também a banda que funde o kuduro com o rock passou por algumas mudanças e consequente processo de amadurecimento, sendo hoje representada no estúdio e nos palcos por Marco Castro, Ivo Domingues e Mob Dedaldino. Ainda na estrada a promover Aqui (mas com um repertório já longo e carregado de argumentos), vimo-los há um mês atrás no NOS Alive, onde terminaram a actuação em conjunto com dezenas de fãs em cima do palco. Talvez os índices de loucura sejam semelhantes em Ponte de Lima.


[Moullinex]

Outro nome que tem sido alvo de constantes menções por cá é o de Moullinex. O projecto a solo de Luís Clara Gomes já conta com mais de 10 anos de existência, tal como a Discotexas, a editora que fundou com Xinobi em 2008 e que tem abrigado praticamente toda a sua discografia — Requiem For Empathy, o seu álbum mais recente, não foi excepção. Música electrónica de dança criada com acrescida dose de sensibilidade tem sido uma constante ao longo da vasta obra já protagonizada pelo músico e produtor de Viseu.


[Cassete Pirata]

Cassete Pirata é uma caixinha de surpresas. O grupo que reúne João Firmino (aka Pir), João Pinheiro, António Quintino, Joana Espadinha e Margarida Campelo plantou A Semente em plena pandemia e continua a colher os louros de uma irreverência que se traduz, também, na estética sonora que imprimem nos seus discos. Vasculhar no seu catálogo é como retirar uma carta da Sorte (?) no Monopoly, pois são inúmeras as possibilidades: o r&b psicadélico de “Só Mais Uma Hora”, o rock colorido de “A Pirâmide” e “Ser Diferente”, a folk acidificada de “Brisa Solar” ou a deambulação por terrenos mais tradicionais no seu novo “Tanta Vida Pra Viver” são alguns dos argumentos que a banda pode puxar para a sua actuação.


[David Bruno]

Já teve várias peles e distribuiu jogo em diferentes frentes, estando certamente a engendrar novas formas para expressar a sua criatividade — neste momento, é possível vê-lo recolher opiniões populares em Nunca é Tarde, um novo talk show da RTP1 (e RTP Play). Afinal de contas, a passagem do cantor e produtor de Vila Nova de Gaia pelo Festival Ponte D’Lima será uma das suas últimas actuações, ele que tem um concerto de despedida dos palcos já marcado para o dia 7 de Setembro. Uma das derradeiras oportunidades para escutar David Bruno e o seu guitarrista Marco Duarte a dar vida às audio-novelas que têm “Tema de Sandra”, “Mesa para dois no Carpa”, “Bebe & Dorme”, “Interveniente Acidental” ou “Tema de Sequeira” como principais capítulos.

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