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O produtor Stereossauro volta às edições com Tristana, um trabalho desenvolvido a meias com a fadista Ana Magalhães que chegou hoje, 6 de Fevereiro, às plataformas digitais.
Num trabalho composto por sete temas — todos eles divulgados em formato audiovisual (com realização assinada pelo próprio autor do disco, como é seu apanágio) —, o DJ e produtor das Caldas da Rainha volta a mergulhar nos confins do fado para o reconstruir a partir dos alicerces da música electrónica no seu novo longa-duração.
O sucessor de Desghosts & Arrayolos (2021) — que teve ainda pelo meio Cachorro Sem Dono, em 2022, projecto cinematográfico dividido com Cabrita — representa mais uma peça na vaga dos “novos fados“, que tem como um dos seus principais alicerces o autor de Bairro da Ponte (2019), disco este especialmente marcante no panorama nacional pela abordagem irreverente e descomplexada que veio propor à música tão tradicionalmente portuguesa, sem a desvirtuar. A remistura (em conjunto com DJ Ride) de “Verdes Anos”, do incomparável Carlos Paredes, protagonizou esse primeiro grande passo a partir da electrónica ao encontro do fado.
Já Tristana traz uma perspectiva diferente ao cruzamento entre paisagens sonoras aparentemente tão distantes: a participação central da fadista do Porto, que encabeça o primeiro álbum de estúdio da sua carreira, vem sublinhar a tónica feminina presente no disco. Num comunicado endereçado ao ReB, o EP é caracterizado como “um tributo às mulheres, às mães, às irmãs, à sua força e ao seu triunfo em situações sistematicamente desfavoráveis, abordando assuntos como a violência doméstica, a saúde mental, as oportunidades perdidas e os desgostos amorosos”. Mais, é visto como um “disco em tons nocturnos, intimista e realista” e “sobretudo, um disco de força, de resiliência e de vida.”
Projectado em 2020 e desenvolvido em 2021, Tristana conta ainda com as pontuais participações do guitarrista Ricardo Gordo, em “Nome de Mulher” (o primeiro avanço do projecto), e de Sandra Baptista no acordeão em “Pouca terra”.
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