A piada tornou-se real: Ty Dolla $ign, o rei das participações, lançou um disco em que reclama esse mesmo título. As insinuações r&b ficam-se por aí: Holly e Actress tocam em pontos diferentes do espectro electrónico; clipping. mostram-nos visões de corpos a serem queimados; Raul Muta & Young Boda desafiam-se em exercícios rítmicos de versos e instrumentais; para fechar, Aquiles Navarro & Tcheser Holmes demontram aquilo que que podem fazer com o jazz nas mãos.
Mais discos? Piquem aquilo que John Frusciante (Maya), Dej Loaf (Sel Sole II), Jean Dawson (Pixel Bath), Gorillaz (Song Machine, Season One: Strange Timez (Deluxe)), Xavier Omar (if You Feel), Trippie Redd (Spooky Sounds), Joyner Lucas (Evolution), THEY. (The Amanda Tape), Sen Morimoto (Sen Morimoto) e Tino Contreras (La Noche de los Dioses) lançaram…
[Ty Dolla $ign] Featuring Ty Dolla $ign
O título não é o que estão a pensar: não estamos na presença de uma compilação das melhores colaborações de Ty Dolla $ign – e, de cabeça, é fácil pensar em múltiplas (Mariah Carey, Kaytranada, SZA ou serpentwithfeet). “Muita gente já disse que, quando vês uma canção ‘featuring Ty Dolla $ign’, vai ser do caraças”, diz o rapper e cantautor, que quer transplantar esse sentimento para o seu próprio disco. Com um arsenal de convidados, de Thundercat e FKA twigs a Kanye West e 6lack, o artista imprime à expressão “featuring” o seu significado original: não o de participação especial, mas o momento em que se abraça o holofote.
[Aquiles Navarro & Tcheser Holmes] Heritage of the Invisible II
Mais do que colegas nos Irreversible Entanglements, o trompetista Aquiles Navarro e o baterista Tcheser Holmes são velhos amigos. Coexistem nesse que é um dos colectivos proeminentes no jazz mais liberto, com a força propulsora de quem se bate pela justiça social e fiscaliza uns EUA ainda dominados pelo racismo. Em Heritage of the Invisible II (sequela de um primeiro álbum de 2014), tiram umas férias do grupo e dedicam-se às suas origens latinas e afro-caribenhas, como uma “celebração da vida, a congregação das pessoas, el pueblo, uma celebração de quem somos”.
[clipping.] Visions of Bodies Being Burned
Mais corpos, mortes mais elaboradas e monstros que teimam em morrer. Não é a sinopse de um filme de terror, é mesmo o resumo de Visions of Bodies Being Burned, o novo álbum dos clipping. que sucede a There Existed an Addiction to Blood (2019). As referências? Ernest Dickerson, Clive Barker, Shirley Jackson, Three 6 Mafia, Bone Thugs-N-Harmony e Brotha Lynch Hung. Imaginem…
[Raul Muta & Young Boda] Endorfina
Raul Muta não é novato, mas tem dado mais nas vistas desde que matou o instrumental dos Soul Providers em “Marginal“. Este ano, VULTO. abraçou-o para a reunião de irmãs e abriu-lhe as portas para outro tipo de público. Agora é a vez de se juntar a Young Boda para “flexar” as suas skills em ambientes recheados de sub-graves. Não se recomenda a quem precise de relaxar…
[Holly] Dark Skies & Holy Grail
Um dos mais prodigiosos (e internacionais) produtores e DJs portugueses a rebentar nos últimos anos continua a fazer das suas. Com o selo da HARD Recs, Holly volta aos projectos de longa-duração e vem acompanhado de alguns nomes de peso como UnoTheActivist, Bauuer ou OGMaco.
[Actress] Karma & Desire
Darren Cunningham, mais conhecido como Actress, perdeu a vergonha e decidiu começar a incluir vozes na sua música em Karma & Desire. No entanto, não esperem grandes cantorias (nem mesmo de Sampha); mais vale prepararem-se para texturas ambient, techno e outras tantas coisas com vários elementos lá dentro. Tapeçaria electrónica.