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Belo dia este para as ondas sonoras mais alternativas. Depois de termos por aqui dado conta do neo-fado que Beatriz Rosário deixou patente no seu novo ALFA, trazemos mais uma mão-cheia de discos para cima da mesa que certamente vão fazer as delícias daqueles que procuram o que de melhor se faz à margem dos grandes focos onde incidem os principais holofotes da indústria fonográfica.
Deixem-se ficar e acompanhem-nos nesta viagem, mas tenham também em conta as propostas adicionais que nos chegaram das mentes criativas de Stevão NDM, PMBRUTOZ & ZOO (60 SZN), Giovanni & Michell (Lifestyle Crazy), Seu Jorge (Baile à la Baiana), Oruam (Liberdade), Chiminyo (Precipice Mixtape), Benny The Butcher (The Pre-Game), SAINt JHN (FESTIVAL SEASON), Smif-N-Wessun (Infinity), Dave East & Ransom (The Final Call), Tim Hecker (Shards), Maruja (Tír na nÓg), Nardo Wick (WICK), Bren Joy (Sunset Black), Chalk (Conditions III), Nao (Jupiter), Qthree (new jawn), Blockhead (It’s Only A Midlife Crisis If Your Life Is Mid), Tate McRae (So Close To What), Anna Shoemaker (Someone Should Stop Her), Kelora (Sleepers), Jules Reidy (Ghost/Spirit) e Bianca Oblivion (Net Work).
[Saya Gray] SAYA
Depois de uma primeira amostra no formato de longa-duração com 19 MASTERS (2022) e um par de EPs — QWERTY (2023) e QWERTY II (2024) —, Saya Gray mostra a sua evolução dentro da art-pop experimental com uma exploração coesa de desgosto e auto-descoberta naquele que é o seu “verdadeiro” álbum de estreia, SAYA. Inspirando-se em artistas como os Beatles, Led Zeppelin e Joni Mitchell, a canadiana mistura diferentes géneros na perfeição, incorporando elementos de country, folk, elctrónica, rock e jazz nas sua rica tapeçaria sonora. O disco oferece-nos uma viagem aos mais íntimos episódios da vida de Gray através de letras cruas de elevado teor poético, permitindo aos ouvintes uma experiência profunda e sonicamente diversa em mais um lançamento pela Dirty Hit.
[Paris Texas] They Left Me With The Sword
Paris Texas, o duo de Louie Pastel e Felix, sediado em Los Angeles, revelou hoje um EP surpresa, They Left Me With The Sword. Este projecto de oito faixas estende-se por 19 minutos e continua a tradição de fusão musical da dupla, entrelaçando perfeitamente o rap com o lado mais punk e DIY que o rock alguma vez viu. Entre as faixas que se destacam estão “Dogma 25”, com referências cinéfilas a Stanley Kubrick, ou “El Camino”, que canaliza um minimalismo retro-futurista que faz lembrar os The Cool Kids. O curta-duração reforça a versatilidade da dupla, cujo percurso tem sido trilhado com uma abordagem inovadora ao hip hop alternativo através de discos como BOY ANONYMOUS (2021), Red Hand Akimbo (2021) e MID AIR (2023).
[DJ Dadda & SleepyThePrince] BLACKOUT
BLACKOUT não é apenas um álbum, é um manifesto sonoro onde a escuridão não esconde, mas revela. DJ Dadda e SleepyThePrince fundem-se num eclipse criativo, onde as sombras são o berço da inovação e cada batida pulsa como um farol no negrume. O disco, tecido a quatro mãos, desenha paisagens sonoras ora densas e introspectivas, ora vibrantes e electrificadas, num jogo de contrastes que desafia convenções. A produção de Dadda ergue uma arquitetura sonora versátil e ousada, enquanto SleepyThePrince, com flows cadenciados e versos cortantes, reafirma que a luz mais autêntica é aquela que se faz notar no abismo.
[Eem Triplin] Melody of a Memory
Após se ter filiado à RCA Records, Eem Triplin entregou à editora o seu LP de estreia, Melody of a Memory, que nos chegou aos ouvidos no arranque desta semana. Aqui, o rapper de Johnstown, Pennsylvania, colabora com o veterano DJ Dahi, que assume a função de produtor executivo para o ajudar a criar um som que mistura rap e pop com laivos de trap, R&B e plugg. O álbum tem 13 faixas, incluindo colaborações com artistas como Ty Dolla $ign em “Out Miami” e Cruza em “FIJI”. Liricamente, Melody of a Memory explora temas de amor, nostalgia e auto-descoberta, envoltos nos flows melódicos caraterísticos de Triplin e na produção atmosférica conduzida pelo experiente artesão sonoro que já ajudou a alicerçar êxitos de Kendrick Lamar, Drake ou Travis Scott. Façam o favor de entrar no mundo de uma das mais inovadoras vozes da nova vaga do hip hop.
[Joan Thiele] Joanita
Aos 33 anos, Joan Thiele entrega-nos um novo trabalho profundamente visceral que reflecte o seu percurso pessoal e a sua espontaneidade criativa. Entre as 14 faixas de Joanita está “Eco”, tema que a cantautora italiana apresentou na recente 75ª edição Festival de Sanremo, tendo sido aclamada pela crítica devido à sua qualidade cinematográfica e pela voz cativante de Thiele. Cada canção de Joanita mergulha em diferentes emoções, misturando influências de R&B, soul, jazz e pop com referências às bandas sonoras do cinema italiano dos anos 60 e 70.
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