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Death & The Magician ainda nem arrefeceu e DJ Muggs já voltou às edições. Esse é um dos pontos altos deste final de semana, mas há ainda a hiper-sensibilidade musical de Pino Palladino & Blake Mills, o r&b para reparar corações de Giveon, a multidisciplinaridade dos Teeth Agency, o rap açucarado de CHIKA, e a irascibilidade alienígena de Lancey Foux.
[Pino Palladino & Blake Mills] Notes With Attachments
Pensar nas possibilidades sonoras de um baixo é pensar em Pino Palladino: vulto que começou na adolescência e, quando se apercebeu, já estava a tocar com David Gilmour, Elton John ou os The Who. Pensar na expansão de um guitarrista é pensar em Blake Mills, outro músico de sessão e digressão e ainda produtor (de Perfume Genius aos Alabama Shakes até Lana del Rey e Andrew Bird). E se os juntarmos? O resultado é Notes with Attachments, uma animação de viagem, um rebuliço instrumental que não dispensa o espaço negativo e a ponderação.
[DJ Muggs The Black Goat] Dies Occidendum
Com o selo da Sacred Bones Records, o veteraníssimo DJ Muggs atirou-se para os sítios mais obscuros do som — e nem precisou de vozes para ajudá-lo nessa arriscada aventura. Neste Dies Occidendum, o membro-fundador dos Cypress Hill criou um híbrido entre aquilo que se ouve na beat scene de Los Angeles e a Nova Iorque da Griselda — não é difícil imaginar Conway e Benny a devorarem alguns destes instrumentais…
[Giveon] When It’s All Said And Done… Take Time
Este domingo, 14 de Março, Giveon é um dos nomeados para Melhor Álbum R&B nos GRAMMYS com Take Time — que fez parte da lista de melhores discos internacionais de 2020 para a equipa ReB –, EP que se une esta sexta-feira a When It’s All Said And Done para formar uma colecção de 13 faixas — “All To Me”, a última do alinhamento, é a única inédita. Uma óptima maneira de antecipar a chegada a uma das grandes cerimónias da indústria musical.
[Teeth Agency] You Don’t Have To Live In Pain
Duas coisas que os Teeth Agency subscrevem: não temos que viver com dor, nem aceitar o lo-fi como uma masmorra. É possível importar os seus valores para uma abstracção sintética de jazz — sensibilidade nas pontas dos dedos, paciência nos sopros, hermetismo nas palavras. Assim o faz Jesse Hackett, teclista dos Gorillaz, na dupla que formou com o artista plástico Mariano Chavez, no seu segundo álbum. Se preferirem a sua descrição, aqui fica: “lizard lounge jazz” e “French noir sleaze” com pianinho à moda de “navio a afundar-se”.
[CHIKA] ONCE UPON A TIME
Do Alabama para o mundo, CHIKA já esteve de olho na indústria e, agora, reclama o seu conto de fadas. A fugir dos conformes e da heteronormatividade, dotada de humor e perspectiva, com um flow entre a hipercinesia e o necessário tempo para cantar, Once Upon a Time é todo seu (com um elenco de produtores que inclui o profícuo 30 Roc). Para citar Paulo Pena no perfil que escreveu sobre a artista no ReB: “Carismática, engraçada, irónica (quanto baste) e, sobretudo, com um talento gigante para a escrita e interpretação.”
[Lancey Foux] FIRST DEGREE
A resposta britânica a Playboi Carti é Lancey Foux, artista londrino que navega as mesmas águas sónicas do autor de Whole Lotta Red, e onde se sentem as marés mais abstractas que o trap provoca. Skepta é o único convidado do rapper em FIRST DEGREE, projecto que sucede a FRIEND OR FOUX (2019).
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